Capítulo nove: Don Juan!

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SUBI PARA MEU quarto. Fechei todas as cortinas para que o mesmo ficasse totalmente escuro e deitei um pouco. Minha cabeça latejava e eu podia sentir direitinho um alienígena tocando bateria em meu cérebro, acompanhado de um belo trompete. Eu estava no silêncio mais barulhento possível.
Deitar não ajuda, então resolvo ir tomar uma ducha gelada. Deito novamente e pego no sono. Depois de alguns breves minutinhos, acordo e fico pensando um pouco na vida, em que rumo ela irá tomar, e como seria a presença de minha arqui-inimiga sob o mesmo teto meu. De repente levo um susto de alguém, que ao invés de bater, parecia um ogro esmurrando a porta.

   Não demoro a saber que é Joseph, meu irmão mais velho, mais ogro e estranhamente, o meu confidente

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Não demoro a saber que é Joseph, meu irmão mais velho, mais ogro e estranhamente, o meu confidente.

- Mamãe está te chamando para o almoço, Elliot. Apresse-se, já estão todos a mesa - disse ele e pude ouvir seus passos se afastando da porta.

Joseph é meu melhor amigo, meu confidente e meu melhor irmão, que ao contrário de Heitor, é uma ótima pessoa. Só que Joseph tem um jeito curto e grosso. Qualquer um que não o conhecesse pensaria que ele é assim porque quer, mas esse é só o seu jeito de ser.
Desci então e sentei à mesa junto de meus irmãos e meus pais.

- Quando ela chegará, irmão? - perguntou Alixa animada.

- Que diferença faz? - resmungou Alexa, nojenta e cúmplice de Heitor.

Comprovei minha teoria de irmãs gêmeas serem diferentes e mesmo assim, as duas continuarem sendo as mais chatas do universo.
Alixa é a gêmea boazinha e delicadinha. Já Alexa é má e não tem coração. As duas são gêmeas completamente diferentes - até na aparência -, diferente de alguns casos onde os gêmeos são idênticos.

- Elliot? As meninas estão falando com você! - cutucou-me papai.

- Ah, sim. O que vocês querem? - respondi e perguntei.

- Perguntei quando Bela irá chegar. Estou ansiosa para tê-la morando aqui conosco. Seria como ter uma irmã mais velha boa! - falou Alixa e Alexa revirou os olhos.

- Pela cara de Elliot, essa menina trará apenas mais problemas para a nossa família - proferiu a gêmea má. - Já não basta os que já temos...

- Cale a boca, Alexa! Bela é uma boa moça! - se meteu o Don Juan, Heitor.

- Ei, vocês estão à mesa, dá para terem o mínimo de respeito possível e continuarem a comer suas comidas como uma família normal? - indagou papai.

Tive de falar algo, e quase cuspi toda a comida da minha boca.

- Papai tem razão! Comam e deixem minha noiva e eu em paz, seus metidos!

Durante a tarde, passei horas e horas jogando bilhar com papai e Joseph, na tentativa de me distrair e não pensar no problemão em que eu estava metido. Estava tão nervoso pois não sabia o que faríamos quando chegasse o dia do casamento, talvez apenas diríamos: "ah, era tudo mentira, nós nos odiamos e não vamos casar coisíssima nenhuma!", isso seria terrível. Imagino a cara das minhas tias fofoqueiras naquela cena.
A noite chegou e o nervosismo aumentou. A campainha tocou e logo sabíamos quem era. O coração estava a mais de mil por hora.

- Vá recepcionar a sua noiva meu filho, nós esperamos você - falou papai segurando o taco e o apontando para Joseph.

- Ah pai, deixa que mamãe a recepcione.

Papai levantou o taco na minha direção me olhando com cara de quem diz: "você vai recepcioná-la, ou você verá como eu sei usar esse taco não só para o bilhar".

- Acho melhor eu ir recepcionar a minha noiva - falei e logo sai.

- Acho melhor eu ir recepcionar a minha noiva - falei e logo sai

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Minha mãe abriu a porta e logo eu cheguei para recepcioná-la. Passei a mão no rosto de Bela e com minha maior pinta de ator, proferi:

- Boa noite, querida.

Um Casamento ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora