Um Casamento Arranjado

Chapter Sixteen | Kann sich öffnen

AO CHEGARMOS EM casa, Alexa está no portão com algumas amigas e o segurança. Eu e Elliot nos olhamos.

— Esconda a caixa nos seus pés, ou ela irá ver o logo da loja — disse-me Elliot.

Eu peguei a caixa e com todo cuidado a pus entre os meus pés.

— Kann sich öffnen — falou Elliot para o segurança e ele abriu o portão. Antes de entrar, Elliot chama a atenção de Alexa — Olá, irmãzinha.

— O que você quer, Elliot? — disse ela com cara de desprezo enquanto suas amigas - adolescentes cheias de hormônios borbulhando - babavam por Elliot.

— Eu aconselho você a entrar para dentro com suas amiguinhas. Você sabe que papai não gosta que ninguém fique parado em frente ao portão — ao terminar de falar com o seu famoso ar de deboche, Alexa revira os olhos e Elliot acelera o carro.

Entramos e fomos correndo ao quarto de Alexa. Ao chegarmos lá, nos deparamos com uma aranha dentro do terrário de Johny. Como assim? Nós tínhamos matado Johny hoje mais cedo, como ele está aqui agora? Será que aquela aranha que matamos não era o Johny?

— E agora? Será que alguém viu a aranha morta, se adiantou e comprou outra, ou esse é o Johny? — perguntei.

— Só tem uma solução pra sabermos, e não podemos demorar porque Alexa já está vindo aí.

— Como?

— Você vai ter que pegar a tarântula e olhar embaixo dela, se seus pelos amarelos formarem um "x", é o Johny. Caso não forme, mais alguém além da gente já sabe da morte do falecido e o substituiu — disse Elliot.

— E por que logo eu tenho que pegá-la? Pegue, você que a matou.

— Você que me fez matá-la! Pegue-a.

Ouvimos os gritos de Alexa no andar de baixo.

— Já cheguei, mãe! Dona, Estela e Mariá estão aqui! — berrava ela falando das amigas.

— Rápido Bela!

Eu não tinha nada contra as aranhas, muito pelo contrario, as admirava muito. Mas pegar uma na mão já era um assunto bem diferente e complicado. Porém, eu não tinha escolha, coloquei a mão no terrário e tirei a aranha de lá com os olhos entreabertos.

— É o Johny? — perguntei enquanto Elliot a olhava de todas as formas possíveis.

— Sim, é ele.

— Então quer dizer que matamos uma aranha qualquer e compramos outra atoa?

— Sim, Bela. Quer dizer exatamente isso.

— Ah fala sério.

— Bela, você pode dizer que comprou essa outra aranha para Alexa, talvez ela comece a gostar mais de você... — falou ele passando a mão na caixa da aranha que trouxemos.

— Ótima ideia, Elliot! Até que você presta pra alguma coisa, em.

— Eu só estava zoando. Isso não é sério. Eu irei pegar esta aranha e vou devolvê-la agora mesmo.

— Não, não vai mesmo! — coloquei Johny no terrário novamente — Me da essa aranha pra cá! Eu irei presentear Alexa sim. E vai ser agora mesmo.

Peguei a caixa da aranha e sai pela porta, dando de cara com Alexa e suas cúmplices.

— Tarde de mais — comentou Elliot.

— O que vocês estão fazendo no meu QUARTO!? — gritou ela.

Eu olhei para Elliot que já me olhava assustado. Aquela menina tinha apenas treze anos mas era capaz de qualquer coisa, e eu não duvidava de tal fato.

— Eu não vou perguntar de novo — disse ela se aproximando, eu já estava ficando com medo.

— Calma Alexa! Bela e eu compramos um presente pra você e íamos deixar na sua cama. Está ali! — falou ele apontando para minhas mãos.

— Me da isso daqui! — berrou ela tirando com aspereza a caixa de minhas mãos.

Suas amigas na porta nos olhavam com os olhos como se fossem bolotas.

— Cuidado! Vai machucá-la! — falei.

— Machucá-la? O que é?

— Abra! — disse Elliot.

Alexa abriu a caixa e com um sorriso - que eu nunca imaginaria vê-la - ela tira a aranha da caixa e começa a manuseá-la com toda delicadeza. Nunca a vi assim.

— É uma tarântula para fazer companhia ao Johny? — disse ela sorrindo.

— Sim, achamos que Johny estava se sentindo muito só, não é querida? — falou Elliot aconchegando seu braço ao redor da minha cintura — pude ver a tristeza e a frustração no olhar das amiguinhas de Alexa na porta.

O que Elliot estava pensando? Encostar em mim e ainda na minha cintura?

— Regra número três, idiota — sussurro de canto para Elliot e ele me responde da mesma forma.

— Cale a boca e dance conforme a música.

— Obrigada, eu... — ela estava feliz mas do nada se recompôs, ficou séria e fria, olhando suas amigas — Obrigada, se retirem agora.

Essa menininha mimada. Garanto que ela não é assim, tão dura e fria. Mas creio eu que esta, é apenas a forma que seu sistema acha para de proteger de tais coisas.