Chapter Forty | ELE

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   ELLIOT PASSOU O resto da noite toda e da madrugada inteira pelos arredores da cidade procurando por Bela

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ELLIOT PASSOU O resto da noite toda e da madrugada inteira pelos arredores da cidade procurando por Bela. Procurou nos aeroportos e em tudo quando foi lugar que ele poderia se enfiar. Nada. Não a encontrou. Ele já estava nervoso a ponto de explodir, e por tal motivo, bateu o carro em um poste no meio da calçada, logo antes de voltar para casa. Porém, nada grave. Elliot andava devagar, e por isso, apenas cortou a perna e teve um ferimento no braço esquerdo.
Já estava desesperado. "Como Bela pode ter me deixado assim?", pensava ele. Talvez ela tivesse mudado de ideia quanto a dar-lhe uma chance. Ou talvez ela só tenha se dado conta de que nunca gostou dele de verdade e quis poupar-lhe de sofrimento. Ou, o mais provável: ela havia sido sequestrada. Pobre Bela. Mal sabe Elliot o que realmente está acontecendo agora.
Elliot voltou para casa eram oito e cinquenta e dois da manhã. Estava exausto, não havia dormido durante a noite toda. Passou a devorar café amargo com os próprios olhos.
Alexa estava no jardim e logo que o viu, debochou de sua cara, maldosa. Fez um coração partido com as mãos e caiu na risada. Como poderia caber tanta maldade em um só ser? Talvez ela fosse uma daquelas pessoas que se alimentam com a dor e o sofrimento do seu próximo. Isso era ruim.

 Isso era ruim

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— Oh... ela foi embora, foi? — a menina cuspiu as palavras.

Elliot passou reto por ela sem dar muita atenção. Estava sem tempo para prestar atenção nas babaquices da irmã adolescente. Ele já conhecia o tipinho de Alexa e sabia o quão ruim ela era e poderia ser.
Caminhou então, em direção a sua casa e logo sua mãe e seu pai vieram correndo para o encontrar. Eles aparentavam estar preocupados com o filho. Parecia que ele tinha fugido por uma semana sem avisar e chegou agora, do nada, como faziam alguns adolescentes do século XX.

— Onde você esteve por toda noite, meu filho? — disse a mãe tocando-o.

Acho que era pra certificar se tudo de Elliot estava em seu devido lugar.

— Ficamos preocupados com você, Elliot. Onde você se meteu? — disse o pai.

O menino que recém havia se transformado em um homem, continuava com a mesma expressão, a de frustração. Sem se mover e sem contato visual com nenhum dos dois, apenas olhando para um pedaço de grama molhado no chão, pronunciou:

— Fui atrás de Bela.

— Ah meu bem, Heitor nos informou. E... você achou ela? — perguntou Suzane.

Ao ouvir sua pergunta, Elliot sentiu o amargo pinguinho de esperança em cada palavra da mãe.

— Bela me deixou — continuou ele, frustradíssimo.

— Ela não faria isso, Elliot — disse o pai com uma reação séria.

— Mas ela fez — falou o nosso novo homem. Mas desta vez, olhando no fundo dos olhos de seu pai.

— Bela me deixou. Me abandonou.

— Não fale assim meu filho! Tenho certeza de que aconteceu algo e... — ia dizendo Suzane quando Elliot surtou.

— POR QUE É TÃO DIFÍCIL PRA VOCÊS ENTENDER QUE ELA NÃO QUER FICAR COMIGO? ELA FUGIU DE MIM! EU A AMAVA COM TODO O MEU SER E ELA FUGIU DE MIM! — começou a diminuir o tom de voz — E agora eu estou... sozinho. Sozinho.

Suzane e seu marido, perceberam o estrago que aquela situação havia feito em seu filho. Elliot pôs-se de joelho no chão. Realmente estava devastado.

— Meu bebê... — disse a mãe.

— Me deixe sozinho, por favor, mãe — pediu Elliot com as mãos na cabeça.

— Mas...

— ME DEIXE SOZINHO!

— Vamos querida, Elliot precisa de um tempo para ele mesmo — disse o pai abraçando a mãe e a levando para dentro.

Eles saíram dali e parece que Alexa também entendeu o recado.
Elliot precisava desabafar. Precisava tirar aquele fardo de suas costas. Foi correndo para o porão, sabia que lá ninguém o escutaria ou o incomodaria.
Começou a lembrar-se de Bela e as lágrimas já se posicionavam a bater à porta. Tirou sua carteira do bolso do casaco e a abriu. Pegou a última foto que ele e Bela haviam tirado juntos e a observou por uns cinco minutos inteiros.

   Seria isso um castigo para Elliot? Um castigo por todas as vezes que havia machucado outras meninas? Elliot era o pegador no tempo do colegial

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Seria isso um castigo para Elliot? Um castigo por todas as vezes que havia machucado outras meninas? Elliot era o pegador no tempo do colegial. Trocava mais de menina do que de cueca.
Novamente Elliot veio ao chão. Tudo que vinha em sua cabeça era relacionado a Bela, já não sabia mais viver sem ela. Voltou a observar a foto e não se aguentou. A jogou no chão e gritou tão alto que até mesmo os vizinhos das esquinas puderam escutar.

   Foi então que se encolheu no canto da parede e pôs-se a chorar

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Foi então que se encolheu no canto da parede e pôs-se a chorar. Elliot estava em pedaços, literalmente. Não havia cuidado de seus ferimentos adquiridos no acidente e ainda sangrava.
Após duas horas se perguntando o porquê isso aconteceu com ele, Elliot lembrou do que seu bisavô havia dito a ele antes de partir dessa para melhor. "Se você não souber o que fazer, se estiver sem saída, seja lá qual for a situação, recorra ao único que pode te ajudar, meu garoto. Você sabe quem ELE é. Assim como eu, Ele também te ama, e te ama mais do que eu", disse o seu bisavô em uma cama de hospital, segurando suas mãos, antes de fechar os olhos para sempre.
Elliot se ajoelhou no chão e fez uma oração pedindo a Jesus que o ajudasse nessa situação e que trouxesse Bela de volta para seus braços. Confessou a Deus e pediu perdão por todos os seus pecados. Naquele momento, naquela mesma hora, Elliot estava mostrando seu melhor lado. Ele estava orando, e aquela sua oração, por mais curta que tenha sido, foi sincera e com certeza, Deus não iria decepciona-lo.

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