Chapter Twenty-Four | A casa dos avós

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   - VOCÊ NÃO ESQUECEU de nada? - perguntei com as mãos na cintura

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- VOCÊ NÃO ESQUECEU de nada? - perguntei com as mãos na cintura.

- Não - respondeu Elliot.

- Toalhas? Meias? Cuecas? Casacos? Sapatos? Lá é frio Elliot, você sabe.

Ele ficava um amorzinho quando ficava a me olhar e prestar atenção no que eu dizia.

- Eu sei e já peguei tudo isso. Mas sabe... gosto do modo como está cuidando de mim.

Desaforado, sim ou claro?

- Não estou cuidando, estou garantindo que dessa vez você não irá pegar nenhuma meia ou casaco meu, como das últimas vezes.

- Ah, está bem.

Pude sentir uma pontinha de desapontamento.

O tempo estava passando depressa. Todo aquele meu sentimento de amargor, ódio, e coisas do tipo que sentia por Elliot, estavam se esvaindo e dando lugar a novos sentimentos. Ele demonstrava sentir o mesmo, pois por muitas vezes eu já desviei suas conversas de galã de novela. Mas eu me mantenho firme e não dou o braço a torcer.
Ele arrumou suas coisas e ficou observando eu tentando fechar a mala, que por sinal, estava quase impossível.

- Olha só, a gente vai ficar lá cinco dias ou cinco meses?

- Não enche, Elliot!

- Mas linda, pra que tudo isso? Três malas? Sério?

- Linda?

Eu não falei? Essas conversas de galã.

- Que linda? Quem disse linda? Eu não ouvi nada. Você deve estar viajando Bela. Em hipótese alguma eu pronunciei a palavra linda.

Eu sei que ele disse sim a palavra linda. Além de ter o papo de galã bom, é um ótimo farsante.
Descemos com as malas para baixo e esperamos papai e mamãe virem nos pegar. Elliot havia ido para a cozinha falar com seus pais e eu fui à sala, onde infelizmente estavam Heitor e Tobias.

- Mas olha só, olha só... Bela, você precisa de ajuda? Essas malas parecem pesadas e... - falava Heitor se aproximando de mim e olhando para Tobias.

- Não se aproxime, não preciso da sua ajuda!

- Calma, princesa! - falava Heitor quando Elliot veio a passos largos da cozinha e se atravessou na frente dele.

- Se você encostar um dedo sequer em um fio de cabelo dela, eu quebro a sua cara inteirinha.

   - Se você encostar um dedo sequer em um fio de cabelo dela, eu quebro a sua cara inteirinha

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Heitor sorriu descaradamente para Elliot e saiu da sala com Tobias.

- Ele te machucou? Você está bem?

- Eu estou bem, não se preocupe, e... obrigada.

- Obrigada pelo que?

- Por tirar Heitor da minha volta, você sabe que pra mim, ter ele por perto é sempre um perigo.

- Se precisar, é só chamar.

Finalmente papai e mamãe chegaram e pudemos partir. Minha avó morava em um sítio no interior, mas sua casa era um luxo total. Haviam onze quartos, sete banheiros, duas salas de estar, a cozinha era enorme, uma sacada bem legal e muitas outras coisas interessantes. Eu sempre dizia que minha avó era uma fazendeira ricaça.

- Você promete que não vai deixar ser como antes?

- Eu prometo.

- Do que os pombinhos estão falando? - perguntou meu irmão Gael ao meu lado.

- Nada, irmão - falei sorrindo para ele.

De repente, Elliot encosta a sua cabeça em meu ombro e fecha os olhos. Só podia estar achando que eu virei travesseiro agora. Que desaforo, fiquei um tempo perplexa com o que estava vendo, mas após observar muito, percebi que aquilo não era tão ruim, e que seu cabelo tinha um cheiro muito bom de chocolate.

- Essa é a parte em que você faz cafuné na minha cabeça - sussurrou ele para mim.

Eu comecei a fazer cafuné em Elliot e ele dormiu. Parecia um anjinho. Eu estava me interessando mais e mais por ele. Ele não era tão ruim como eu pensava ser, eu podia aguentar.
No meio da viagem, papai deixa o carro passar em um buraco e eu empurro Elliot bruscamente, o mesmo acaba batendo a cabeça no vidro do carro.

- Aí, o que foi isso? Um terremoto?

- Desculpa, querido. Deixe-me ver - observei sua testa avermelhada - Está tudo bem, me desculpe, venha cá.

Deitei ele em meu ombro novamente e continuei a acariciar.
O único sentimento que resumia aquele momento ali, era cuidado. Eu estava cuidando de Elliot, e por incrível que pareça, eu estava a gostar daquilo.
Finalmente chegamos ao sítio, e vovô já estava a nossa espera para abrir o portão.

- Ei? querido? Acorde, já chegamos. - falava eu para Elliot que estava ainda se recuperando de um sono profundo.

Um Casamento ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora