Chapter Eleven | Vai plantar batata

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— SEU QUARTO É por aqui, querida

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SEU QUARTO É por aqui, querida.

— Pode parar tá, Elliot. Não tem ninguém perto de nós agora — resmunguei.

— Eu sei, só que isso é muito engraçado — falou e caiu na risada.

— Idiota. Essa é uma das regras que te mostrarei amanhã, pois hoje já estou caindo de sono. Vamos logo, me mostre onde ficarei.

— Eu achei que esse negócio de regras fosse brincadeira.

Caminhamos por um corredor imenso onde haviam muitas e muitas portas, parecia não ter mais fim. Em uma das portas, havia uma placa preta com avisos de perigo onde estava escrito: "não entre, área restrita". Eu nem duvidava que aquele quarto era de Alexa. Já na porta ao lado, estava escrito: "quarto da princesa", tudo era muito rosa e colorido, com certeza era o quarto de Alixa.
Chegamos então, finalmente, em um quarto, que eu acreditava que era meu. Era enorme, haviam sofás, uma cama de casal, e muitos outros móveis lindos, antigos e caros. Ainda haviam algumas roupas atiradas pelo chão e coisas nas cômodas. Mas creio que os empregados irão tirar tudo pela manhã, para que eu possa me organizar. Elliot se afastou da porta.

— Obrigada, Elliot. Já pode se retirar!

— Se retirar pra onde? — perguntou ele fechando a porta.

— Se retirar para fora do meu quarto, ué. Por que fechou a porta? — ao falar, Elliot caiu na risada — Do que você está rindo seu imbecil?

— Seu quarto? — perguntou ele ainda rindo feito um idiota.

— Sim, suponho que vou ficar aqui, não? Já pode sair, eu sei o caminho caso queira ir para a cozinha ou qualquer outro lugar — só que não.

— Querida — em um tom sarcástico — Esse quarto é meu — disse ele no maior deboche.

— Seu? Ah, isso explica toda essa bagunça, parece um chiqueiro.

— Haha, muito engraçado.

— Eu sei. Mas então, se este é o seu quarto... — falei rodeando o dedo por todo o cômodo — Por que me trouxe pra cá?

— Olha só, madame... agora somos noivos, minha mãe e meu pai me obrigaram a ficar no mesmo quarto que você, também não tive escolha pois não há outros quartos disponíveis. Então, ou você se familiariza com este quarto, ou se preferir pode dormir com os nossos rottweilers e pitbulls no canil dos fundos.

— Qualquer canil seria melhor do que ficar no mesmo quarto que você, Elliot. Mas me diz uma coisa... tem quinhentas portas nesse bendito corredor e mais algumas no andar de baixo e você vem me dizer que não tem quartos disponíveis?

— Trate de lembrar que somos cinco irmãos, mais papai e mamãe, mais três empregados e dois motoristas, todos vivem aqui e têm seus próprios quartos. Sem contar a lavanderia, as duas bibliotecas, o escritório de papai, a sala de jogos que você já conheceu e mais alguns outros cômodos.

— Misericórdia. Onde é que eu fui me meter... — pensei alto.

— Como disse? — perguntou-me.

— Nada, Elliot.

— E então? Chiqueiro ou canil?

— Chiqueiro — falei brava.

— Boa menina — disse ele piscando para mim.

— E se eu ficar aqui? Onde eu irei dormir? Só tem uma cama — apontei para a cama que parecia da realeza

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— E se eu ficar aqui? Onde eu irei dormir? Só tem uma cama — apontei para a cama que parecia da realeza.

— E não tem sofás? Na minha cama, comigo, você não dorme — falou o indelicado.

— Como você é insuportável, Elliot.

— Obrigada.

Elliot foi ao closet e pegou um pijama que eu diria que fosse constrangedor. Quem é que tem mais de vinte anos e ainda usa pijama dos Teletubbies?
Ele estava prestes a se despir para vestir seu pijama quando eu o interrompi.

— Oi? Eu estou aqui! Da pra ter o mínimo de respeito para conosco e se trocar no banheiro?

— Vou me trocar no banheiro não porque você pediu, mas porque você não merece ver a visão do paraíso. — falou ele nem um pouco convencido e entrou no banheiro.

Eu estava me preparando para que, quando ele saísse eu caísse na risada.
Ele saiu e eu pus-me a atuar.

— O meu preferido é o amarelinho, Laa-Laa. E o seu? — falei encostando no desenho do boneco e quase morrendo de rir.

— Nossa como você é hilária, já pensou em fazer stand-up?

— Já. Obrigada por reconhecer meu talento. Muitas pessoas já me disseram isso também.

Elliot revirou os olhos e se deitou em sua cama. Peguei eu meu pijama e fui ao banheiro me trocar. Eu não sei por que estava caçoando do pijama de Elliot, pois todos, exatamente todos, os meus pijamas eram de girafinhas.

— As minhas favoritas são as que têm mais a cor marrom claro do que escuro, e as suas? — falou Elliot assim que saí do banheiro.

— Vai plantar batata, Elliot — ele riu e finalmente ficou quieto.

Deitei em um sofá, que por sinal, era muito confortável, e eu arriscaria dizer que poderia ser até melhor do que a cama de Elliot.

— Seu nariz melhorou? — perguntou ele ainda virado para o outro lado.

— Esse assunto te interessa?

— Não, mas quero parecer descente.

— Vai dormir, idiota!

Sem perceber consegui pegar no sono bem facilmente.

Um Casamento ArranjadoOnde histórias criam vida. Descubra agora