Terceiro dia
Acordo com uma sensação estranha de conforto. Olho para a minha cintura e deparo-me com o braço do João a abraçar-me. Ao menos, ele consegue fazer algo de útil e faz com que eu não tenha frio.
Pego no meu telemóvel que estava colocado em cima da mesa de cabeceira e vejo que ainda são seis da manhã. O facto de estar a dormir numa cama diferente provoca-me esta falta de sono. Retiro o braço do jogador da minha cintura e levanto-me da cama, saindo do quarto. Dirijo-me à cozinha e depois de algum tempo a procurar os copos, assim que os encontro, deito um pouco de água num dos copos.
- Não tens sono?- Estive prestes a deixar cair o copo quando, de forma muito repentina, ouço esta voz que me é bastante conhecida. Viro-me e bebo um pouco de água antes de lhe responder.
- Talvez um copo de água faça o sono regressar...- Respondo e o João sorri.- E tu? Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao sair da cama...
- Não te preocupes... não foste tu que me acordaste. Eu só notei a tua ausência na cama e vim ver se estava tudo bem.
- João Palhinha preocupado comigo? Nunca pensei...- Digo, em tom de brincadeira e o jogador encolhe os ombros, desvalorizando a situação.
- Tenho de me certificar que não acontece nada à minha namorada...
- Pois... já estava a prever que essa preocupação tinha algum interesse por trás.- Respondo e o rapaz gargalha.
Ficamos algum tempo em silêncio e tenho de admitir que o meu olhar observa cada pormenor do João. Apesar de o achar insuportável e muito irritante, não posso deixar de confessar que também o acho muito atraente. Sou uma mulher como todas as outras e sei apreciar certos aspetos num homem.
- Sou irresistível, não sou?- João questiona com um sorriso convencido no rosto logo dirijo o meu olhar para outro sítio qualquer, numa tentativa falhada de disfarçar a minha incapacidade de ser discreta.
- Ok... o João preocupado desapareceu e voltou o, já habitual, João convencido.- Profiro e o moreno ri.
- És completamente doida pelos dois...- O jogador afirma, e respondo-lhe com um revirar de olhos. Acabo de beber a água que o copo ainda continha e depois de colocar o mesmo dentro da máquina de lavar louça, vou ao encontro do rapaz e ficamos com os nossos corpos a escassos milímetros de distância. Não me esqueci da pequena vingança que lhe prometi... e tenciono cumpri-la.
- Não te tenhas em tão boa conta, João...- Falo ao mesmo tempo que o meu dedo indicador vagueia pelo seu peito nú.- És bonito... mas nada de mais.
- A sério? Então porque é que me beijaste com tanta vontade antes de irmos dormir?
- Nunca se diz não a um beijo...
E sem esperar mais, levo os meus lábios aos seus num beijo tão ou mais intenso como o que tínhamos dado há umas horas atrás. Num gesto repentino, O João dá um pequeno impulso ao meu corpo, fazendo com que eu salte para o seu colo, ficando com as minhas pernas a entrelaçar a sua cintura. Sem nunca afastarmos os nossos lábios, o João conduz-nos até ao balcão da cozinha e senta-me no mesmo, colocando entre as minhas pernas. Afastamos ligeiramente as nossas bocas e sorrio ao vê-lo tão vulnerável apenas com um beijo. As nossas respirações estão totalmente descontroladas e sinto um arrepio percorrer o meu rosto quando as mãos do João se dirigem para as minhas pernas. Quando o jogador da equipa minhota estava prestes a voltar a unir os nossos lábios, afasto-me e rio da sua expressão que transmite um misto de confusão e dúvida.
- Não estavas à espera que eu continuasse, pois não?- Repito o que ele me tinha dito anteriormente e saio de cima do balcão.- Parece que o sono voltou...- Digo, antes de lhe oferecer um sorriso repleto de ironia.
- Maria, tu não podes fazer isto. Tu não me podes deixar assim!- Ele diz num tom, quase, de desespero, fazendo-me soltar uma gargalhada.
- Um banho de água fria e isso resolve-se. Agora vou dormir. Não faças muito barulho a voltar para a cama.
Saio da cozinha e assim que me encontro sozinha, sou obrigada a respirar fundo. Não sei o que se está a passar comigo, mas a verdade é que qualquer contacto físico entre mim e o João, deixa-me como que a desejar por mais.
Volto ao quarto e deito-me na cama. Tento dormir, mas a realidade é que toda a adrenalina do que se passou há momentos continua a ter efeito em mim.
Os tímidos raios de sol começam a invadir o quarto do João e, a muito custo, abro os olhos. Olho para o outro lado da cama e vejo que o João já não se encontra na mesma. Saio da cama e começo a vestir a roupa do dia anterior. Pouco tempo depois, o João sai da casa de banho, já totalmente vestido.
- Bom dia.- Ele diz, ao mesmo tempo que coloca o relógio no seu pulso.
- Bom dia. Tenho de me despachar. Antes de ir trabalhar, ainda tenho de ir mudar de roupa.
- Ok. Mas primeiro vamos tomar o pequeno-almoço e depois eu levo-te a casa.
- Não tenho a tua vida fácil de jogador, João. A pastelaria abre daqui a meia hora e eu estou a ficar super atrasada!
- Pelo menos, vamos dar bom dia aos meus pais e depois saímos... mas com uma condição... preparas-me o pequeno-almoço na pastelaria.
- Como quiseres! Agora, despacha-te!
- E já agora... a minha vida não é nada fácil...
- Claro que não. Tu só passas os teus dias a correr atrás de uma bola e ainda ganhas dinheiro por isso... é uma vida tão difícil.- Respondo ironicamente e o Palhinha revira os olhos.
- Só pelo facto de fazeres parte dela, a minha vida já é bastante complicada.- O jovem jogador afirma com um sorriso trocista no rosto.
- Estúpido.- Murmuro.
Espero que tenham gostado!
Já nem sei como descrever este casal... o João e a Maria são mesmo de outro mundo 😂
Até ao próximo capítulo!
Beijinhos
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trinta dias ||João Palhinha||✔
Fanfic"- Tenta não te apaixonares por mim nestes trinta dias..."