17.

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Vigésimo terceiro dia

- Fico muito feliz por vocês finalmente terem resolvido as coisas, querida... tu fazes muita falta ao João e ele não consegue esconder isso.- Sorrio com as afirmações da mãe de Palhinha.

Apesar de tudo, aquela discussão fortaleceu os nossos sentimentos. Acho que ambos sentíamos um medo tremendo de perder tudo o que temos.

- Ele também é muito importante para mim... o João foi o melhor que me aconteceu.

- Então e... os vossos planos para o futuro?- Exibo um encolher de ombros com a pergunta da dona Susana.

O futuro é algo tão incerto... ainda para mais quando eu e o João nem sequer entendemos muito bem o que somos no presente. A única certeza que tenho é que adoro aquilo que temos... seja isso o que for.

- Nós preferimos viver um dia de cada vez... somos tão novos... temos uma vida pela frente.

- Claro que sim... tens toda a razão. O que importa é que vocês sejam muito felizes... mas, agora que estamos só as duas, tenho de te confessar que estou muito ansiosa por ter netos.- Esboço um sorriso um pouco desajeitado e fico sem saber como reagir a este assunto.

- Netos?!- A voz do João faz-se ouvir e rapidamente o vemos entrar na cozinha.- Nós temos ido aos treinos, mãe... mas ainda não chegamos ao jogo da decisão.

- João!- Reprimo-o quase de forma imediata e o jogador deiza escapar uma grande gargalhada.

- Este meu filho...- A mais velha profere com um sorriso no rosto.- Vá... vamos voltar para a sala.

A mãe do João sai da divisão e quando o moreno se preparava para fazer o mesmo, agarro no seu braço, impedindo-o de ir embora.

- Mas tu és parvo?!- Questiono retoricamente e o seu sorriso trocista faz-me revirar os olhos.

- O que foi? É verdade... temos nos empenhado muito nos treinos... tu estás cada vez melhor.- Tento reprimir o riso, mas a verdade é que isso se torna difícil.- Dormes cá, hoje?

- Acho que tens de te esforçar mais para me convencer...- Profiro, ao mesmo tempo que ajeito o colarinho da sua camisa. O jovem jogador sorri e leva os seus lábios aos meus. Rapidamente, a sua boca dirige-se para o meu pescoço, onde beijos suaves são depositados. Deixo escapar um suspiro quando as suas mãos sobem ligeiramente a minha camisola e entram em contacto com a minha pele.

- Parece que já te convenci...- Ele fala, exibindo um sorriso convencido.

- Consegues sempre o que queres, não é?

- Nem sempre... se assim fosse, tu já eras a minha namorada... e ainda não o és.- Engulo em seco ao deparar-me com a naturalidade com que o João profere estas palavras. A família Palhinha está disposta a deixar-me cada vez mais embaraçada. Mas confesso que foi delicioso ouvir isto da parte do João... sinto aquele típico friozinho na barriga e gosto tanto dessa sensação!

- Vamos voltar para a sala... os teus pais estão à nosso espera.- O seu sorriso demonstra claramente que não fui boa a esconder o quão fiquei atrapalhada.

Ambos nos dirigimos para a sala e juntámo-nos à conversa que decorria entre os pais de João.

- Filho, não te esqueceste, pois não?- A mãe de João profere, dirigindo o seu olhar para o rapaz.

- Claro que não...- Palhinha responde, visivelmente nervoso.

- O que é que se passa?- Questiono.

- Bom... é que... como tu sabes, os meus pais gostam muito de ti e...- Olho para os pais do João e estes encontram-se com uma expressão divertida.- Por isso mesmo, os meus pais fizeram questão de te oferecer isto... quer dizer, eu também quero muito oferecer-te isto e...

- João, avança.- Peço, sorrindo.- O que é que me querem oferecer afinal?

O moreno levanta-se do sofá e dirige-se a um dos móveis que se encontra na sala. Depois de abrir uma gaveta, retira de lá uma pequena caixa branca, decorada com um pequeno laço prateado. À medida que ele se aproxima de mim, o meu coração quase que dispara. O nervosismo que o João deixou transparecer contagiou-me por completo. O moreno volta a sentar-se ao meu lado e ouço-o respirar fundo.

- A minha avó ofereceu isto à minha mãe quando ela e o meu pai começaram a namorar e agora... ela faz questão que sejas tu a usá-la. Espero que gostes.- Ele profere com um sorriso (maravilhoso) no rosto. Respondo também com um sorriso e pego na caixa. Em poucos segundos, abro a mesma e deparo-me com uma pulseira extremamente bonita. Naquele mesmo instante, não pude deixar de me sentir desconfortável... os pais do João acham mesmo que nós temos uma relação há meses... e confesso que não me sinto bem com o facto de lhes estar a mentir desta forma.

- É linda...- Digo com sinceridade.- Mas... eu não posso aceitar. A pulseira é sua, dona Susana.

- Querida, eu faço questão que a partir de agora seja tua... vejo essa pulseira como uma espécie de amuleto da sorte no amor. E eu quero muito que tu e o meu filho tenham a maior das sortes.

- Aceita, Maria.- João pede.- Eu também quero muito que a uses.

Acabo por ceder, mostrando um sorriso, e deixo que o João coloque a jóia no meu pulso. O jogador deposita um beijo nos meus lábios e oferece-me um abraço repleto de ternura. Quando nos afastamos, o moreno acaricia o meu rosto e o seu olhar carinhoso faz-me sentir mais calma no que toca a esta situação.

Depois de mais alguns minutos em que fizemos companhia aos pais de Palhinha, eu e o jogador da equipa bracarense decidimos ir para o seu quarto.

- João, isto está a ir longe demais... esta pulseira é tão importante para a tua mãe e nós estamos a mentir-lhe desta forma...

- Então, miúda... a minha mãe adora-te e, sinceramente, acho que a nossa mentira já não é tão mentira assim.

- Talvez...- Sussurro de forma tímida.

Esta mentira passou a ser a maior certeza da minha vida!

Espero que tenham gostado! ❤

Derretam-se por estes dois, vá lá... 😅😍

Bom... esta história está quase, quase a terminar. Em princípio, só terá mais dois capítulos! No entanto, posso prometer-vos uma coisa... depois desta história, o nosso Palhinha irá regressar! 😉

Até ao próximo capítulo!
Beijinhos 😘

Trinta dias ||João Palhinha||✔Onde histórias criam vida. Descubra agora