Oitavo dia
Hoje é o jantar com os pais e com o irmão do João. Confesso que estou um pouco nervosa, porque acho que esta situação está a ir longe demais. A família dele acha mesmo que somos um casal super apaixonado e custa-me um bocadinho estar-lhes sempre a mentir. É verdade que o nosso passeio e o nosso jantar de há dois dias nos tornou um pouco mais próximos e nos mostrou que, afinal, até podemos ser amigos. Não sei se a palavra 'amigos' é a mais correta, mas pelo menos, acho que somos capazes de ter uma relação mais calma. No entanto, continuo a arrepender-me cada vez mais de ter aceite este acordo.
- Onde é que vais, filha? Estiveste tanto tempo a arranjar-te...
- Vou jantar com uns amigos.- Respondo de forma sucinta à questão da minha mãe.
- Cá para mim, isso tudo tem a ver com algum rapaz.- O meu pai profere e apresso-me a negar. Se os meus tivessem a noção da enorme confusão em que estou envolvida...
- Não é nada disso. Arranjei-me um bocadinho mais porque me apeteceu.
- O que importa é que te divirtas, Maria... a vida não é só trabalho.- Sorrio com a afirmação da minha progenitora e a nossa conversa é interrompida pelo toque do meu telemóvel. É uma mensagem do João a informar que já se encontra à porta de minha casa.
- Eu tenho de ir.- Despeço com um beijo tanto do meu pai como da minha mãe e saio de casa, entrando no automóvel do jogador de seguida. Tenho de admitir que a camisa branca que ele traz vestida lhe dá um charme especial.
- Olá, boneca...
- Por favor, pára de me chamar esses nomes, João!
- Vou tentar... mas não prometo nada.- Encolho os ombros e ele ri.- Estás muito bonita... isso é tudo para mim?
- No dia em que eu te quiser agradar, internem-me... porque é sinal de que não estou nada bem.
- Eu sei que ainda estás na fase de negação, mas eu pretendo fazer com que essa fase não dure muito mais tempo.
- Fase de negação?- Questiono, tentando perceber o intuito desta conversa.
- Sim... estás naquela fase em que negas a ti própria o facto de estares perdidamente apaixonada por mim... é um processo normal.
- Pois... e tu estás na fase do delírio. Para pensares que estou apaixonada por ti, só podes estar a delirar.
- Um dia vais dar-me razão, bebé.- Reviro os olhos e o João deixa escapar uma gargalhada.
O caminho até casa do Palhinha foi relativamente rápido devido ao pouco trânsito na estrada. Assim que lá chegamos e depois de o rapaz estacionar o carro, saímos do mesmo e entrelaçamos as nossas mãos. Quando elas se tocam, cresce um nervoso miudinho dentro de mim. Olho para o jogador e este oferece-me um sorriso.
O moreno abre a porta e encaminhámo-nos para a sala, onde se encontravam justamente os pais e o irmão do João.
- Os meus pais já conheces... só falta o meu irmão. É o Gonçalo.- Sorrio e cumprimento-o com dois beijos, e logo de seguida cumprimento a dona Susana e o senhor João.
- Maria, gabo-te a coragem por conseguires aturar o meu irmão... ele, às vezes, consegue ser insuportável.- Gonçalo diz a rir e o João dá uma pequena palmada no braço do rapaz, fazendo-nos rir.
- Este gajo não diz nada de jeito...- Palhinha responde.
- Ainda estou admirado por teres arranjado alguém... ainda por cima, uma rapariga tão bonita como a Maria.
- Obrigada pelo elogio.- Digo a rir.
- Mano, tens de começar a lidar melhor com o facto de eu ser mais bonito do que tu... é a vida.- João intervém com um sorriso convencido no rosto.
- Mais convencido do que o teu irmão és de certeza.- Digo e o João quase que me fuzila com os olhos.- Mas eu gosto de ti assim, amor.
- Bom... eu vou continuar a fazer o jantar.- A mãe dos irmãos Palhinha profere. E logo o seu marido se oferece para ajudar também. Assim que ficamos os três sozinhos na sala, todos nos sentamos no sofá.
- Então... vocês estão juntos há muito tempo?
- Há uns meses...- O João responde.- Já podíamos estar juntos há mais tempo, mas aqui a menina foi difícil de conquistar.
- Isso é porque aqui o menino pensava que conseguia tudo o que queria... mas eu mostrei-lhe que não é bem assim.- Respondo e ouço um suspiro da parte do João.
- Bem... tens aqui uma autêntica mulher do norte, mano.- Gonçalo profere a rir.
Pouco tempo depois, o jantar é servido e todos nos sentamos à mesa. Não posso deixar de admitir que a família do João é super divertida. São pessoas muito simples e cheias de simpatia.
- Há tanto tempo que já não estávamos todos juntos...- A dona Susana diz a sorrir.- E, Maria, é claro que já fazes parte da família. Estou mesmo muito feliz por o meu filho ter encontrado alguém como tu...
- Então, dona Susana... não me deixe envergonhada.- Respondo em tom de brincadeira.
- É verdade, Maria.- É a vez do pai do João falar.- Este rapaz precisava de alguém para assentar e, pelos vistos, já tem essa pessoa.
- E tenho mesmo, pai. A Maria é a pessoa certa.- Olho para o João e os meus lábios são surpreendidos por um beijo carinhoso. Mais um beijo que me deixou sem saber o que dizer e o que fazer.
- Qualquer dia, há casamento!- O Gonçalo diz, provocando uma gargalhada em todos, exceto em mim e no João. Nós encontravamo-nos a olhar um para o outro. Como que a tentar perceber o que se está a passar connosco.
O jantar decorreu e não consegui deixar de pensar naquele beijo. Foi um beijo diferente... não sei explicar porquê. Depois de ajudar a dona Susana a arrumar tudo, ambas nos juntamos aos restantes na sala.
- Podes dormir cá, hoje?- João sussurra enquanto os seus pais e o seu irmão estão distraídos com os vários temas de conversa.
- Nem penses. Já dormi cá uma vez, João.- Respondo, igualmente, num sussurro.
- Vá lá, Maria... eu prometo que esta é a última vez que te peço uma coisa destas. Além disso, tudo fica mais credível se a minha família te vir a dormir comigo, ou não?
- É a última vez, João.- Acabo por ceder.
- És a melhor!- Ele sussurra e leva a minha mão aos seus lábios, deixando um beijo na mesma. Não consegui deixar de sorrir com o seu gesto.
O que é que se está a passar comigo?!
Espero que tenham gostado!
Aos poucos, as técnicas de sedução do Palhinha vão dando resultado!! 😂😍
Até ao próximo capítulo!
Beijinhos
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trinta dias ||João Palhinha||✔
Fanfiction"- Tenta não te apaixonares por mim nestes trinta dias..."