13.

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Décimo sexto dia

Se existem dias maus, hoje é um desses dias. Acordei com dores de garganta e de cabeça insuportáveis... já para não falar da forte constipação e da febre alta que tomam conta de mim.

Fui praticamente obrigada a ficar em casa e não ir trabalhar... algo que me aconteceu apenas uma ou duas vezes desde que comecei a trabalhar. Os meus pais dizem que a saúde está em primeiro lugar e sou obrigada a dar-lhes razão. Não posso deixar que o trabalho se sobreponha ao meu bem-estar.
Passei toda a manhã no meio de lenços, chás, medicação e claro... a espirrar.

Perto da hora de almoço, a campainha toca e deixo escapar um suspiro. Levanto-me do sofá e caminho até à porta. Assim que abro a mesma, exibo um sorriso fraco ao ver o João.

- Então? Como é que estás?- O jogador questiona e encolho os ombros. Cedo-lhe a passagem para entrar em minha casa e ambos nos dirigimos até à sala.

- Como é que sabias que eu estava em casa?- Pergunto, sentando-me no sofá.

- Fui à pastelaria e a tua colega disse-me que estás doente... fiquei preocupado contigo, miúda.- Ele diz, acariciando a minha mão.

- Se uma certa pessoa não tivesse tido a excelente ideia de me levar para o Bom Jesus à noite, eu não estaria neste estado, meu caro.- Resmungo e Palhinha revira os olhos.

- Bom... se não fosses uma fraquinha, não deixavas que uma gripe te mandasse para a cama... ou para o sofá, neste caso.- Ele responde e lanço-lhe uma careta, fazendo-o gargalhar.

Na verdade, não me posso queixar em nada da noite de ontem. Ouvir tudo o que o João me disse encheu-me o coração por completo... e às vezes, dou por mim a pensar nessas palavras e no quanto ele se tornou importante para mim. Eu e o João somos tão diferentes um do outro que começo a achar que estas diferenças nos completam. Nós precisávamos um do outro.

- Não quero que me vejas neste estado, João... estou uma lástima. Pareço um zombie.

- Se parares de resmungar, tornas-te um zombie mais adorável...- Ofereço-lhe um revirar de olhos, aconpanhado de um suspiro audível.- Aqui o meu zombie favorito já almoçou?

- Estúpido.- Murmuro e ele ri.

- Agora a sério... já almoçaste ou não?

- Não me apetece comer...

- Isso não é resposta... vou preparar-te algo. Tens de te alimentar, miúda.- Não consigo evitar sorrir com o seu gesto de preocupação.

- Não precisas de o fazer...

- Não preciso, mas quero. Deixas-me tratar da minha futura namorada, ou não?

Lá está ele a provocar-me as borboletas na barriga. O friozinho no estômago. E lá estou a eu a tentar ignorar tudo o que ele me faz sentir... mas não o consigo fazer. O João percebe o efeito que tem em mim e talvez por isso, ele sabe sempre o que me dizer.

- Futura namorada? Quem é a sortuda?- Pergunto em tom de brincadeira.

- É uma miúda que, mesmo estando doente e sempre a resmungar com tudo e com todos, consegue ser a mais bonita de todas.- Sorrio e deixo-me levar pela tranquilidade transmitida por uma simples carícia sua no meu rosto.

- E achas que essa futura namorada quer mesmo ser tua namorada?- Questiono e Palhinha esboça um sorriso tímido.

- Ela tem me dado sinais nesse sentido... portanto, é só uma questão de tempo.- O jogador do clube da cidade minhota deposita um beijo na minha bochecha e levanta-se do sofá, dirigindo-se, de seguida, para a cozinha.

Quando me encontro sozinha, dou por mim a sorrir largamente quando relembro as palavras do João. É tão bom quando pessoas, com o dom de nos fazerem felizes, aparecem no nosso caminho e tornam tudo muito mais fácil.

Minutos mais tarde, o João regressa à sala, com um tabuleiro nas mãos, que continha um copo com sumo de laranja e uma tosta mista.

- Sei que não é grande coisa... mas sabes como é... eu e a cozinha temos uma relação um pouco complicado. Não posso ser bom em tudo, não é?- Rio e deixo que o João coloque o tabuleiro em cima das minhas pernas.

- Está ótimo... obrigada.- Agradeço, começando a comer o que o jogador me havia preparado, logo de seguida.

- Queres ir ao médico? Não me importo de ir contigo...

- Tudo menos ir ao médico... detesto esses ambientes... não te preocupes, João. Isto é apenas uma gripe...

- Tudo bem... mas eu fico aqui contigo até os teus pais regressarem do trabalho. E não vale a pena dizeres que não.

Quando terminei a refeição preparada pelo moreno, decidimos ver um filme, escolhido por ele. Em pouco tempo, eu já me encontro deitada no ombro do João, com o rapaz a acariciar constantemente a minha mão.

- Obrigada por estares aqui.- Murmuro, sem tirar os olhos da televisão.

- Não poderia estar noutro sítio...- Ele responde. Levanto ligeiramente o meu rosto e o meu coração derreteu ao reparar na forma como o olhar do João cai sobre mim.

- Não te fartas de esperar pela tua futura namorada? - Pergunto, fazendo-o sorrir.

- Como é que eu haveria de me cansar de esperar pela pessoa que mais me faz feliz?

- Sabes sempre o que dizer, não é?- Pergunto num tom divertido e Palhinha sorri.

- É uma das minhas qualidades.- O rapaz responde, exibindo um sorriso convencido. Instantes depois, os meus lábios são presenteados com um beijo suave e repleto de conforto.

- Vá... chega de beijos por hoje... não quero que fiques doente.

- Ficas ainda mais bonita quando te preocupas comigo, sabias?- Sorrio com as suas palavras e acaricio o seu rosto.

- Tu sabes que ela gosta de ti, não sabes?- Profiro, continuando a acariciar uma das suas bochechas.

- Ela quem?

- A tua futura namorada.- Respondo, com um sorriso tímido no rosto.

- Eu sei... e espero por ela o tempo que for preciso.

Num gesto inesperado, o João envolve-me no carinho do seu abraço e não resisto em inspirar o seu cheiro. A tranquilidade e a segurança de que preciso está toda neste abraço.

- Adoro-te!- Sussurro ao seu ouvido.

- Eu também te adoro, miúda.

Espero que tenham gostado!

Estes dois... derretem o meu coração!! 😍 Aos poucos, eles vão revelando tudo aquilo que sentem um pelo outro! 😍

O que é que acharam? ❤

Até ao próximo capítulo!
Beijinhos 😙

Trinta dias ||João Palhinha||✔Onde histórias criam vida. Descubra agora