Primeiro dia
- Então, bebé... gostaste da minha casa?- João questiona, sentando-se ao meu lado no sofá e com um sorriso provocador no rosto.
- Não me chames isso, idiota! Olha que ainda vou a tempo de voltar atrás... por isso, é melhor pensares no que dizes.
- Nós vamos ser namorados... por isso, a palavra idiota tem de sair do teu vocabulário.- Reviro os olhos e ele gargalha.- E que tal... meu amor, meu príncipe... é bonito, não é?
Se não fosse o emprego que me está prometido e o consequente salário que vou receber desse emprego, eu já não estava aqui com toda a certeza. Os meus pais sempre me disseram que temos de fazer sacrifícios... e não há sacrifício maior do que aguentar o irritante do João.
- Apenas João parece-me muito bem.- Respondo, exibindo um sorriso cínico e o jogador revira os olhos.
A campainha toca e caio na realidade de que já não posso voltar atrás. Confesso que estou muito (mas mesmo muito) nervosa. Este plano tem tudo para correr mal. O jogador apressa-se a ir abrir a porta e depois de os três se cumprimentarem com abraços e palavras carinhosas que eu pude ouvir, eles aparecem na sala e levanto-me do sofá, exibindo um sorriso ao ver os pais do João.
- Pai, mãe... esta é a Maria. A minha namorada.- Engulo em seco ao ouvir esta apresentação.- Maria, estes são os meus pais... a minha mãe é Susana e o meu pai é João.
- Muito prazer em conhecer-vos.- Profiro depois de os cumprimentar e ambos sorriem.
- Bem... o meu filho teve muito bom gosto... és tão bonita, querida.- Dou um sorriso tímido ao ouvir as palavras da mais velha e a minha respiração quase que falha quando sinto o braço do João rodear a minha cintura.
- Era difícil não me apaixonar por uma rapariga como a Maria...- O jogador da equipa minhota profere, encarando-me, sem parar de sorrir. Forço um sorriso e volto a reprimir-me mentalmente por estar metida numa confusão como esta.
- Finalmente, ganhaste juízo! Tens de assentar de vez, João!- O pai do jovem jogador afirma.
Ele não ganhou juízo. Está completamente doido e ninguém sabe.
- Então mas contem-nos mais coisas... como é que se conheceram?- A mãe do João questiona e rapidamente olhamos um para o outro.
- Eu trabalho numa pastelaria.- Começo por explicar.- E o João é um cliente muito frequente. E depois...
- Depois a Maria meteu conversa comigo e as coisas aconteceram naturalmente.- O João conclui e confesso que detestei a parte de ter sido eu a meter conversa.
- Pois... mas o João também foi bastante insistente. Estava sempre a convidar-me para sair e não descansou enquanto eu não aceitei sair com ele.- Profiro e ouço o João soltar um suspiro.
- Quando o meu filho disse que tinha uma namorada, nós ficamos muito contentes... mas agora que te conheço, Maria, estou ainda mais feliz. Só chegamos agora e eu já vi que vocês gostam mesmo um do outro. Dá para ver na forma como olham um para o outro.
Nós não gostamos um do outro. É impossível que a mãe do João veja precisamente o contrário na forma como olhamos um para o outro. Ou estamos a fingir muito bem, ou a visão da dona Susana está profundamente alterada.
- Isso é normal, mãe.- O João diz.- É impossível esconder o quanto eu amo a Maria.- Ele entrelaça a sua mão na minha e senti-me com uma sensação estranha quando as nossas mãos se tocaram.
- É... eu também gosto muito do João.- Digo a sorrir e sinto um aperto na minha mão, vendo o João a dar-me sinais com o seu olhar.- Eu amo o João.- Corrijo e ele sorri vitorioso.
- Fomos feitos um para o outro, não é, amor?- Ele diz, encarando-me com uma clara expressão trocista.
Eu devo ter sido muito má pessoa noutra vida, para agora ter de ser castigada desta maneira. Como é que eu vou aguentar fingir ser namorada de uma pessoa que me deixa fora de mim pelos piores motivos?! O João é tudo aquilo que eu não gosto numa pessoa.
- Maria, gabo-te a coragem por aturares aí o menino João... é um teimoso que não se aguenta.- O pai do João diz a rir.
- Se ele fosse só teimoso...- Murmuro e sinto, novamente um aperto na minha mão.- Eu gosto do João como ele é.- Acabo por dizer, com um sorriso muito fingido no rosto.
- Bom... eu e a Maria vamos preparar alguma coisa para vocês lancharem. Nós já voltamos.- o João profere e ambos nos dirigimos para a cozinha. Fecho a porta da divisão e respiro fundo.- Ficas extremamente sexy quando dizes que me amas, sabias?- Ele diz, a rir, ao mesmo tempo que retira um pacote de sumo do frigorífico.
- A sério João... quando eu estiver prestes a matar-te por me teres colocado nesta confusão, lembra-me do trabalho que me prometeste.
- Ambos sabemos que isto nem te está a custar assim tanto... não é difícil para ti dizeres que gostas de mim... sou irresistível, o que é que eu posso fazer?
- Procurar tratamento para o teu bloqueio mental, talvez.- Respondo e rio ao vê-lo revirar os olhos. Confesso que me dá um certo gozo irritar o João. Digamos que gosto de pagar na mesma moeda.
- És insuportável, miúda.- Ele murmura e aproximo-me do balcão da cozinha, onde o jogador prepara o lanche para os seus pais.
- Então? Não deves falar assim para tua namorada...- Respondo, ironicamente, e o João interrompe a sua tarefa, ficando de frente para mim e confesso que demasiado perto.
- Ainda bem que já estás dentro da personagem... é que a nossa relação vai ter de avançar...
- Avançar?- Questiono, muito assustada com o que pode vir como resposta. O seu rosto aproxima-se perigosamente do meu e as nossas bocas estão, assustadoramente, próximas.
- Prepara-te para os melhores beijos da tua vida.- Ele murmura e, de forma inconsciente, começo a sentir um arrepio percorrer cada milímetro do meu corpo.
- O nosso acordo não inclui beijos.- Respondo com a voz trémula. Mas o que é que se está a passar comigo?!
- Os beijos estão implícitos na palavra namorados, bebé.- Ele solta uma piscadela e afasta-se de mim, levando o lanche para a sala logo de seguida.
- Idiota.- Murmuro quando me encontro sozinha.
Espero que tenham gostado!
Bom... como se pode perceber, estes dois têm tudo para dar certo 😂
Este "casal" vai dar muito que falar! Preparem-se!! 😂❤
Até ao próximo capítulo!
Beijinhos
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Trinta dias ||João Palhinha||✔
Fanfic"- Tenta não te apaixonares por mim nestes trinta dias..."