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Vigésimo nono dia:

Respiro fundo quando me sinto envolvida pelos braços do João. Hoje foi um dia repleto de emoções e agora que finalmente posso descansar, nada melhor do que estar com ele. Foi o meu primeiro dia nesta nova fase profissional e não podia estar mais entusiasmada. Trabalhar no Sporting Clube de Braga é, sem dúvida, o melhor que me poderia ter acontecido. Finalmente, todo o meu esforço será reconhecido... e só posso agradecer ao João por isso.

- Estou tão feliz... as pessoas são tão simpáticas e acolheram-me super bem.- Afirmo com um sorriso no rosto, referindo-me a tudo o que aconteceu hoje.

- É bom ver-te feliz, miúda... tu mereces isto e muito mais.- Levanto ligeiramente o meu rosto e deixo um breve beijo na bochecha do rapaz.

- Tu sabes que isto é tudo graças a ti, certo?- Ele ri e abana a cabeça em sinal de negação.

- Nada disso. Eu só te dei um empurrãozinho... fizemos um acordo e ambos cumprimos com a nossa parte.

Deixo escapar um leve suspiro ao lembrar-me do nosso acordo. Tenho a consciência de que amanhã é o último dia desse pacto e não consigo deixar de pensar em como tudo mudou. O João conseguiu virar a minha vida do avesso e confesso que adoro esta sua capacidade de alterar tudo à minha volta.

- E agora que o acordo chegou ao fim, como é que ficamos?- pergunto timidamente, no entanto, o sorriso do João acalma a ansiedade que corre dentro de mim.

- O acordo ainda não terminou, boneca. O último dia é amanhã, portanto, ainda temos muito para fazer...- Sorrio e os meus lábios são presenteados com um beijo calmo e suave.

- O que é que ainda há para fazer?- Questiono, num sussurro, com os nossos lábios a milímetros de distância.

- Amanhã vês... não posso revelar assim tão facilmente todos os meus truques.- Rio e exibo um encolher de ombros.- Para já, acho que devíamos festejar o facto de, finalmente, teres começado a trabalhar.- O seu sorriso provocador denuncia claramente o teor desta conversa. Deixo escapar um suspiro de satisfação quando o João inicia uma trilha de beijos ao longo do meu pescoço.

- Os teus pais devem estar a chegar, João...- Profiro, mas as minhas palavras são ignoradas pelo jogador que se levanta da cama e dirige-se até à porta do quarto, trancando a mesma de seguida.

- Confesso que até me dá uma certa adrenalina saber que os meus pais podem chegar a qualquer momento...

- Tu és doido.- Murmuro e o moreno solta uma gargalhada deliciosa, voltando a juntar-se a mim na sua cama.

- Sinto-me aquele típico adolescente que leva a miúda para casa às escondidas dos pais.- Ambos gargalhamos com as palavras de Palhinha.

- Fizeste isso muitas vezes, foi?- Questiono.

- Não... sempre fui um rapaz muito respeitador.

- Claro que sim... nem sei porque é que fiz essa pergunta, sabendo claramente a resposta.- Respondo ironicamente, provocando um revirar de olhos no João.

- E se deixarmos a conversa para outra altura e fazermos algo bem mais interessante?- Sorrio e os meus lábios voltam a ser invadidos pelos lábios do João.

- És insaciável, Palhinha!- Comento, fazendo-o exibir um sorriso malandro.

Em pouco tempo, as nossas roupas já se encontravam espalhadas um pouco por todo o quarto e nós encontravamo-nos completamente entregues um ao outro.

Os corpos suados, os gemidos soltados de forma involuntária, as respirações aceleradas e inconstantes demonstravam a intensidade que nos caracteriza. O desejo, a paixão e o amor estavam presentes em cada beijo, em cada toque.

- Podemos ficar assim para sempre... o que é que achas?- Questiono a sorrir, depois de deixar um beijo no seu peito nú.

- Nós, um quarto e uma cama... combinação perfeita.- Ambos gargalhamos e começo a fazer leves carícias na pele do jogador.- Amanhã tens coisas combinadas para depois do teu trabalho?

- Não... porquê?

- Nesse caso, amanhã à noite és só minha!- Sorrio e João deposita um beijo nos meus cabelos.

- E os teus pais? Amanhã é o último dia deles cá em Braga... é melhor aproveitares para estares com eles.

- Não te preocupes com isso... com certeza que irei ter muitas oportunidades para voltar a estar com eles. Portanto, amanhã, a tua noite está reservada só para mim.

- Combinado!- Levanto o meu rosto e deixo um beijo nos seus lábios.

- Um dia destes, gostava de te levar a Lisboa... quero muito que conheças o resto da minha família... mas, principalmente, a minha avó...- O brilho no seu olhar e o sorriso trajado no rosto permite-me perceber o quanto este assunto é importante para o João.

- Nunca me falaste muito sobre a tua avó... mas já percebi que ela é uma peça fundamental na tua vida.

- Infelizmente, o estado de saúde dela tem vindo a tornar-se cada vez mais frágil e... custa-me ver isso. Ela sempre foi uma mulher cheia de força... mas, agora, a vida tem-lhe dado desafios cada vez mais difíceis de superar. Tenho medo de não ter tempo para lhe agradecer tudo o que ela fez por mim. A minha avó é uma parte de mim e não sei se estou preparado para...- A voz trémula demonstra que esta é a maior fragilidade do João. Ele nunca o tinha mostrado desta forma e eu nunca imaginei ser possível vê-lo ser controlado pelas emoções.

- João...- Interrompo o seu discurso, proferindo o seu nome num sussurro. Acaricio o seu rosto e interrompo o caminho de uma lágrima que insistiu em cair.- Tenho a certeza de que enches a tua avó de orgulho... e vais ver que ela vai melhorar e vai conseguir superar estas dificuldades. Tu és uma pessoa maravilhosa e não tenho dúvidas de que a tua avó tem um amor gigante por ti. Não penses que não vais ter tempo... pensa antes em aproveitar o tempo.- Levo os meus lábios aos seus num breve beijo que é seguido de um abraço entre mim e o moreno.

- Obrigado!- Ele sussurra.

- Adoro-te, João!

Espero que tenham gostado!

Bom... o próximo capítulo já é o último e confesso que já sinto uma pontinha de saudades destes dois! 🙈 Preparadas?

Em breve, há novidades... com o nosso Palhinha 😍

Até ao próximo capítulo!
Beijinhos

Trinta dias ||João Palhinha||✔Onde histórias criam vida. Descubra agora