Carol tinha saído do meu apartamento irritada comigo. Não era algo horrível, no entanto eu não queria o ódio dela por mim. Ao contrário. Eu queria muitas coisas, cada uma delas eu poderia ter e usar. Porém, meus dias, até hoje, estavam sendo uma pura perca de tempo, eu não vivia mais, eu só existia.
Fui atrás dela. Eu sabia das consequências do que aquilo que eu estava prestes a fazer poderiam causar, contudo eu só tinha medo de uma palavra que ela poderia falar: não.
Saí tão rápido do meu apartamento em direção a ela que eu acabei caindo no corredor, pois eu tinha tropeçado nos meus próprios pés de tão nervosa que eu estava.
Olhei para cima e lá estava ela rindo da minha situação constrangedora.
- Nossa. Como isso é engraçado, não é mesmo? - falei irritada e constrangida.
Ela se agachou do meu lado e sentou no chão, se encostando na parede. Enquanto eu fiquei deitada no chão.
- Tá confortável ai? - ela falou rindo.
Me sentei do lado dela e olhei para os seus lindos olhos delineados. Ela parecia uma obra de arte com um valor inestimável. Uma deusa grega, mais bela que Afrodite.
Eu queria beijá-la, mas eu não poderia fazer isso. Ela não poderia ter que lidar com minha terrível vida. Se é que eu posso chamar isso de vida.
Virei minha cabeça e olhei para minhas mãos. Acho que seria a única coisa que eu conseguiria fazer no momento.
- Você é tão estranha, irritante e terrivelmente instável - falou com uma voz doce - mas mesmo assim consegue prender minha atenção.
Senti uma respiração mais intensa dela. Como se seus batimentos cardíacos estivessem mais acelerados.
Ela tocou meu rosto e fez um movimento para eu olhar novamente para ela.
Senti seu perfume sedutor e o som embriagante de sua respiração enquanto ela se aproximava ainda mais de mim com sua mão em meu rosto.
Seus lábios tocaram o meu suavemente em um pequeno instante. Ela recuou e olhou nervosa para mim.
Foi questão de 2 segundos, mas foi os 2 segundos mais maravilhosos que eu tive em muitos anos.
Segurei seu rosto e precionei meus lábios contra o seu. O movimento que sua boca começou a fazer me fez sentir um prazer incalculável. O desejo ardente tomou conta do meu corpo numa explosão de sentimentos diferenciados.
Quando ela arfou contra os meus lábios e os entreabriu, eu percorri com minha língua os traços perfeitos de seus lábios e a inseri entre eles.
O gosto de poder beijar a Carol era imensamente satisfatório e indescritível. Eu estava condenada ao fracasso depois de deixar me apaixonar por ela.
Foi tão rápido a percepção de que eu a queria para mim que minha necessidade de tê-la em meus braços era inevitável. Eu não poderia mais parar de querê-la.
Continuei a beijá-la suavemente até as minhas necessidades quererem algo mais intenso, e ela correspondeu aos meus desejos de uma maneira sedutora e irresistível.
Nossos beijos não estavam urgente, mas poderíamos notar a intensidade deles.
Ela se afastou de mim e ainda com os olhos fechados, falou:
- Você não deveria ter feito isso...
- Você começou tudo e depois deixou - falei - não tenho culpa.
- Era só ter recuado - falou se levantando.
Eu me levantei também e a coloquei contra a parede e a beijei de novo. Ela correspondeu por alguns segundos, depois me empurrou e olhou irritada para mim:
- Nunca mais faça isso de novo!
- Ah, mas eu não posso prometer nada. Você começou e não quer continuar... Ou quer? - falei me aproximando de novo dela.
- Você deveria parar por aqui.
- Eu só vou beijá-la novamente quando você pedir...
- E-eu não quero - disse Carol saindo de perto de mim - Eu preciso ir dormir, já está tarde!
- Sonhe comigo - falei rindo.
Ela olhou para mim pela última vez e depois entrou no seu apartamento e trancou a porta.
Eu estava perdida em meus próprios sentimentos. A linha tênue que segurava o meu autocontrole se rompeu, e eu iria investir nisso que eu estava sentindo, seja lá o que for. A Carol não deveria ter começado, agora ela vai ter que aguentar as consequências, em vários sentidos da palavra.
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Ghosts (DAYROL)
FanfictionCONCLUÍDA É comum fazer coleções de moedas, carros, tampinhas de garrafas... Entretanto, Dayane Nunes tem um hábito de colecionar assassinatos. Tentando suportar a dor de tirar a vida das pessoas, Nunes enfrenta os fantasmas das suas vítimas por mei...