2 dias depois...
Day
Eu tinha acabado de chegar no hospital pela segunda vez no dia. Eram duas vezes o horário de visitas, mas ela só poderia ser recebida de tarde por nós: Vitão, Zayn e eu.
Me sentei na recepção e comecei a mexer o meu pé em um ritmo que irritou o Zayn.
- Para com isso - falou se sentando ao meu lado - parece que você está nervosa.
- E eu estou - falei - não consegui evitar toda a merda que aconteceu...
- Relaxa, mana - Vitão falou se sentando do meu outro lado - ela tá bem, não escutou o Rafael?
- Eu sei, não é com isso que eu estou preocupada...
- Então para de se preocupar, daqui a pouco você vai ver a Carol - Zayn comentou.
Abaixei a minha cabeça e comecei a analisar minha mão com pensamentos tristes. Eu não poderia deixar que isso tudo que aconteceu me afetasse.
Eu descobri quase tarde demais que a Carol era o amor da minha vida. Eu deveria ter escutado ela, entendido seus motivos, mas ao contrário, expulsei ela da minha vida e agora eu estava quase desesperada para tê-la de volta.
- Quem é a "Day"? Caroline... - olhou na prancheta - Biazin, Caroline Biazin me falou que queria ver a "Day" - Um homem alto, usando vestes totalmente brancas falou para a mulher da recepção - tem algum contato de alguém com um nome assim...
Me levantei rapidamente de onde eu estava. A Carol queria me ver. Uma felicidade tomou conta do meu corpo que ficou elétrico.
- Sou eu - falei quase caindo em cima de uma das cadeiras da recepção - eu sou a Day. A Day da Caroline!
O homem olhou para mim, depois movimentou seu olhar para o seu relógio e sorriu.
- Ainda não está no horário de visitas... - falou - mas eu vou abrir uma exceção. Irá fazer bem ao processo de melhora da paciente. Me acompanhe.
Segui o médico até um elevador que nos levou até o andar que a Carol estava. Depois andamos por alguns corredores brancos com listras azuis nas paredes, um design interessante. E mesmo que houvesse muitos corredores no lugar, o layout permitia que ninguém se perdesse por completo, existia plaquinhas indicando as direções.
Chegamos em frente de um quarto. Meu nervosismo aumentou, mas eu me controlei.
- Pode entrar. Eu vou ir ver outro paciente em outro setor. Qualquer coisa chame uma enfermeira.
Ele saiu e me deixou em frente da porta. Segurei a maçaneta e girei. Entrei no lugar e vi a Carol deitada em uma cama.
- Day - ela falou com um sorriso no rosto.
- Eu tô aqui, amor - falei.
- "amor"?
- Sim, você é o meu amor. Te amo, ruivinha.
- Então você me perdoou? - ela perguntou.
- Não tenho nada para perdoar. Eu entendo que você deve ter tido motivos... Eu só não quero perder você... Nunca.
- Mas...
- Não vamos falar mais sobre isso. Por favor - falei.
Sentei na cama, do lado dela e beijei a sua testa.
- Não pode ser na minha boca? - a Carol protestou - eu sinto falta de seus lábios no meu...
- Tudo o que você quiser, baby.
Encostei meus lábios no dela suavemente para sentir cada momento daquilo. Depois pressionei e dei uma leve mordida. Eu queria mais que aquilo, mas não alí e não agora.
- Ei, meninas, estamos aqui agora. Abaixem esse incêndio - Vitão falou.
- Ai, cala boca, idiota - falei rindo.
- É muito bom ver vocês duas juntas novamente.
- Não estou acostumado a ver minha irmã beijar uma mulher, mas nesse caso, estou adorando ter a Carol como cunhadinha - Zayn falou.
- E tem que adorar mesmo. Não tem outra opção - falei.
- Queria saber como era a relação de vocês dois antes de tudo - Carol comentou.
- Nossa infância foi muito boa, mas eu comecei a estragar tudo na adolescência - falou o meu irmão olhando para mim - desculpa Day, você é a pessoa que eu mais amo no mundo, abaixo apenas da nossa mãe. Me arrependo das merdas que fiz.
- Vamos recomeçar? Eu queria muito esquecer essas coisas que já aconteceu com a gente - a Carol falou.
- Eu também queria, anjo - falei olhando para minha ruivinha.
- Então... Quando você vai receber alta? - Vitão perguntou.
- Eu não sei.
- Espero que seja logo. Odeio hospitais. Ainda bem que eles não pediram minha identificação para entrar aqui - Zayn falou.
- Você tem alguma coisa pendente com a polícia?
- Não, a foto da minha identidade é feia.
- Idiota - falei rindo.
A Carol também riu. Era tão bom estar na presença deles, todos reunidos. E fazendo a minha ruivinha feliz. Aquilo era a minha família, e eu sabia que poderia contar com eles para qualquer coisa, independentemente do que fosse.
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Ghosts (DAYROL)
FanficCONCLUÍDA É comum fazer coleções de moedas, carros, tampinhas de garrafas... Entretanto, Dayane Nunes tem um hábito de colecionar assassinatos. Tentando suportar a dor de tirar a vida das pessoas, Nunes enfrenta os fantasmas das suas vítimas por mei...