CAPÍTULO XXVII - DE UM CANIVETE AO VIOLÃO

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Day:

Acabei me vendo em frente de um espelho quebrado e sujo, era de tarde e o escuro da noite já estava tomando conta de todo o espaço do lugar. A única lâmpada só estava iluminando uma fração de 2/4, e, mesmo estando acesa, ela se apaga por segundos e depois voltava a iluminar.

Olhei para trás e vi a Carol com uma faca cravada em seu peito, perto do coração.

Minha vista escureceu, sentir meus pés se derretendo, olhei para Carol novamente e ela tinha virado pó...

Acordei sobressaltada. Olhei para o lado e a Carol estava dormindo ao meu lado. Me virei e comecei a encarar ela.

Eu estava assustada com a possibilidade de perder ela, e tudo o que eu mais queria era poder fazê-la bem.

Quando amanheceu, eu tinha me levantado da cama e estava olhando pela janela a brisa salgada que o vento soprava para dentro do quarto. A Carol acordou feliz, e então eu comecei a me sentir melhor.

- Bom dia, amor - falou me beijando - você acordou cedo.

- Sim, não dormi bem, mas agora te vendo, eu me sinto feliz.

Ela me abraçou e encostou seus lábios nos meus, então com beijos lentos, ela me puxou para mais próximo dela.

- Ontem eu pensei em uma coisa - comentou.

- O quê?

- A gente deveria ir morar sozinhas, sabe. Eu sei que é bom morar aqui com sua mãe e tudo mais, porém eu queria ter um lugar só para nós duas.

Passei meus dedos em seus cabelos cacheados e ruivos, estavam lindos como sempre.

- Eu também queria começar a trabalhar. Ficar sem fazer nada é ruim demais - falei.

- Sim, eu também penso nisso... - ela apoiou a cabeça no meu ombro - será que a sua mãe sabe de algum lugar para morarmos?

- Então vamos perguntar a ela.

Quando chegamos na cozinha, só a minha mãe estava no lá. Ela estava bebericando seu café e lendo o jornal.

- Mãe, a gente queria conversar com você... - falei sentando ao seu lado.

- Aconteceu alguma coisa de ruim?

- Não, mãe, eu acho.

- Queríamos morar em um lugar só para nós duas, sabe? - Carol falou.

- Eu entendo.

- Passamos boa parte do nosso relacionamento separadas ou sempre acontecia coisas que faziam a gente se distanciar, ao menos lá em Londres. E aqui queríamos um lugar só nosso - falei.

- Vocês têm razão - minha mãe falou - tá na hora de vocês duas começarem a viverem uma nova vida, até porque vocês vinheram morar aqui com esse objetivo, não é mesmo?

- Sim, e queríamos sua ajuda para mostrar a gente aonde seria um lugar legal para ficar - disse Carol.

- Claro que eu vou ajudar vocês, não tenham dúvidas.

°•°•°

Estávamos visitando um apartamento não tão longe da casa da minha mãe. O lugar era bonito, tamanho perfeito, a Carol estampava um sorriso no rosto.

- Acho que esse é o nosso lugar... - falou me abraçando.

- São 15 minutos até o centro da cidade se forem andando. A localização é perfeita para quem gosta de tranquilidade - falou o corretor.

- Acho que já temos um lugar perfeito, amor - falei para Carol.

°•°•°

Dois meses se passaram rapidamente como um relâmpago. A Carol estava feliz com a nossa vida e eu também. Não tinha nada dando errado.

Abri a aporta do apartamento enquanto segurava duas sacolas de compras. Eu tinha ido ao supermercado comprar algumas coisas, porque a nossa família iria jantar com a gente. A Carol estava empolgada.

- Eu vou preparar a comida - falei para Carol que estava mechendo no computador.

- Eu tava olhando as sobremesas.

- Por que a gente está fazendo isso tudo? É só um jantar com a nossa família.

- Faz um tempinho que todo mundo não se reúne, deve ser por isso.

- Você tem razão - falei.

Ela pegou uma mochila na minha mão e colocou em cima do balcão.

- Vamos começar agora - falou.

°•°•°

Estávamos todos reunidos em volta da mesa. Zayn contando alguma história para minha mãe, Carol e Vitão. Eu estava conversando com a Thay enquanto a gente jantava.

- Sério, você é louca - falei - desistir de uma vida pronta para vim para cá.

- Eu não gosto de ficar na mesmice, sabe? Fiz faculdade de medicina, mas o que eu sempre quis foi viajar pelo mundo. E além disso, comecei a gostar do Vitão.

- Nem sempre ir atrás da felicidade é a melhor opção, mas nesse caso foi.

- Sim, eu me sinto mais livre. Como se esse fosse realmente o meu lar.

- Parece que temos algo em comum - falei rindo.

- Amor - Carol me chamou - eu queria te mostrar uma coisa.

- O quê?

Ela se levantou e todos nós seguimos atrás dela. A Carol pegou o violão do Zayn e sentou-se no sofá.

- Faz tempo que eu não vejo ela cantar e tocar de verdade - Vitão comentou - Preparem-se para o show!

- Eu parei de cantar faz uns anos porque eu não sabia que isso iria fazer tanta falta na minha vida. Meu avô sempre dizia que eu era a artista da família, mas eu não levei a diante. Nesses dois últimos meses, foram os meses mais felizes da minha vida, e eu descobri que viver não era só respirar, mas também era amar e ser feliz. Day, eu fiz uma música para você, espero que goste.

- De um canivete ao violão - Vitão falou.

A Carol começou a cantar e eu só pude ficar mais feliz com a voz maravilhosa dela. A letra se encaixava perfeitamente com a sua voz. Ela tocou o violão como se fosse a coisa mais fácil do mundo e quando acabou a música, sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

- Agora você vai ter que me ensinar a tocar também - falei sentando ao seu lado e abraçando-a.

- Claro, amor - me beijou.

Olhei ao nosso redor e percebi o quanto todos nós estávamos felizes porque tudo estava dando certo em nossas vidas.

Depois de tudo o que aconteceu em Londres:  assassinatos, sequestros, brigas, mentiras, raivas e dores, eu só queria aproveitar o máximo de tudo o que estava ao meu alcance. Dar orgulho para minha mãe, tentar ajudar o Zayn com o novo trabalho dele, ser uma irmã para a Thay, dar conselhos para o Vitão e o mais importante, fazer a Carol feliz e se orgulhar de me ter como sua namorada.

The End

Então, gente, obrigada por acompanharem essa história até aqui, mesmo eu demorando para atualizar e tals (por causa da vida acadêmica, culpa dela).

Agradeço bastante a vocês por lerem, a lanesousacrvg pelo nome da fic e a Dayrol_Biazin por me motivar a continuar a escrever.

Thank u ❤️

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora