Day:
Acabei me vendo em frente de um espelho quebrado e sujo, era de tarde e o escuro da noite já estava tomando conta de todo o espaço do lugar. A única lâmpada só estava iluminando uma fração de 2/4, e, mesmo estando acesa, ela se apaga por segundos e depois voltava a iluminar.
Olhei para trás e vi a Carol com uma faca cravada em seu peito, perto do coração.
Minha vista escureceu, sentir meus pés se derretendo, olhei para Carol novamente e ela tinha virado pó...
Acordei sobressaltada. Olhei para o lado e a Carol estava dormindo ao meu lado. Me virei e comecei a encarar ela.
Eu estava assustada com a possibilidade de perder ela, e tudo o que eu mais queria era poder fazê-la bem.
Quando amanheceu, eu tinha me levantado da cama e estava olhando pela janela a brisa salgada que o vento soprava para dentro do quarto. A Carol acordou feliz, e então eu comecei a me sentir melhor.
- Bom dia, amor - falou me beijando - você acordou cedo.
- Sim, não dormi bem, mas agora te vendo, eu me sinto feliz.
Ela me abraçou e encostou seus lábios nos meus, então com beijos lentos, ela me puxou para mais próximo dela.
- Ontem eu pensei em uma coisa - comentou.
- O quê?
- A gente deveria ir morar sozinhas, sabe. Eu sei que é bom morar aqui com sua mãe e tudo mais, porém eu queria ter um lugar só para nós duas.
Passei meus dedos em seus cabelos cacheados e ruivos, estavam lindos como sempre.
- Eu também queria começar a trabalhar. Ficar sem fazer nada é ruim demais - falei.
- Sim, eu também penso nisso... - ela apoiou a cabeça no meu ombro - será que a sua mãe sabe de algum lugar para morarmos?
- Então vamos perguntar a ela.
Quando chegamos na cozinha, só a minha mãe estava no lá. Ela estava bebericando seu café e lendo o jornal.
- Mãe, a gente queria conversar com você... - falei sentando ao seu lado.
- Aconteceu alguma coisa de ruim?
- Não, mãe, eu acho.
- Queríamos morar em um lugar só para nós duas, sabe? - Carol falou.
- Eu entendo.
- Passamos boa parte do nosso relacionamento separadas ou sempre acontecia coisas que faziam a gente se distanciar, ao menos lá em Londres. E aqui queríamos um lugar só nosso - falei.
- Vocês têm razão - minha mãe falou - tá na hora de vocês duas começarem a viverem uma nova vida, até porque vocês vinheram morar aqui com esse objetivo, não é mesmo?
- Sim, e queríamos sua ajuda para mostrar a gente aonde seria um lugar legal para ficar - disse Carol.
- Claro que eu vou ajudar vocês, não tenham dúvidas.
°•°•°
Estávamos visitando um apartamento não tão longe da casa da minha mãe. O lugar era bonito, tamanho perfeito, a Carol estampava um sorriso no rosto.
- Acho que esse é o nosso lugar... - falou me abraçando.
- São 15 minutos até o centro da cidade se forem andando. A localização é perfeita para quem gosta de tranquilidade - falou o corretor.
- Acho que já temos um lugar perfeito, amor - falei para Carol.
°•°•°
Dois meses se passaram rapidamente como um relâmpago. A Carol estava feliz com a nossa vida e eu também. Não tinha nada dando errado.
Abri a aporta do apartamento enquanto segurava duas sacolas de compras. Eu tinha ido ao supermercado comprar algumas coisas, porque a nossa família iria jantar com a gente. A Carol estava empolgada.
- Eu vou preparar a comida - falei para Carol que estava mechendo no computador.
- Eu tava olhando as sobremesas.
- Por que a gente está fazendo isso tudo? É só um jantar com a nossa família.
- Faz um tempinho que todo mundo não se reúne, deve ser por isso.
- Você tem razão - falei.
Ela pegou uma mochila na minha mão e colocou em cima do balcão.
- Vamos começar agora - falou.
°•°•°
Estávamos todos reunidos em volta da mesa. Zayn contando alguma história para minha mãe, Carol e Vitão. Eu estava conversando com a Thay enquanto a gente jantava.
- Sério, você é louca - falei - desistir de uma vida pronta para vim para cá.
- Eu não gosto de ficar na mesmice, sabe? Fiz faculdade de medicina, mas o que eu sempre quis foi viajar pelo mundo. E além disso, comecei a gostar do Vitão.
- Nem sempre ir atrás da felicidade é a melhor opção, mas nesse caso foi.
- Sim, eu me sinto mais livre. Como se esse fosse realmente o meu lar.
- Parece que temos algo em comum - falei rindo.
- Amor - Carol me chamou - eu queria te mostrar uma coisa.
- O quê?
Ela se levantou e todos nós seguimos atrás dela. A Carol pegou o violão do Zayn e sentou-se no sofá.
- Faz tempo que eu não vejo ela cantar e tocar de verdade - Vitão comentou - Preparem-se para o show!
- Eu parei de cantar faz uns anos porque eu não sabia que isso iria fazer tanta falta na minha vida. Meu avô sempre dizia que eu era a artista da família, mas eu não levei a diante. Nesses dois últimos meses, foram os meses mais felizes da minha vida, e eu descobri que viver não era só respirar, mas também era amar e ser feliz. Day, eu fiz uma música para você, espero que goste.
- De um canivete ao violão - Vitão falou.
A Carol começou a cantar e eu só pude ficar mais feliz com a voz maravilhosa dela. A letra se encaixava perfeitamente com a sua voz. Ela tocou o violão como se fosse a coisa mais fácil do mundo e quando acabou a música, sentir uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- Agora você vai ter que me ensinar a tocar também - falei sentando ao seu lado e abraçando-a.
- Claro, amor - me beijou.
Olhei ao nosso redor e percebi o quanto todos nós estávamos felizes porque tudo estava dando certo em nossas vidas.
Depois de tudo o que aconteceu em Londres: assassinatos, sequestros, brigas, mentiras, raivas e dores, eu só queria aproveitar o máximo de tudo o que estava ao meu alcance. Dar orgulho para minha mãe, tentar ajudar o Zayn com o novo trabalho dele, ser uma irmã para a Thay, dar conselhos para o Vitão e o mais importante, fazer a Carol feliz e se orgulhar de me ter como sua namorada.
The End
Então, gente, obrigada por acompanharem essa história até aqui, mesmo eu demorando para atualizar e tals (por causa da vida acadêmica, culpa dela).
Agradeço bastante a vocês por lerem, a lanesousacrvg pelo nome da fic e a Dayrol_Biazin por me motivar a continuar a escrever.
Thank u ❤️
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Ghosts (DAYROL)
Fiksi PenggemarCONCLUÍDA É comum fazer coleções de moedas, carros, tampinhas de garrafas... Entretanto, Dayane Nunes tem um hábito de colecionar assassinatos. Tentando suportar a dor de tirar a vida das pessoas, Nunes enfrenta os fantasmas das suas vítimas por mei...