CAPÍTULO XVII - OU VOCÊ QUER?

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Uma semana depois...

Terça-feira - (19:45)

O dia havia desaparecido em um tom de laranja rosado. Uma das melhores paisagens que eu amava admirar.

Eu estava dentro do meu carro enquanto dirigia sem rumo pelas estradas de Londres. Uma dor fina tomava conta de uma parte da minha cabeça, e minha respiração doía. Eu havia acabado de correr alguns quilômetros para tentar focar em qualquer outra coisa que não fosse o que aconteceu.

Nos últimos dias, minha vida se resumiu em tentar fazer o máximo de esforço no meu corpo, com o objetivo de esquecer por um segundo todo o meu caos. Mas eu sempre falhava miseravelmente.

Depois de algumas voltas no meu bairro, parei em frente ao meu prédio e fiquei alí por bastante tempo até Vitão aparecer do nada.

(20:19)

- Mana! - ele abriu a porta do carro e entrou - você tá com uma cara de derrota!

- O que você quer? - perguntei - diminuir mais ainda a minha autoestima?

- Se liga no que eu vou dizer...

- E se eu não quiser?

- Você é obrigada - ele tirou do bolso da jaqueta uma pistola e apontou para minha cabeça - agora dirige.

- Estou cedendo a isso porque estou despreparada - liguei o carro e saímos de frente do prédio - Tá, agora o que você quer?

- Você deveria ir conversar com a Carol. Ela está mal.

- E você acha que eu estou como?

- Mas você não vai ceder se ela for atrás de você - ele travou a pistola e a colocou na jaqueta - odeio ver sua cara de derrota e a minha irmã tentando todos os dias ao menos ver sua cara.

- Ela escolheu isso.

- Você não pode ficar com raiva dela pelo restante da sua vida.

Foquei na estrada que se estendia pela rodovia. Minhas mãos estavam quase tremendo. Eu estava tentando segurar uma tempestade de lágrimas.

- O seu irmão está no apartamento da Carol e ela nem quer conversar com ele.

- Eu não tenho irmão.

- Não adiantar ignorar o fato de que seu irmão está vivo - Vitão pulou para o banco de trás - ele até te procurou...

- O que você está fazendo aí atrás? - perguntei.

- Eu quero saber o que você guarda nessa mochila que leva para todo lugar.

Olhei rapidamente para trás e o vi vasculhando cada parte daquela bolsa. Ele iria encontrar só um par de roupas, minhas pistola e...

- O que você está fazendo com o canivete da Carol? - perguntou o Vitão.

- E desde quando esse canivete é dela?

- As iniciais estão cravadas. C de Carol e B de Biazin.

- Ah.

- Vou guardar isso para mim... Ou você quer? - perguntou.

- Pode ficar com essa porcaria.

- Sabe o que eu quero agora? - perguntou pulando para o banco da frente - beber.

- Eu estou tentando ficar sóbria, mas exceções existem...

Um sorriso singelo surgiu em seu rosto.

(20:58)

Chegamos em um bar que estava localizado em uma rua pouco movimentada de Londres. O lugar estava com uma quantidade considerável de pessoas bebendo e conversando. Vitão, que tinha indicado o local para mim, já chegou cumprimentando um dos funcionários do bar.

- E aí, Pedro! - falou apertando a mão do homem em nossa frente.

- E aí, Vitão - depois olhou para mim - Olá!

- Oi - falei.

- Ah, essa aqui é a Day. Ela é a minha amiga e é a namorada da minha irmã - falou o Vitão.

- Ex... Ficante... - sussurrei.

Ele sentou em uma das cadeiras do balcão e já começou a beber alguma coisa que eu não tinha prestado atenção. Pedro ficava me encarando enquanto eu trocava meu olhar entre ele e o Vitão quase bêbado.

(23:44)

Eu estava virando a minha bebida e o Vitão tava longe de mim dançando estranhamente quando alguém se aproximou de mim:

- Oie... - uma garota sentou ao meu lado e começou a puxar conversa - meu nome é Thay e o seu?

- Day.

- Gostei - ela soltou uma risada e depois ficou séria rapidamente - eu vi que você é amiga daquele cara alí - apontou para Vitão - me apresenta ele...

- Acho melhor não, ele não tá sóbrio.

A garota logo desanimou, mas mesmo assim continuou a conversar comigo e eu nem queria saber sobre a vida dela. Me levantei com o copo ainda na mão e senti uma tontura. Eu tinha bebido uma quantidade de álcool expressiva para a minha sobriedade começar a ir embora.

Me aproximei do Vitão e segurei o seu braço.

- Vamos embora - falei.

- Mas já?

- Sim - comecei a puxar seu braço. E logo ele me seguiu.

(23:56)

O estacionamento não estava cheio, mas eu tinha esquecido aonde meu carro estava. E o Vitão nem abrindo os olhos estava. E para completar a nossa desgraça, a garota seguiu a gente.

- Olá!

- Vai embora - falei.

- Oi, gatinha... - Vitão começou a falar, mas a freada de uma van o interrompeu.

- Que isso...? - Thay perguntou.

- Não deve ser boa coisa.

A van parou muito perto da gente e depois desceu cinco homens armados. Eles estavam focando em nós dois, mas a Thay acabou sendo um bônus.

- Se vocês não colaborarem, mato todo mundo agora mesmo - ele olhou para mim - ouvi dizer que sua cabeça tá valendo uma grana preta.

Thay soltou um ruído de choro e minha cabeça começou a doer profundamente. Então, de repente, Vitão caiu no chão.


°•°•°

Olá, pessoas lindas.

Eu gostaria de agradecer a vocês por estarem acompanhando essa fic.

Thank u ❤️

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora