CAPÍTULO IX - MILIMETRICAMENTE

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Carol:

A necessidade do ser humano de se socializar era notável alguns séculos atrás, agora, virou uma necessidade ficar 24 horas por dia conectado em suas respectivas redes sociais, porém a minha querida Day nunca exercia alguma atividade na internet que eu poderia observar.

Eu estava deitada no sofá da minha casa esperando a Dayane voltar de onde ela tinha ido.

A precisão que ela tinha em seus movimentos era algo extraordinário. Eu ficava focada em seus paços e traços. A atração gravitacional estava me fazendo ficar mais perto da Nunes.

Desliguei meu computador quando meu celular alarmou a hora de eu ir visitar o meu querido avô no hospital. Coloquei meu celular no bolso e saí de casa para o meu encontro no hospital.


(...)

Quando eu cheguei no prédio do hospital, minha reação foi ficar nervosa. Eu iria encontrar meu avô de novo, e isso me deixava ansiosa.

Ele era a minha maior inspiração para tudo, e agora estava quase morrendo. Sua alma iria sair do seu corpo para sempre e iria me deixar sozinha aqui.

Entrei no elevador e segui até o quarto do meu "grandfather". E ele estava deitado na cama com um olhar longe o suficiente para me deixar preocupada.

- Oi, Vô...?

Ele olhou para mim e sorriu carinhosamente.

- Você fez o que eu mandei?

- Fiz, e ainda estou fazendo. Está indo tudo certo.

- Tudo isso só faz me atrapalhar - ele falou apontando para uns equipamentos do seu lado.

- Eu tentei vir antes, mas os médicos disseram que o senhor não queria visitas...

- Verdade, as vezes eu gosto de ficar só, como você sabe...

A gente prosseguiu uma longa conversa sobre o futuro dos negócios e como faríamos tudo dar certo.

Já fazia um grande tempo que comecei a trabalhar com meu avô, antes mesmo dele ficar doente.

Havia se passado horas desde que eu tinha chegado, então eu precisava ir embora por causa do horário do hospital.

- Olha, eu pretendo voltar e ver o senhor bem, okay? - falei sorrindo.

- Você pode vir mais vezes mesmo.

(...)

Eu tinha chegado no meu apartamento já fazia alguns minutos e a Day ainda não. Eu já estava com muita impaciência quando alguém bateu na porta, então abrir ela logo em seguida.

A Day estava bêbada. Muito bêbada, aliás. Quase caindo no chão.

Segurei ela pela cintura e a conduzir até dentro de casa. Eu iria colocá-la deitada no sofá, mas não deu certo, porque ela caiu por cima de mim e me prendeu sobre o chão da minha sala.

- Você pode sair de cima de mim? - falei com certa dificuldade.

Ela só emitiu um pequeno gemido de insatisfação e fechou os olhos. Pronto. Eu teria que dar um jeito nisso tudo. Tirar ela de cima de mim e tentar colocá-la no sofá.

- Que isso, mana? - Vitão chegou na sala com uma expressão de riso - Tem um quarto alí, viu?

- Vai se lascar, Victor! - indaguei - Me ajuda aqui!

- Eu estou enfermo.

- Me ajuda aqui, inferno! Vamos colocar ela no quarto mesmo.

Depois de rir por um século, ele me ajudou a ajeitar a Dayane e levá-la para o quarto.

- Eu vou dar uma saída, se precisar de alguma coisa, me liga - Vitão falou saindo do lugar.

Eu comecei a posicionar a Day na cama de uma maneira mais confortável.

A Dayane era uma bêbada muito linda. Eu estava sentada do lado dela observando cada traço e cada suspiro que ela dava em meio a tanto álcool em sua composição.

Passei minha mão em seu braço e pude observar melhor as suas tatuagens e como cada uma ficava perfeita em sua pele suave.

A cada respiração dela, eu suspirava com a possibilidade de um possível sentimento que consumia a minha alma e a minha sanidade mental. Eu estava a poucos passos da paixão, só faltava um olhar dela para eu me perder completamente em seus braços desenhados milimetricamente.

Me deitei ao seu lado, e sem nenhuma intenção, dormir com o seu perfume doce e delirante, mesmo havendo vestígios do odor do álcool.

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora