CAPÍTULO II - PUB

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Percorri o olhar sobre o pequeno canivete que estava alojado no pescoço de um morto.

Bem, dessa vez não tinha sido eu quem o matou. Pois, os meus assassinatos são mais elaborados e simplesmente não são feitos com canivetes.

Provavelmente, essa pessoa que fez o assassinato deve ser totalmente inexperiente, pois as siglas C.B. estavam cravadas na pequena arma branca.

Puxei o canivete e enrolei num pedaço de pano que eu tinha na minha mochila.

Saí dali rapidamente, porque eu não poderia correr o risco de ser pega numa cena de crime que não foi provocada por mim.

Se um dia eu for presa, eu terei que ser reconhecida pelos meus atos. Mesmo sendo ridiculamente a coisa que eu mais odeio fazer.

Enquanto eu caminhava tranquilamente, duas viaturas passaram em direção contrária em que eu estava indo. Provavelmente, eles iriam até o carinha morto.

Depois de rodar pelas ruas iluminadas de Londres, enfim achei um Pub aceitável.

Era noite de véspera de natal, então as iluminações coloridas davam um toque de espírito natalino e me faziam sentir esperança para o meu futuro que provavelmente seria morar em um buraco eternamente.

Adentrei no lugar e já notei que não havia muitas pessoas. Uma situação muito boa para mim.

Sentei no balcão que tinha mais duas pessoas sentadas e conversando entre si.

Posicionei meu olhar no barman, que estava olhando estranhamente para mim.

Seus cabelos grandes e cacheados combinavam perfeitamente com os seus traços definidos e belos do rosto.

- A senhorita irá querer algum drink?

Eu estava fitando os seus olhos, mas o que chamou a minha atenção foi seu pircing no nariz. Com toda certeza, aquela combinação de aparência era simplesmente perfeita.

- Ah, sim. Eu quero um Dry Martini. Por favor.

- Claro.

Observei o seu olhar sair lentamente do meu e em seguida, começar a preparar o drink.

Depois de passar um tempo preparando a bebida, o barman se virou para mim e começou a me olhar de uma forma mais estranha.

Isso obviamente começou a me incomodar de uma forma que eu não poderia ficar calada:

- O que você tanto olha para mim?

Ele desviou o olhar rapidamente e então me respondeu pegando um copo vazio que estava sobre o balcão:

- É que você se parece com uma pessoa que eu conheço. Mas provavelmente é engano. Desculpe-me.

Ele se virou e começou a mexer em alguma coisa.

Beberiquei um pouco do Dry Martini e soltei um leve suspiro de desânimo. Provavelmente, eu sairia daquele pub muito bêbada.

Um barulho ensurdecedor tomou conta do ambiente que antes estava calmo. Meu olhar percorreu rapidamente até uma parte do local destruído.

Haviam quebrado os vidros de uma grande estante que guardavam uns copos diferentes.

Eu logo percebi que não era uma briga, mas sim um assalto.

Me levantei rapidamente e procurei minha Pistola que estava na bolsa.

Mirei na cabeça de um indivíduo que estava portando uma arma e consegui derrubá-lo imediatamente.

Me agachei perto do balcão e observei mais duas pessoas com máscaras no rosto entrando no estabelecimento.

Um deles sacou uma pistola e apontou para o barman de cabelo cacheado.

Senti uma frieza no olhar escuro e petulante do portador da pistola. Seus braços estavam firme enquanto segurava a arma de fogo.

Milhares de pensamentos jorraram em minha mente e eu imediatamente selecionei um para tentar amenizar o grande problema existente.

Me levantei e corri em direção da pessoa que estava ameaçando a vida do barman.

Como uma cena de cinema, pulei em cima do indivíduo e dei dois tiros em sua cabeça, mas o seu comparsa mirou uma pistola de baixo dano em direção ao carinha de cabelos cacheados e atirou nele. Depois correu em direção a saída do pub.

Me levantei e saí do pub para ver se eu ainda conseguiria pegar o sujeito, mas infelizmente ele sumiu.

Voltei a entrar no lugar e localizei o barman deitado no chão.

Algumas pessoas que estavam no lugar demonstravam reações diferentes ao atentado: uma mulher chorava no canto enquanto um homem tentando, miseravelmente, consolá-la. Algumas em estado de choque e o casal do balcão estavam agachados perto do barman.

Me aproximei do funcionário baleado e percebi que ele estava vivo e acordado.

- Eu preciso que alguém chame uma ambulância - falei enquanto me agachava perto do homem.

A mulher que estava perto pegou seu celular e começou a ligar.

Me voltei para o homem baleado:

- Ok. Agora você só precisa ficar com o olho aberto - falei enquanto levantava a blusa dele para ver o ferimento.

- N-não é n-nada fácil! - falou enquanto fazia uma careta de dor.

- Então conversa comigo - me sentei do seu lado - quantos anos você tem?

- E-eu não quero conversar!

- Ah, mas você precisa. Se quiser morrer, eu saio imediatamente daqui e você se fode.

- 19 a-anos.

- Você é bastante novo, hein?

Continuei a fazer perguntas até a ambulância chegar:

- Só mais uma última coisa... Qual é o seu nome? - falei enquanto os paramédicos chegavam no local.

- Vitão.

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora