CAPÍTULO XIV - EU ODEIO VOCÊS

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Day:

A Carol tinha ido embora sem dar satisfação e obviamente eu tinha ficado com muita curiosidade.

Me vesti e fui atrás dela, mesmo eu achando errado, não deixei ela perceber que eu a seguia.

A ruiva nem tinha ido ao próprio apartamento, nem sequer usou os elevadores do prédio. Não sabia qual era a situação que ela estava envolvida, mas eu iria descobrir. Não importaria o que eu poderia perder por isso.

Carol tinha saído em direção ao lado sul do bairro de onde a gente morava. Era um lugar que particularmente eu tinha algumas desavenças com certas pessoas que alí habitavam.

Continuei a seguir ela mesmo sabendo que isso era errado, eu queria descobrir o que ela estava fazendo e eu saberia de um jeito ou de outro o que tudo aquilo significava. Talvez algumas respostas para perguntas que eu tinha no meu interior, respostas que eu pretendia saber.

A Caroline entrou em um prédio velho aonde eu já tinha ido anteriormente, talvez menos de um ano atrás, eu queria saber o que ela estava fazendo ali, não havia motivos aparentemente.

Ela não tinha me visto enquanto eu a seguia pelos corredores escuros e muito maltratados do prédio velho, depois de subir alguns andares ela entrou em um apartamento.

A porta não tinha se fechado completamente, eu brechei e quando vi que não tinha ninguém aparentemente, entrei.

Em um cômodo da casa, havia um pequeno falatório. Eu fui escutar melhor o que estavam falando:

- ... E você acha que também é fácil para mim ter que se esconder por todos esses anos? - falou uma voz masculina que eu conhecia, mas não me recordava quem seria.

- É mais fácil para você do que para mim - falou a Carol - não é você quem está apaixonado por ela!

- Mas ela é minha irmã! Eu tenho sentimentos por ela!

- Mas não é o suficiente! Você nem sequer tentou contato com ela!

Eles estavam basicamente brigando. Eu abri um pouco mais a porta. Então pude ver quem era que estava falando com a Caroline.

Era o meu irmão...

- ... Se eu me lembro bem, você quem tentou matar ela! - falou o Zayn.

Me matar? A Carol? Quê?

- Eu tentei vingar a sua morte, e claramente eu teria feito se você não tivesse aparecido.

- Se apaixonar em trabalho não é uma boa ideia, cunhadinha.

- Só me apaixonei depois que você apareceu. E eu também me lembro que você tentou matá-la com uma faca. UMA FACA! NA FRENTE DE SUA MÃE!

- Não grita comigo. Eu tive motivos.

- Seus motivos não justificaram as suas ações - A Carol se virou de onde tava e foi em direção a porta. Saí imediatamente do ponto de visão.

- Aonde você está indo? - perguntou o Zayn.

- Enganar o amor da minha vida mais uma vez por sua causa...

E naquele momento eu chutei a porta fortemente até ela fazer um barulho ensurdecedor, revelando a minha silhueta para a Carol e o Zayn, já que o local estava escuro.

- Day! - falou Carol abismada - Eu posso explicar!

- Explicar o que, Caroline? Que você sabia que meu irmão estava vivo? Que tentou me matar? Que me enganou todo esse tempo? Quais outras mentiras você guarda?

- Day, eu...

- Cala a sua boca! - a interrompi - E você? - falei olhando para o Zayn - Me deixou todos esses anos me sentindo culpada por uma coisa que eu não fiz. Eu odeio vocês dois, com todas as minhas forças. EU ODEIO.

- Day, me escuta! - falou a Caroline desesperada.

- Eu não tenho nada o que escutar. Não quero ver nenhum dos dois em minha frente. Você já estava morto para mim e vai continuar - me virei em direção da Caroline - E você morreu agora para mim.

- Não fala isso, Day! - a Carol abraçou minha cintura e começou a chorar. Segurei o seu braço e soltei de mim.

- Eu não falo com mortos - saí do lugar quase correndo.

Cheguei no meu apartamento e me sentei no chão de tanto chorar. Meu coração doía, eu não sabia se eu iria conseguir viver com tudo aquilo que eu descobrir. Minha visão escureceu e eu só puder aceitar o fato de que eu queria morrer alí mesmo.

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora