CAPÍTULO VI - RESPOSTAS

1.1K 148 13
                                    

Abri meus olhos. Eu precisava sair dali imediatamente. Me levantei com uma certa dificuldade e comecei a cambalear até uma árvore. Me encostei e respirei profundamente.

Escutei um certo falatório e gritos vindo na direção do ocorrido. Eu teria que desaparecer desse lugar.

Comecei a correr em direção à saída do condomínio pela lateral. Tinha uma brecha no muro, fora por alí que eu tinha entrado.

Eu estava de máscara e capus. Meu cabelo estava preso em uma toca, para as câmeras não perceberem que o suposto assassino era uma mulher.

Me esgueirei pela brecha no muro e conseguir saí dali com sucesso.

Fui até um pequeno beco que tinha uma saída quase secreta e tirei meu capus, a máscara e a toca, depois coloquei-os dentro da minha mochila. Vesti uma blusa branca e atravessei a passagem do beco, dando de cara com outro beco de uma avenida quase movimentada.

Ajeitei o meu cabelo de lado e adentrei na avenida procurando o lugar onde eu tinha estacionado o meu DB5.

Cheguei no meu apartamento alguns minutos depois. E sem perceber, eu acabei chutando um jarro de flores que tinha no corredor, ele era de vidro e fez muito barulho . O estardalhaço acabou fazendo com que algumas pessoas saíssem de seus respectivos apartamentos para verem o que tinha acontecido, inclusive a Carol.

Ela se aproximou de mim com uma face irritada, mas quando fixou seu olhar em mim, sua expressão mudou.

- O que você tem? - perguntou com uma voz baixa e calma - Você parece não estar nem um pouco bem.

Eu balancei a cabeça negativamente e depois coloquei minha mão no bolso da calça. Eu estava sem saber o que fazer.

- Vamos até a sua casa.

Ela puxou o meu braço e praticamente me arrastou até o meu apartamento que não era nem um pouco longe dali.

- Cadê suas chaves? - perguntou quando chegamos em frente ao apartamento.

Coloquei a bolsa na minha frente e abri, revelando as coisas que tinham dentro. Peguei a minha chave rápido e fechei a bolsa. Abri a porta e adentrei, tentei fechá-la rapidamente, mas a Carol me impediu.

- Acho que você fez alguma coisa ruim hoje - ela supôs - depois de ver esses objetos na sua bolsa...

- Você é bastante intrometida - retruquei - quando eu pergunto as coisas, você nunca responde!

Ela entrou no meu apartamento e depois sentou-se no sofá e sorriu para mim.

- E você quer saber o quê? - seu meio sorriso ficou mais aparente - Pergunta o que você quiser.

Eu não queria um meio sorriso, queria um um inteiro, pensei, mas logo expulsei esse pensamento para longe da minha cabeça.

Fechei a porta e comecei a pensar na questão que eu queria saber desde a primeira vez que eu a conheci.

- Você trabalha para o Sr. Campbell? - perguntei - por que me fez a entrega no lugar dele? Geralmente, ele faz questão de ir pessoalmente ao meu encontro...

- Ah, mas isso não importa...

- Então se você não quiser responder, não sei por que está aqui.

Joguei minha mochila no sofá, bem do lado dela. Eu pude ver um pouco do seu receio com o meu ato.

- Tá certo então - ela desviou o seu olhar do meu, mas logo voltou a me encarar - O Sr. Campbell é meu avô. E ele não está em condições de saúde de fazer os trabalhos dele, então eu fiz.

- É a herdeira do esquema mafioso do seu avô. Vai entrar para polícia também e desviar armas e munições, srta. Campbell?

- Ridícula você, viu? - ela se levantou - meu nome não tem Campbell e meu avô não tem nenhum esquema mafioso. E olha só... Você compra as mercadorias que ele fornece.

- Meus negócios é com ele, e não com você, viu? - cruzei os braços - deve ser por esse motivo que tentaram matar o seu irmão. Porque você se mete em coisas erradas.

- Não coloca meu irmão nesse meio. Ele não tem nada haver com isso!

- Coitado dele... - falei

- Vou embora, você é uma pessoa perturbada.

Ela começou a andar em direção a saída, mas eu a impedi ficando em sua frente.

- Agora você vai me fazer sua prisioneira?

- Aposto que se eu fizesse isso, ninguém sentiria a sua falta.

Ela me empurrou e então abriu a porta e saiu. Obviamente eu fui atrás dela, com receio do que poderia acontecer, mas eu fui atrás.

Ghosts (DAYROL)Onde histórias criam vida. Descubra agora