Capítulo XIV

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                  Dominic.

Porra!! Caralho!!

Como Pricceli conseguiu passar pela segurança sem ser visto e ainda teve o atrevimento de falar com Elizabeth?

Estou no limite do meu ódio, não é possível tamanha incompetência desses soldados, Elizabeth poderia estar morta agora. Só de pensar nessa possibilidade um arrepio percorre minha coluna. A forma como ela correu até mim, tão assustada e vulnerável... nunca antes tinha a visto assim e não gostei nem um pouco, prefiro a Elizabeth que me xinga, me enfrenta, não essa que não consegue nem falar, ela está retraída apenas agarra minha mão com toda sua força enquanto tentamos chegar até o carro, temos que passar na mesa onde ela deixou sua bolsa, estávamos quase saindo quando escuto a voz do Sr. Moore.

– Ah, já estão indo? – Pergunta enquanto se aproxima de nós.

– Sim, eu não estou me sentindo muito bem pai. – Elizabeth com a voz um pouco mais baixa.

– O que você tem querida? – Pergunta preocupado.

– Só uma dor de cabeça, nada demais. – Diz sorrindo levemente.

– Vai para a casa do Dominic? – Arqueia uma sobrancelha, igual a filha costuma fazer.

– Sim, não se importa né? – Pergunta delicadamente e o pai sorri desconfiado.

– Pode ir, juízo hein?

– Eu tenho de sobra, diga a mamãe e a Jane que eu disse tchau. – Se inclina e beija a bochecha do pai.

– Foi um prazer conhecê-lo Sr. Moore. – Aperto sua mão e ele retribui.

– Igualmente Dominic, cuidado com a minha filha!

– Eu terei senhor. – Nos despedimos e passo meus braço por seus ombros, trazendo ela pra perto de mim, assim que ligo o carro decido cortar o silêncio, preferi não falar com esses imprestáveis desses soldados agora, ou arrancaria a cabeça de um deles.

– Você está bem? – Pergunto cauteloso. Ela respira fundo e passa a mão pelo rosto.

– O que aquele cara queria comigo?

– Eu não sei Elizabeth, mas agora eu vou caçar esse desgraçado até no inferno e ele vai pagar muito caro por todas as merdas que te disse e por ter se aproximado de você! Fica tranquila que eu não vou deixar que ele te machuque. – Cubro sua mão com a minha e ela sorri levemente.

– Obrigada, Dom Salvatore. – Diz provocante. – Sabe, isso tá parecendo mais um roteiro bem pobre de algum filme antigo sobre a máfia, sem ofensas. – Dou risada com sua comparação.

– Não ofendeu. – Volto a prestar atenção na estrada.

– Mas é que tudo isso me parece tão surreal.

– Desculpe ter te metido nessa merda toda, mas se você tivesse me obedecido quando disse pra sair daquele restaurante.. – A provoco esperando arrancar um sorriso ou um comentário esperto da sua boca, não aguento vê-la com essa expressão assustada.

– Se você não tivesse sido tão grosso quem sabe.. – Diz com a voz irritada e fico feliz por sua expressão amedrontada ter dado lugar ao sem olhar feroz de sempre.

– Desculpa, nada disso foi sua culpa. – Percebi nesse tempo de convivência com Elizabeth que as vezes ceder é a melhor opção.

Ela apenas assente e faço o resto do caminho em silêncio, quando chegamos no apartamento ela se joga no sofá e suspira cansada. Me sento ao seu lado e coloco suas pernas sob as minhas e começo a tirar sua sandália.

– O que você tá fazendo? – Diz com a voz cansada.

– Estou fazendo uma massagem nos seus pés. – Respondo simplesmente e ela se levanta me encarando chocada.

– Oi? – Diz como se eu tivesse acabado de dizer que Paris Saint Germant é o melhor da euro copa.

– Qual é o problema? – Que mulher louca.

– Um homem como você fazendo massagens? Assim do nada? Inacreditável.

– Pode não parecer senhorita Moore, mas eu fui criado para ser um gentleman. – Ela sorri e volta a se deitar.

– Então pode continuar com sua massagem gentleman.

{.....}

  Elizabeth acabou dormindo no sofá, enquanto eu massageava seus pés, decidi colocá-la na minha cama, afinal se estivesse acordada iria para seu quarto, e estou muito preocupado para deixá-la sozinha, fora o fato de que dormir com ela ao meu lado é muito bom, só espero que ela não me bata quando acordar. E agora aqui estou eu, como um maluco psicopata observando enquanto ela dorme tranquila, só de imaginar que Pricceli pode estar pensando em tirar a paz que vejo no rosto da minha garota agora, eu poderia arrancar a cabeça dele.

Saio de meus pensamentos quando escuto meu telefone tocar em cima do criado mudo, não estou afim de falar com ninguém agora, mas não quero acordar Elizabeth então atendo o telefone sem nem ver quem é, saindo do quarto logo em seguida.

– Fala.

– Oi, Dominic. Estou bem também amigo, obrigado por perguntar. – A voz de Thomas soa na outra linha.

– O que houve? – Pergunto direto.

– Bom.. Já percebi que você não está de muito bom humor, mas enfim você vem na festa sexta feira, né?

Oh merda!

Tinha esquecido completamente dessa festa em um dos salões de Thomas, não posso deixar Elizabeth sozinha, afinal ficou bem clara a incompetência dos meus soldados não posso confiar o bem estar da minha Lizzie na mão deles, e também não tenho como faltar nessa festa, onde todos os capos se reúnem, eles poderiam tomar como uma afronta e eu não estou pronto para entrar em outra guerra, não tenho outra saída, terei que levar Elizabeth comigo.

– Sim eu vou, coloque um lugar à mais do meu lado.

– O que? Dominic Salvatore vai acompanhado? Não consigo acreditar! – Qual a porra do problema dessas pessoas que sempre duvidam de mim?

– Sim, eu vou qual é o problema?

– Nada, é só que não é comum vindo de você, nunca foi acompanhado em nenhuma das festas, nem as minhas garotas iam com você. – Diz chocado.

– Pois eu não tinha interesse em nenhuma das suas prostitutas. – Seria um ultraje comparar Elizabeth com alguma daquelas mulheres.

– A garota que vai com você é a que Pricceli está atrás?

– Como todo mundo já sabe disso? – Pergunto controlando a minha raiva. Merda! As coisas tão piores do que imaginei.

– As notícias correm por aqui. E parece que ele não vai sossegar até consegui-la.

Respiro fundo controlando o impulso de ir agora mesmo á procura desse homem e fazer ele se arrepender do dia que ousou se meter no meu caminho.

– E agora eu não vou sossegar até ter a cabeça dele em uma bandeja.

– Uou, parece que ela é realmente importante pra você. – Constata chocado.

– Eu vou fazer de tudo para proteger Elizabeth, agora meu objetivo é acabar com a vida desse homem, ele já me trouxe problemas demais.

– Certo, eu.. vou reforçar a segurança aqui e adicionar um lugar para ela. Pode contar comigo, para o que você precisar cara. – Diz sério e sei que Thomas é uma das pessoas mais confiáveis nesse meio, somos amigos há anos.

– Obrigado, cara. Nos vemos quinta. – Me despeço dele e suspiro voltando para o quarto e observo Elizabeth dormir, apesar do dia agitado ela suspira serena em seu sono.

Essa mulher se transformou em pouquíssimo tempo uma das pessoas mais importante da minha vida, e só de imaginar as coisas que aquele filho da puta pretende com ela, um ódio toma conta de mim, estou disposto à qualquer coisa para mante-la segura, e eu irei protegê-la até meu último suspiro.

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SalvatoreOnde histórias criam vida. Descubra agora