Capítulo XXX

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Elizabeth

Nunca imaginei como seria meu pedido de noivado, nunca se quer pensei que me casaria um dia, essa nunca foi minha vontade, me prender a alguem até que a morte nos separe? Ou pior ter que enfrentar um longo e insuportável processo de divórcio, mas ontem a noite quando Dominic deslizou aquele belíssimo anel pelo meu dedo, parecia tão certo, tão certo ser a esposa dele, então aceitei.

Sei que é uma loucura afinal o conheço só há três meses, mas tudo que vivemos e tudo o que sentimos fazem com que eu sinta que ele está na minha vida há anos, deve ser uma daquelas conexões de alma, pois é assim que eu me sinto, porém nem tudo são flores, imaginei a manhã seguinte do meu pedido de casamento com Dominic me acordando beijando meu corpo inteiro ou um café da manhã cheio de coisas gostosas na cama, mas cá estou eu, com a cabeça encostada no vaso chique do banheiro gigante dele, vomitando tudo que um dia já comi, admirando meu lindo anel com um delicado brilhante solitário, com as mãos apoiadas na latrina.

– Elizabeth? – A voz confusa e sonolenta dele vem se aproximando.

– Oh não. – Murmuro e vômito mais um pouco. Que droga.

– Elizabeth, onde você... – Sua voz morre ao olhar pra mim, coitado deve estar se questionando é com essa mulher seminua colocando os bofes pra fora que quer se casar? Que humilhação! – Aí meu Deus o que aconteceu com você?

– Ah, não se aproxima pode ser contagioso. – E quinhentas vezes mais humilhante pra mim.

– Foda-se se é contagioso, eu tô preocupado com você. – Se ajoelha ao meu lado e segura meus cabelos enquanto alisa minhas costas. – O que está sentindo, meu amor?

– Parece que tem um.. alien na minha barriga revirando todo o meu estômago.

– Eu falei pra você não comer aquela comida gordurosa. Desde quando está se sentindo assim? Por que não me acordou? Eu poderia ter ficado aqui com você, vou.. vou chamar uma ambulância. – Começa a falar desesperadamente e andar de um lado para o outro, estaria dando muita risada se não estivesse tão mal.

– Não precisa de ambulância Dominic, eu geralmente me sinto mal de manhã não é nada demais.

– O que? – Brada no banheiro. – Então essa não é a primeira vez que isso acontece? Vamos agora para o hospital.

– Já disse que não precisa!

– Eu não vou ficar viúvo antes do tempo, escuta bem, nos vamos ao hospital! – Me carrega até a cama e me deita nela enquanto vai ao banheiro e se veste na velocidade da luz, logo depois volta e joga minhas roupas de ontem. - Droga! Devia ter trazido as suas roupas, vou ligar para o Enrico e mandar ele enviar suas roupas!

– Que roupas?

– As que eu comprei pra você na Itália. Oh merda agora você vai ter que sair daqui com essas roupas, nesse frio.

– Dominic, tá fazendo no mínimo uns vinte e cinco graus, não tá nevando. – Falo enquanto me visto.

Levanto devagar, agora me sentindo muito melhor e vou até o banheiro escovar meus dentes, ele já havia comprado uma escova de dentes pra mim o safado já tinha planejado tudo, ele resmunga algumas coisas em italiano que não consigo entender e pega sua carteira e minha bolsa, aparecendo na porta do banheiro logo depois.

Como esse homem pode ser tão rápido? Seu desespero chega a ser engraçado e agora que estou melhor posso rir dele.

– Por que está rindo? Deve ser alguma coisa neurológica já li sobre isso, precisamos ir ao hospital agora mesmo. – Me pega no colo e começa a descer as escadas.

– Aí meu Deus. – Minhas risadas aumentam. – Você é maluco, não preciso ir ao hospital, já chega! – Meu humor muda, ele já está começando a me irritar.

– Precisa sim! E eu não vou desistir até você ser atendida por um profissional!

– Eu não vou! – Começo a bater em seu peito. – E você não pode me obrigar.

– Considerando o fato de que você está pálida e fraca nos meus braços e provavelmente não tem forças pra me atacar, você vai sim!

– Eu te odeio.

– Own também te amo, bella.

{....}

– Que ridículo! Isso é completamente ridículo e desnecessário! – Exclamo e cruzo as pernas.

– Estava apenas querendo me certificar que você está bem.

– Você solicitou um exame de sangue! A porra de um exame de sangue sem necessidades alguma, eu só vomitei.

– Não é sem necessidade se o médico me deu razão, se eu estivesse delirando ele iria te mandar pra casa, agora para de reclamar e para de dobrar esse braço. – Ele mantém meu braço esticado na cadeira, porque é claro, eles me colocaram no soro.

Nunca vi um ser humano tão exagerado quanto Dominic, e pior ainda são esses médicos dando palco pra esse maluco dançar, ele correu como um doido pelas ruas, por isso meu enjoou voltou, parou em um dos hospitais mais caros da cidade, aqueles que com certeza o meu plano de saúde não cobre, me carregou no colo!

Isso mesmo no colo. As enfermeiras acharam que eu estava morrendo, mas só estava tonta e com enjoo e então chegamos na melhor parte, Sr. Dominic Salvatore delegando tarefas no hospital como se estivesse na porra da máfia dele e o pior, todos obedeceram, o que me fez pensar que ele realmente é um homem muito influente, como eu nunca ouvi falar dele antes? As pessoas parecem temê-lo, por isso em cinco segundos uma equipe já estava a minha disposição.

A simpática médica que me atendeu verificou meus sinais vitais e o ferimento da bala, para ver se não tinha infeccionado, e como eu já sabia, não tenho nada, mas ela perguntou sobre meus sintomas e pediu um exame de sangue. Creio que pela feroz insistência de Dominic, ele acha que pode ter alguma bactéria que só irá se manifestar no meu sangue, então cá estou eu, esperando a médica voltar com meu exame e tomando esse soro pra não desmaiar, até que ela me libere pra comer.

– Mais quantas horas nos vamos ficar aqui hein? – Pergunto com tédio.

– O necessário para que você saia daqui bem... – Ele ia continuar o seu discurso, mas então a médica entra no quarto em que estamos, sim ele pediu um quarto todo equipado só pra eu tomar a porra de um soro.

– Olá Srta. Moore, está melhor?

– Sim, estou ótima, já posso ir pra casa?

– Há quanto tempo a Senhorita vem sentido esse mal estar?

– Ahn.. há mais ou menos duas semanas.

Duas semanas? - Dominic praticamente grita e eu o olho furiosa, acho que esse olhar é recíproco. – Por que não me contou?

– Por que não é nada demais, não é doutora?

– Sim, na verdade no seu estado é bem comum. – Ela diz tranquila. Essa mulher está louca?

– Me desculpe, o que? – Ela me olha chocada e então sorri, maluca da porra.

– Senhorita não sabia? Bom, meus parabéns a Senhorita está grávida! Seis semanas recém completas, meus parabéns aos papais!

Grávida?

Fodidamente grávida??

Parece que meus olhos irão saltar da órbita!

Mas que porra é essa??

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SalvatoreOnde histórias criam vida. Descubra agora