Capítulo III

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Elizabeth.

Me aproximo da voz e usando a lanterna do meu celular consigo enxergar apenas um pare de sapato em meio as latas de lixo.

Sapatos caríssimos diga-se de passagem, me lembro de ter fotografado uma campanha para essa marca, só esse simples sapatinho cobre meu aluguel por mais de dois meses.

O que um homem com sapatos tão caros faz aqui em meio ao lixo? Será que foi tentativa de assalto? Não, teriam levado os sapatos ou não teriam?

Sacudo a cabeça me xingando mentalmente porquê estou pensando tanto nos sapatos desse homem que até o momento segue como uma ameaça em potencial a minha integridade física ?

Curiosa acabo chegando mais perto vejo uma poça de sangue no chão e um homem bonito...muitíssimo bonito apertar os olhos quando a luz o atinge.

– Ah meu Deus você está ferido. – Exclamo preocupada, ele está pálido, muito pálido mas mesmo assim acho que é o homem mais lindo que eu já vi na vida.

Ele tem um rosto másculo, maxilar marcado com uma leve barba negra assim como seus cabelos muito bem aparados, os olhos cor de mel parecem brilhar na luz e os lábios agora franzidos parecem convidar-me a beijá-lo.

Mas o que eu estou pensando? O homem sangra e eu preocupada em beijá-lo loucamente, se toca mulher!

– Deixe-me ajudá-lo! – Digo apagando meu cigarro e indo em sua direção.

– Por que fuma? – Ele me ignora completamente e apenas pergunta.

– Porque eu quero.

– Não deveria – Responde simplesmente enquanto me examina com o olhar.... e que olhar. –  Pode lhe fazer muito mal.

– Nossa, você deve ser a centésima pessoa a dizer isso obrigada pelo conselho. – Respondo assim que consigo me recuperar do seu olhar 43 Estou começando a me irritar, quem está aqui caído sangrando é ele mas quem esta sendo interrogada sou eu?

– Deveria ouvir as cem pessoas. – Diz petulante.

– Você quer a minha ajuda ou não?

– Não, alguém já deve estar vindo me buscar. –  Diz simplesmente como se não estivesse no chão perdendo sangue.

– E vai continuar sangrando até a pessoa chegar? – Me abaixo até ele.

– Sim, na verdade estava divertido ouvir você resmungar. – Ele sorri, porra ele sorri, acho que estou hipnotizada por esse homem e não o conheço há nem cinco minutos. – Costuma falar sozinha?

– Não estava falando sozinha. – Suspiro envergonhada. – Estava apenas... exausta com alguns acontecimentos.

– Quais acontecimentos? – Encaro o belo homem a minha frente, não sei se isso é algum tipo de tática de flerte ou se ele está realmente interessado, balanço a cabeça preferindo ignorar essa pergunta por enquanto, não quero me estressar novamente.

– Nada não. – Dou um sorriso falso. – Mas e você, por que está sangrando sozinho em uma rua escura?

– Não estou sozinho afinal você está aqui. – Responde como se fosse óbvio.

– Muitíssimo engraçado ha ha. – Ele sorri novamente. Para com isso homem.

– Ahm.. Digamos que algumas pessoas por aí não gostam muito de mim. – Diz calmamente.

– Ah é por isso que está com a barriga sangrando? – Pergunto retoricamente.

– Digamos que são pessoas violentas. – Ele está ficando cada vez mais fraco, e realmente não vejo nenhuma ajuda chegando.

SalvatoreOnde histórias criam vida. Descubra agora