Salvatore

Capítulo XXXII

– O que faz aqui mãe? – Elizabeth pergunta forçando um sorriso sem graça, porém sua mãe continua lá parada, com um olhar gélido direcionado à mim.

– O que ele faz aqui, Elizabeth?

– Olha, mãe eu não tenho mais dez anos..

– Achei que tivesse sido bem clara com você, quando disse que não te queria perto da minha filha.

– Mãe, para com isso. - Elizabeth se exalta, e coloco minha mão em seus ombros para que ela se acalme.

– Senhora Moore, entendo sua preocupação, sei que faz isso por amor á sua filha, mas eu também a amo. – A mulher revira os olhos mas continuo. – Fui fraco uma vez, acreditando que o melhor seria mantê-la longe de mim, mas nós dois nos enganamos, eu a amo demais para ficar longe dela, não duvide dos meus sentimentos e quanto a segurança da sua filha, pode ficar tranquila que eu daria a minha vida pela dela.

– Dominic... – Elizabeth sussurra com carinho e passa  sua mão pelo meu rosto. A gravidez está deixando ela carinhosa, posso me acostumar com isso.

– Aí meu Deus o que é isso no seu dedo? – A mãe dela grita com a voz estridente.

– É um anel de noivado, mãe! Eu e Dominic vamos nos casar e não há nada que você possa fazer para me impedir, sou maior de idade e sei me virar sozinha à muito tempo. Para de fazer drama, nos estamos felizes e quanto mais rápido aceitar isso melhor, afinal seus netos vão precisar de uma família estável. – Cruza os braços como faz quando está nervosa e sua mãe fica pálida.

– Netos?

– Sim, mãe. Estou grávida e são gêmeos.

– O que?...meu Deus. – Sussurra antes de cair desmaiada no sofá.

– Senhora Moore...

Elizabeth

Existem pessoas dramáticas, isso é normal, todos nós somos um pouco teatrais, as vezes é até necessário, mas existem pessoas que extrapolam esses limites e minha mãe é uma delas, sério ela deveria ser atriz porque ela muito boa nisso.

Agora ela está sendo acudida por um Dominic desesperado, pobrezinho acha que isso é real, convivo com os chiliques dela há quase vinte e seis anos, por isso estou aqui tranquilinha enquanto meu noivo tenta acordá-la.

– Para com isso Dominic.

– Mas ela acabou de desmaiar.

– Ela não desmaiou, quer ver só? – Me dirijo a cozinha e encho um copo de água, quando ameaço jogar tudo na cabeça dela, ela começa a "despertar"

– Oh, mas o que houve? – Como pode ser tão cínica?

– Acho que as novidades foram chocantes demais para a senhora, mamãe.

– Não seja irônica, Elizabeth. – Reviro os olhos e me sento no outro sofá, puxando Dominic comigo.

– Cadê meu pai? – Mudo de assunto e estendo a água para ela beber.

– Já deve estar subindo, ele foi procurar uma vaga segura na pocilga desse bairro. – Suspiro, lá vamos nós. – E não faça essa cara para mim, mocinha. Você sabe muito bem que esse lugar não é seguro.

– Isso é verdade. – Dominic diz e o encaro chocada.

– O que?

– Sua mãe está certa, esse local não é seguro para você e os meus filhos.

– Seus filhos? – Ele só pode estar brincando comigo. Ele se encolhe ao notar minha expressão.

– Esse bairro é um perigo! – Minha mãe exclama. – E agora que sei que carrega meus netos a situação se agrava mais ainda, esse prédio não tem estrutura para uma mulher grávida, fora a vizinhança...