Cicatrizes

16 . Vamos Conversar

História narrada por Maria:

Eu e César já estávamos a caminho da minha antiga casa encontrar aquele desgraçado. Ele chegava mais ou menos 18:00h então já estaria em casa. César estacionou o carro na entrada da casa e ele ficou em pé, na frente do carro e eu fui até a porta e bate. Pouco depois ele abriu.

_Por que você voltou?

_Eu achei que devia uma explicação.

_Você tem razão... mas por que o César ta aqui?

_Veio garantir que você fique calminho.

_Você sabe que eu te amo, eu jamais faria isso!

_Você também amava meu filho e olha o que aconteceu.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Deu um passo para trás e abriu totalmente a porta. A casa estava limpa, ele não gostava de bagunça.

_Então...? Por que realmente está aqui?

_Só esclarecer as coisas para você não ficar tão perdido._ nós fomos casados por anos, embora eu esperasse nunca mais vê-lo, ele merecia uma explicação para o começo da sua infelicidade e solidão. _Eu e Jhon estamos bem. Temos comida, uma casa da qual você não precisa perder tempo procurando, e estamos bem melhores sem você. Eu tenho um emprego e não vamos passar fome.

Ele parecia um pouco calmo demais, talvez digerindo todas informações. Eu continuei falando:

_Eu também quero o divórcio. Embora já estejamos afastados há muito tempo, quero liberdade de você. Não quero mais carregar seu sobrenome.

Ele aos poucos foi parecendo ficar mais triste, eu estava de certa forma gostando daquilo, ele nos fez sofrer tanto, agora era a hora de ele ter o que queria.

_Eu vou ligar pro Pedro_ ele disse. Pedro é o advogado. Ele parecia meio triste, estava triste mas tentava não demonstrar.

_Parabéns, Rafael, conseguiu o que queria. Vai morrer sozinho._ eu queria deixa-lo o mais para baixo possível. Tinha nojo de olhar para ele, tinha nojo de ficar naquela casa.

_Prefiro morrer sozinho do que ter um filho viado.

Nós estávamos na sala. Ele estava sentado no sofa e eu estava em pé, do lado dele.

_Eu tenho de olhar para você.

Eu estava saindo parei. Virei para ele.

_E quer saber? Eu e César temos um caso há 2 meses

Calma! É mentira! Mas depois que eu contei para César o que acontecia, foi difícil convencê-lo a não fazer nada com aquele demônio mas resolvemos armar essa mentirinha. Ele odeia traição. Foda-se! Eu sou um anjo, odeio briga mas mexe com meu filho e tu vai rezar para Lucifer puxe sua alme e te tire de perto de mim.

Eu saí da casa e ele começou alguns xingamentos. Eu dei um sorriso diabólico e não olhei para trás enquanto caminhava para o carro. Como combinado, ele abriu a porta do carro e beijou minha mão, e eu entrei no carro. Logo depois ele entrou e e partimos com o carro, rindo. Agora falta esperar o divórcio e eu tomar o máximo possível do que ele tem. Quem mandou mexer com meu bebezinho?

_Isso merece uma comemoração_ César disse enquanto dirigia.

_Deixa para amanhã..._ disse _Vou fazer um almoço para conversarmos com os pais do Lucas e conversar sobre todos esses problemas que estamos enfrentando.

O céu estava escurencendo. Estava agora em um azul, parecido com azul de cameta, e as luzes amareladas dos postes deixavam aquela viagem relaxante.

_Promete que vai estar do meu lado amanhã? Você é meu convidado de honra!

_Eu vou estar lá._ ele sorriu.

Agora vamos a uma pequena história de como César entrou na minha vida.

Eu conheci ele faz alguns anos em viagens que fiz para o Brasil com o Rafael. Ele é um amigo que eu adquiri com o tempo e depois que ele soube que ia morar na mesma cidade que ele, começamos a nos aproximar mais. Eramos bons amigos. Ele é bem observador e percebeu que algo estava errado comigo então eu desabafei pra ele sobre toda essa história. Ele queria ajudar mas eu disse que não podíamos tomar decisões de cabeça quente.

Felizmente, ele tem uma empresa e me ajudou com um emprego e ele mexeu uns pauzinhos e conseguiu um apartamento para mim e Jhon. Ele é meu anjo da guarda. Eu demo muita coisa a ele.

Ele me deixou em casa e foi embora. Ele disse que tinha que assinar alguns papéis e coisas do tipo mas que estaria comigo no dia seguinte. Um fofo.