12 de abril de 1912
Vendo o rosto triste de Linda, Matthew pegou numa folha de papel e começou a fazer uma rosa. Linda não sabia o que ele fazia, apenas olhava com curiosidade.
Matthew, concentrado no seu trabalho, fez a rosa em poucos minutos. Ele não era bom simplesmente como um empresário, tinha também seus talentos bem guardados.
— Uma flor para a mulher mais linda! — Entregou a flor de papel para Linda.
Assim como esperava, Linda sorriu de orelha a orelha. Ele tinha cumprido com o objetivo: Fazê-la sorrir. Seu sorriso era mais lindo que os oceanos. Para Matthew, o sorriso de Linda era incomparável a qualquer outra coisa.
— Como fez isso? — Perguntou ela, feliz por ter recebido a rosa de papel.
— Prática!
— Pode ensinar-me?
— Posso sim. Seria um prazer!
— Obrigada por tudo, Matthew! — Linda sorriu e beijou o rosto do inglês.
Seu humor melhorou depois de ter percebido que Matthew esforçava-se para fazê-la sorrir. Se Matthew pediu que confiasse nele, havia uma razão para aquilo. Afinal, ele não gostou do jeito que aquela mulher tratou ela. Ele, inclusive, a defendeu!
Matthew parecia aliviado também, pois esperava que Linda saísse correndo sem olhar para trás. Não queria que Dora estragasse seus planos.
Mas quais planos?
Perguntava-se a si mesmo.
— Agradeça depois porque ainda não terminamos. Ainda temos muito trabalho pela frente. — Disse ele, preparando-se para acompanhar Linda como todo cavalheiro faz.
— Mesmo assim. Então, até amanhã. Se a sua amiga não aparecer!
— Vou garantir que não. Peço desculpas por tudo o que ela disse. Ela é uma das pessoas que acha que é melhor que os outros por causa do dinheiro que tem. — Disse Matthew.
— É uma pena que existam poucos como você. — Linda olhou para Matthew com um carinho especial. — Agora, eu preciso ir.
— Eu posso acompanhá-la! — Ele ofereceu-se.
Linda olhou para ele e depois para trás como se seu pai visse aquela cena toda. Mas ele não poderia estar ali. Nem Matthew poderia acompanhá-la.
Seu pai era um homem muito desconfiado e difícil de conquistar. Matthew teria um grande trabalho para conseguir um aperto de mãos.
— Eu posso ir sozinha. Além disso, sua mãe está a sua espera. É melhor ir. — Respondeu.
— Está bem. Até amanhã!
Linda sorriu e deixou Matthew para trás, mas sentia o olhar dele sobre si. Tinha 70% de certeza que Matthew olhava para ela enquanto ia embora. Ele gostava de a observar. Foi o que percebeu desde que o conheceu.
Enquanto caminhava, pensava na bela mulher que tinha aparecido há minutos. Ela parecia uma princesa de tão perfeita que era. Não sabia explicar o porquê, mas tinha medo que Matthew fosse um homem comprometido, que fosse infiel.
Ele parecia ser um bom homem, alguém que jamais cometeria algo parecido. Ele era educado, carinhoso, respeitoso e bastante agradável. Em outras palavras, Matthew parecia ser perfeito. Além disso, ele não teria tratado aquela mulher daquele jeito se estivessem comprometidos.
A jovem irlandesa foi para a terceira classe imediatamente. Queria guardar os materiais que Matthew tinha oferecido e descansar um pouco. Talvez depois ia escrever as vogais e lê-las em voz alta.
No caminho para a sua cabine, Carl apareceu com uma flor que tirou de um dos vasos de flores do navio. Ele sorriu e entregou para Linda.
A irlandesa achava estranho o seu comportamento. Carl era um homem que gostava de aventuras, da vida do mar, mas não fazia o seu tipo. Ela percebeu que o aventureiro queria aproximar-se dela.
Demasiado!
— Uma flor para a mulher mais linda do navio.
— O-Obrigada! — Apenas recebeu a flor. Era incrível como ele soou tão diferente de Matthew. Matthew parecia demonstrar mais sinceridade, e Carl parecia um pouco forçado. — De certeza que não sou a mais bonita do navio.
— Para mim, você é sim. — Ele olhou para as folhas de papel, o lápis nas mãos de Linda e a rosa de papel. — Aonde estava?
— Fui escrever um pouco. Apenas isso.
— Com quem? Você sabe escrever e ler? — Ele franziu a testa.
— Porquê a pergunta? — Ela afastou-se um pouco.
— Curiosidade. — Ele disse, mas ela sabia que havia algo mais.
— Você viu o meu pai? — Ela tentou mudar de assunto. Havia alguma coisa estranha em Carl, e ela não queria descobrir.
— Não vi o seu pai. Agora vai responder as minhas perguntas? — Ele cruzou os braços. Estava desconfiado.
— Porquê está tão interessado?
— Já respondi. E você parece não querer me responder. — E estava impaciente também.
— Eu não sei ler nem escrever. Agora eu preciso ir para a minha cabine. — Ela passou por ele, mas Carl segurou o seu braço a impedindo.
— Desculpa! Não queria ser um intrometido. — Ele soltou o seu braço, quando percebeu o olhar desconfiado de Linda. — Eu gostava de ver o mar com você mais tarde. O que diz?
— Desculpa, mas não será possível. — Ela entrou na cabine e fechou a porta antes que Carl dissesse mais alguma coisa.
Linda percebeu que tinha que ter cuidado com Carl. Aquele comportamento estranho não poderia ser nada.
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Titanic - Uma outra história
FanfictionMatthew Whitmore era um típico inglês com bons costumes e comportamento congruente. Um homem eloquente e trabalhador de uma classe social alta. Sua família decidiu fazer uma viagem para Nova Iorque pelo RMS Titanic que iria ser inaugurado. Nesse nav...