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— Foi o dia que você me contou que iria embora. — me virei para Johnny.

— Eu disse que iria voltar. Eu estou aqui. — Johnny tirou uma panqueca da frigideira.

Mas não disse que iria voltar namorando, ou que iria continuar mexendo com os meus sentimentos, dessa vez de uma forma mais intensa.

— Mas não voltou para ficar, logo vai ir embora de novo. — encostei no balcão. — Você não faz planos de voltar para Chicago?

— Eu não fazia, mas... Agora que estou visitando, me deu muita saudade de viver aqui outra vez.

— Do que sente mais falta? — perguntei e Johnny deixou a espátula na pia e se virou para mim.

— De tudo. — ele pensou. — Das nossas idas ao shopping, ao Summer. De ir um na casa do outro, dos passeios pela cidade nos fins de semana, de passarmos a noite acordados conversando deitados no quintal... tudo. — Johnny falava com o olhar distante.

— Eu também tenho saudades dessas coisas.

Eu tinha saudades de Johnny, minhas boas lembranças eram com ele. Eu podia fazer qualquer uma dessas coisas sem ele, mas não era a mesma coisa de fazer junto com ele.

— Tenho saudades de você também. — Johnny apenas me encarou por uns segundos com um pequeno sorriso de lábios fechados.

Sua boca abriu um pouco como se fosse dizer algo, mas não disse. Eu também o encarei sem dizer nada, meu coração já surtava por mim. Eu senti que algo estava acontecendo ali, assim como na noite do baile, mas também como naquela noite, algo nos interrompia, e nesse momento era o barulho dos passos de Chohee voltando para a cozinha. Voltei a me concentrar no café e Johnny colocou mais massa de panqueca na frigideira.

— Vou colocar as xícaras na mesa, tudo bem? — Chohee perguntou.

— S-sim, tudo bem. — respondi, ainda meio aturdida.

Enquanto comíamos, fiquei em silêncio. Apenas Chohee e Johnny conversavam. De vez em quando ela se dirigia a mim dizendo algo que eu só respondia com "sim", "aham", "é mesmo" e "hum". Eu ainda estava afetada com certas palavras que tinha ouvido.

Eu odeio e amo quando Johnny diz aquele tipo de coisa. Odeio porque eu não sabia com que sentido eu devia levar as palavras dele, eu ficava muito mais confusa. E amo porque eu gosto dele, quando se ouve algo do tipo de alguém que você gosta, sente que essa pessoa também tem bons sentimentos por você. Ou talvez fosse coisa da minha cabeça pensar que eu estivesse sendo correspondida, só para alimentar minhas esperanças. Se ele sentisse algo, não estaria aqui com a namorada. Eu gostaria muito de poder ler mentes.

Depois do café da manhã, decidiram por ir ao shopping. Aceitei ir junto já que também precisaria ver um vestido para mim. Então lá fomos nós três. Dia de semana não era tão movimentado, mas ainda sim tinha um bom tanto de pessoas passeando no shopping.

— Você vai ver seu vestido sozinha ou vai nos acompanhar? — Chohee perguntou assim que entramos no shopping, ela estava enganchada no braço de Johnny.

— Vem com a gente, depois vamos junto com você. — Johnny falou antes que eu pudesse responder.

— Tá bom, vamos lá. — falei.

Fomos na mesma loja daquela vez.

— O que acham desse? — Johnny mostrou um terno cinza no manequim da vitrine.

— É lindo. — Chohee bateu palminhas.

— Concordo com ela. — analisei o terno, imaginando Johnny o usando.

My Best Friend | Johnny SeoOnde histórias criam vida. Descubra agora