• 4 •

2K 199 65
                                    

Alan deixou os cardápios que trazia em cima da mesa e deu um sorriso tímido. Olhando para baixo, passou a mão em seus cabelos loiros. 

— Então agora está trabalhando aqui! — comentei. 

— É, — Alan balançou a cabeça. — comecei faz pouco tempo, estou pegando o turno da noite. 

Aquele momento não estava sendo nada estranho, mesmo que tenhamos namorado no passado, vê-lo, para mim, foi como rever um bom amigo. Um amigo pelo qual eu não tinha outro tipo de sentimento. A decisão de terminar não veio só da minha parte, mas de Alan também. Nós dois percebemos que aquele relacionamento não estava dando certo, e não foi nem por causa de discussão ou outros problemas de casais, mas sim porquê não tínhamos química alguma. No começo pareceu algo legal, mas estávamos enganados, não fomos feitos para ficarmos juntos. Alan era um bom rapaz, muito educado e legal, mas não era para mim. 

— Legal te ver e, que bom que está bem. — eu disse. 

— É legal ver você também. — sorriu. 

— Ah! — lembrei que Johnny e Chohee assistiam a tudo em silêncio. — Esses são... Hum, amigos meus. Essa é a Chohee... — indiquei a moça em minha frente. Alan deu um aceno e a garota acenou com a cabeça. — E... 

— E você deve ser o Johnny. — Alan estendeu a mão para Johnny e ele o cumprimentou. 

— Você me conhece? — Johnny estranhou. 

— Não conhecia pessoalmente. A Gabriela falava de você, — Alan apontou para mim e eu me encolhi no banco. — e eu era um dos amigos do Lucas no colégio, deve se lembrar dele... Ele que liderava O Clubinho. 

Ah! O Clubinho. Ouvir aquele nome me fez lembrar de quando ainda estávamos no colégio. Esse clube era conhecido por todos os estudantes do ensino médio. Quando rolava uma festa, poderia ter certeza de que os membros e o líder do clube iam estar nela. Ninguém sabia exatamente onde os integrantes se reuniam, só sabiam que passavam a noite lá e não era qualquer um que podia participar, você tinha que ser chamado pelo líder do clube. Então todos queriam estar nas festas também, quem sabe não teriam a chance de serem chamados pelo líder. 

Johnny participou desse clube por uma noite. Quer saber o que rolava lá? Coisas de adolescentes, não era droga ou bebida, quero dizer, bebida talvez rolasse, mas o que acontecia lá, era um tipo de jogo da garrafa, mas não era a garrafa que escolhia, era você mesmo. Meninos e meninas populares participavam, rolava beijos e talvez até outra coisa que eu prefiro não pensar. Mas os adolescentes com hormônios à flor da pele eram doidos para participar. Eu só ouvia os boatos no outro dia, pelos corredores do colégio, de quem havia ficado com quem. E na mesma noite que meu amigo participou daquilo, foi a mesma noite em que eu tive certeza de que gostava dele. 

Era o baile de formatura, finalmente. As aulas haviam terminado para nós, eu esperei tanto por isso. Como não tínhamos arrumado um par, eu e Johnny fomos juntos para o baile dos formandos. Na verdade, muitas meninas haviam chamado ele, Johnny não aceitou porque não quis me deixar sozinha. Eu insisti para ele ir com outra garota, mas eu sabia que ele não iria, no fundo agradeci por isso. 

Tínhamos acabado de chegar da colação de grau, que foi em outro lugar e o baile estava sendo realizado para os estudantes no ginásio do colégio. 

— Pronta para essa noite, madame? — Johnny falou tentando fazer um sotaque francês, o que só me fez rir. Ele me estendeu o braço. 

My Best Friend | Johnny SeoOnde histórias criam vida. Descubra agora