Capitulo 1 - O Começo

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- Não, não agora! - Eu dizia para o monstrinho na minha mão. - Não desligue agora.

  A tela piscou e, apagou. - Bateria descarregada.

Ótimo, pensei. Justo agora o celular resolveu descarregar, deslizei os olhos pela sala, procurando o carregador.

- Onde eu enfiei o carregador dessa vez? - Perguntei á mim mesma, com a voz ecoando pela casa.

Revirei tudo, mas nem sinal do carregador. Estamos bem avançados na tecnologia, poderiam inventar uma bateria que não descarregasse nunca.

A campanhia tocou, e eu já sábia quem era. Deslizei até porta, escorregando a mão pela maçaneta.

- Está pronta? - Era Nick, meu melhor amigo, um irmão na verdade. Ele estava bem agradável, um jeans escuro, a camiseta azul marinho, e o cabelo ainda úmido, desfaziam- se os cachos com facilidade.

- Quase. - Respondi, soltando um suspiro irritado.

- O que houve?

- Perdi meu carregador... De novo

- Típico.. - Ele riu.

- Pela sua teimosia vai ficar mofando em casa! - Falei para o celular, jogando-o no sofá. - Espere aí.

  Corri até um espelho próximo, olhando meu reflexo tenebroso. Soltei os cabelos, negros caindo nos ombros, para tentar dar um contraste melhor. Eu tinha herdado os cabelos escuros da minha mãe, e os olhos verdes do meu pai. Minha mãe dizia que as vezes, ela via meu pai diante dos meus olhos.

Ouvi os passos de Nick, ecoando no piso.

- E a sua mãe?

- Ela saiu.. - Eu andei até ele, o conduzindo até a porta novamente.

- Disse que tinha uns problemas pendentes. - Me coloquei para fora, trancando a porta atrás de mim.

- Ah, entendo.

- Você está bonitão hein.. - Começamos a andar, e o rosto de Nick se contraiu em um borrão vermelho.

- Saí fora. - Ele disse, meio envergonhado.

- Querendo arrasar corações? - Continuei provocando.

- Causar paradas cardíacas em garotas desavisadas.. - Ele sorriu torto. - Eu estou possivelmente "agradável" - Abriu aspas com os dedos. - Mas você está.. ah, um trapo.

  Por impulso, dei um tapa certeiro na nuca dele, rindo baixo.

- Cala a boca! - Resmunguei. - Pra sua informação, eu acordei quase agora, nem tive tempo de me arrumar, além do mais, eu gosto do que eu uso, meu próprio estilo, e é isso que me dá personalidade.

- Ohh.. - Ele riu. - Calma aí, senhorita revoltada, eu não quero uma aula de estilo ou de personalidade.. Era só brincadeira, você sabe que está ótima.

- Aham.. Eu duvido, que você não esteja mentalmente se queixando das minhas roupas.

- Eu não vejo nada demais numa calça jeans, e uma regata preta. Só esses tênis, eu não curto muito All-Star. - Ele tentava me convencer, mas o sorriso não saía dos seus lábios. - Ainda mais vermelhos.

- Você parece um gay antiquado. - Retruquei sem um pingo de risada.

  Ele riu, me encarando com um olhar que dizia "Vou te matar, por duvidar da minha masculinidade", e com certeza isso me fez cair na gargalhada. 

A História De Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora