Capítulo 10 - Memória

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  Já havia amanhecido, muito rápido por sinal. O sol era fraco, e o dia estava cinza chumbo. Abri os olhos lentamente, foi uma noite de descanso excepcional. Eu me sentia relaxa, e meu corpo estava no lugar.

Ergui os olhos em direção ao outro lado da cama, não havia ninguém.

Um relógio de mármore com um passarinho desenhado, marcava 8h da manhã.

  Eu levantei me alongando, como um gato. Fui até o banheiro, meu cabelo estava mais bonito do que normalmente, brilhoso, macio e comportado. Liso em cima, na raíz. E desfazendo em cachos largos em baixo. Realmente àqueles cremes do Jonathan, fazia milagre.

Meu rosto estava inchado de tanto dormir, meu olhos estavam na tonalidade de verde claro. Como eu e Jonathan podíamos ter os mesmo olhos verdes, porém tão diferentes?

Os dele eram fascinantes, e contraía um verde fosco, florescente, dourado. Era como se tivessem vida, e falassem com você.

Enquanto os meus, eram verdes claros, ou às vezes escurecia. Mas nada de lindo, olhos normais. Não tinha a hipnótica dos olhos de Jonathan, e muito menos contraíam o tom de fosco, florescente ou dourados.

  Minha pele estava branca, muito branca, e minhas sardas visíveis como nunca. Minhas sobrancelhas estava com alguns pelinhos em excesso, mas nada exagerado. Por elas serem grossas, eu não me importava muito com algum pelinho teimoso, mas com certeza, quando desse, eu iria precisar de uma pinça.

  Lavei o rosto e escovei os dentes, enquanto secava o rosto na toalha, alguém bateu na porta.

- Entre.

  Quando passei pela porta do banheiro, vi Nick parado bem na minha frente.

- Bom dia, dorminhoca.

- Dorminhoca? Fala sério, são oito horas!

- Eu estou acordado desde às sete da manhã. - Ele riu convencido. - Vim buscar você, Safira e o nojento do Jonathan estão na sala de visita, sala de visita número 23.

- Número 23? - Repeti.

- Tem muitas salas aqui, Safira disse que podíamos usar a de número 23, porque quase ninguém a usa. - bateu na mecha de cabelo que caía no rosto. - Tem muitas para serem usadas, algumas ficam descartadas.

- Ah. E porque querem que a gente vá até lá?

- Querem saber como viemos, mas eu disse que não diria nada, sem a sua presença. E Safira trouxe café da manhã.

- Safira...Safira... Sagira..Argh! - Sussurrei irritada.

- O quê? - Nick pareceu não ouvir. Ele vestia as mesmas roupas de ontem.

- Vamos logo.

O corredor estava frio, eu já estava me acostumando com ele assim. Andamos em direção a cozinha, para descemos pela escada carocal escura .Nick parecia agitado, mexia nas pontas dos meus cabelos, como se quisesse dizer alguma coisa, mas continuou calado.

- Você dormiu bem? - Perguntei.

- Dormi sim, e você?

- Também.

- Jonathan chegou a aparecer ontem no quarto? - Perguntou finalmente.

- Não, eu não o vi. Porque?

- Porque quando voltamos com a comida e com Safira, você estava dormindo no quarto dele, eu quis acordá-la, mas ele não deixou. Disse que você parecia cansada. Então eu disse a ele que se você fosse dormir ali, ele teria que dormir em outro quarto. - Então era isso que eles sussurravam. - Ele concordou, mas eu não achei que fosse cumpri o quê disse, o jeito que ele te olhava dormir, me deixou inquieto. - Ele disse ríspido.

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