A História De Um Anjo

Capítulo 16 - A história de um anjo

A boca dele era suave e firme ao mesmo tempo, tinha gosto de pêssegos, os lábios eram quentes ao contrário do corpo. A sensação familiar, que o conhecia, que já havia estado em seus braços antes, me invadiu, me consumindo por inteiro. Como se fosse um sonho..

- Você está me correspondendo? - Ele sorriu em cima da minha boca. - Isso é bom.

- É bom você não estar brincando comigo..- Alertei, me afastando dele. - Ou eu mato você.

Ele sorriu, um sorriso mágico e verdadeiro. Até os olhos verdes sorriam, hipnotizantes e encantadores.

- Seria um prazer ser morto por você.. - Ele passou os dedos pelo meu rosto suavemente, enquanto me arrepiava totalmente.

Eu o puxei, grudando nossas bocas. Deslizei meus dedos pelos cabelos loiros macios dele, até firmar em seu pescoço, trazendo-o para mais perto.

  Ele me segurou com as mãos grandes e firmes, macias e sedosas, Contornando minha cintura.

Foi uma sensação única, de paz. Como se ele possuísse minha alma também, como se tudo tivesse sentido de novo, como se um órgão de importância vital, voltasse a funcionar. Nos braços de Jonathan. Como se ele fosse tudo que eu precisasse, me sentia em casa novamente.

Uma batida na porta, me acordou desse sonho. Uma batida brusca.

- Quem está tentando derrubar a porta? - Perguntei.

- Não importa. Não temos que atender. - Jonathan disse meio sorrindo.

A batida aumentou.

- É melhor abrir. - Avisei, encarando-o. - Pode ser importante.

- Tudo bem. - Concordou. Me deu outro beijo, e seguiu abrir a porta.

Antes mesmo dele encostar na maçaneta, a porta foi aberta. Era Safira. Jonathan se colocou em frente a porta, mas eu consegui ver, a pele branca, o cabelo castanho, e um dos olhos azuis.

Ela sorriu, acho que não tinha me visto, inclinou-se para beijá-lo, porém ele desviou. Aquilo me arrancou um sorriso inconsciente.

- O quê você quer? - Ele perguntou.

- Eu vim te ver. - Ela respondeu docemente, senti uma pena inconsolável dela, afinal ela gostava dele, e não tinha culpa por isso, mas ele não gostava dela, eu sabia disso, ele gostava de mim. Eu ainda não queria acreditar, parte de mim não queria, era muito prefeito para ser real. Mas eu resolvi mesmo assim arriscar.

- Hum. - Ele respondeu frio, o maxilar estava rígido, ele encostou o ombro na porta, olhando para os pés, estava pensativo, e depois ergueu os olhos encarando-a. - Eu tenho que conversar com você.

- Eu também, algo grave está para acontecer.

- O quê foi?

- Eu estava alguns andares a cima, e passava pelo corredor, quando ouvi Adrien falando com seu tio. - Ela disse seriamente.

Os ombros do Jonathan se contraíram preocupados assim como eu fiquei.

- O que você ouviu?

- Que Adrien estava no elevador hoje, indo não sei onde, e viu Samantha, e sabe onde está. E disse, - ela tomou fôlego. - que você sabe também e é cúmplice dela. Ela está sendo, ou será procurada.

- Isso não é nada bom! - Jonathan disse. - Droga!

- Jonathan acho melhor você entregar logo essa garota para o seu tio.. - Ela dizia antes dele interrompê-la.

- Eu não posso fazer isso, não!

- Então vá falar com seu tio, tente descobrir se ele sabe de alguma coisa.. Talvez seja perigoso, mas é o único jeito de vocês ficarem a salvo.