Capítulo 34 - Gregório

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A noite havia chegado. A escuridão tomou conta de tudo, sombras por toda parte.

Eu sentia uma dor crescendo dentro de mim, uma dor de dentro para fora, aquilo era horrível.

O céu era um manto negro, a lua brilhava como um diamante, tão branca e bela.

Uma brisa gelada me rodeava, me dando calafrios. Tudo isso era estranhamente familiar.

Jonathan não tinha voltado ainda, eu estava certa, ele devia ter me deixado.

Enxuguei as lágrimas que haviam caído, minhas mãos tremiam, uma sensação mórbida. Alguma coisa estava prestes a acontecer.

Me levantei, ainda cambaleando.

Como ele pode? Como ele pode me deixar? Perguntei á mim mesma.

Comecei a andar, sendo guiada apenas pela luz da lua.

Mesmo o pânico e o medo, não me fizeram parar de chorar.
Eu estava sozinha.

Continuei caminhando, e caminhando. O vento fria, chacoalhava meu cabelo, eu apertei o casaco no corpo, e puxei o capuz que nele havia.

Estremeci de frio.

Andei durante muito tempo, minhas pernas estavam bambas, eu estava com fome e sede. Minhas forças estavam gastas, e não tinha mais força para continuar a andar.

Me obriguei a dar mais alguns passos, até que ouvi algumas vozes.

Meus dedos contornaram uma faca no meu cinto, em alarme.

- Droga. - Alguém resmungava.

- Fique calmo, tudo bem? Está todo mundo preocupado! - Estas vozes eram familiares.

- Calem a boca! - Uma voz feminina disse.

- Eu a vi. Estive com ela, só que esse gramado é muito grande, não me lembro do caminho até onde ela estava. - Outra pessoa disse.

- Não sei se devemos confiar em você.

- Eu estou com fome. - Outro alguém disse.

Me aproximei, tentando identificar os rostos, mas estava tão escuro.

Iria ter que arriscar. E nesse ponto eu não tinha mais nada a perder mesmo.

- Tem alguém aí? - Perguntei finalmente.

- Quem está aí? - A menina perguntou.

Vi o movimento das sombras.

- Sam é você? - Reconheci essa voz. Reconheceria em qualquer lugar, ouvi tantas vezes que se repetia na minha mente, sem que eu ao menos notasse. Nick.

- Nick é você? - Perguntei, concluindo que eu não conseguia ver os rostos, estavam meio distantes. - Sou eu, Samantha.

Alguma coisa, ou alguém pulou em cima de mim, me abraçando. Apertando os braços por minha volta, um abraço quente e confortante.

- Oh céus, graças a Deus! - Agora eu podia vê-lo, com a iluminação da lua. Estava cansado, eu diria. Mas, do mesmo jeito de sempre. E era tão bom ver um rosto familiar.

- Nick.. Nick.. Onde você estava? - Perguntei.

- Bem longe eu diria. Então começamos a andar, e andar, procurando por você, mas não te encontramos, então começou a escurecer, e Louis apareceu, quase cortamos a cabeça dele. - Nick fez uma pausa. - Mas ele disse uma história esquisita, e então resolvemos não matá-lo, ainda. E ficamos aqui.. Iríamos esperar amanhecer e continuar as buscas.

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