Capítulo 21 - O Plano

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A despedida nunca foi uma palavra boa no meu dicionário. Ela sempre pareceu como se nunca fosse ver alguém que eu me importe novamente, sempre pareceu extremamente fria e superficial.

E aquela palavra, tinha aberto um buraco negro no meu peito, e estava sugando tudo ao redor, meu coração, meus pulmões, minha vida.

  Mesmo que não tivesse sido uma despedida entre mim e Jonathan, eu não podia afastar o sentimento que era. Alguma coisa gritava em um canto da minha cabeça, pensando no sorriso despreocupado, nos olhos maliciosos e encantadores, me filtrando a cada minuto. No balançar dos cabelos iluminados como o sol, no toque frio, no beijo quente. Alguma coisa estava se quebrando dentro de mim, em mil pedaços.

- Não podemos deixá-lo fazer isso! - Protestei, choramingando. - Louis temos que impedir.

Ele abriu a porta do quarto do Nick, me empurrando para dentro.

Nick estava de pé, olhando além da pequena janela, no canto do quarto. Ao ouvir a porta abrir, virou-se assustado.

- Samantha? O quê foi? - Ele andou até mim.

- Nick.. - Corri até ele.

- Foi Jonathan? O quê ele fez?

- Ele foi falar com o tio dele.. Estamos.. - Recuperei o fôlego. - Estamos achando que Safira me entregou.

- Como assim? Não estou entendendo. Porquê você está chorando? Se acalme! - Me fez sentar na cama. - Me diga o quê está acontecendo. E quem é esse?

- Esse é o Louis.

- Oh. - Nick o examinou. -  Sou Nick.

- Oi. - Louis respondeu. - Eu diria que é um prazer em conhecê-lo, mas definitivamente não é. Não com o quê está acontecendo. - Ele pausou, franzindo o cenho. - E também eu te vi desmaiado o tempo todo, é como se eu já te conhecesse.

- Pra  você, até pode ser. - Disse Nick. - Mas para mim não. Nunca te vi antes, mas no entanto, - ele baixou os até mim - o quê está acontecendo? 

Louis fez a gentileza de explicar o quê havia acontecido, o quê Safira "supostamente" tinha feito, o quê Jonathan iria fazer. Falou da maldade iminente dentro de Gregório, o tio de Jonathan.

A cada palavra meu coração diminuía, e a sensação que tinha algo errado aumentava. Eu tinha que fazer alguma coisa, qualquer coisa!

- Vou atrás dele. - Me levantei, cambaleando.

- Não vai. - Louis me deteu. - Você não ouviu o quê o Jonathan disse? É para ficarmos aqui.

- Não, eu não posso..

- Samantha, sei o quê você está sentindo, - a voz doce de Nick me arrepiou - mas se jogar no meio de uma guerra, contando que você é a bomba, é algo insano.

- Mas Nick.. - Eu quase gritei.

- Sam, por favor. - Ele não me chamava de Sam há anos. - Primeiramente Gregório é o tio do Jonathan, não vai matá-lo.. - Louis o interrompeu.

- Na verdade, se ele souber que Jonathan estava ajudando a garota da lenda, e ele sabia disso, é bem provável que mataria sim. - A voz era amarga. - Como vai matá-la, se a encontrar.

- Você quer calar a boca! - Nick irritou-se. - Ficar dizendo que o cara vai matar o Jonathan não vai adiantar nada.

- Oh, certo. - Louis parecia querer rir. - Você quer mentir pra ela, pra que se sinta melhor? Desculpe ter frustrado sua tentativa. - Ele se recompôs, balançando o cabelo, os olhos estavam dourados como o sol. E possuía um sorriso no rosto, um sorriso sombrio. - Por favor, continue tentando.

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