Puxei a cadeira me sentando novamente. Um vento meio fria percorria a cozinha, congelando as minhas costas, onde haviam rasgado um pedaço da minha blusa. Jonathan se sentou na minha frente, jogando para o lado o cabelo dourado.
Eu enrolei os braços em volta de mim mesma, encarando-o.
- Depois eu te dou outra camiseta.
- Que camiseta?
- Você vai ter que se contentar com uma das minhas. - Deu de ombros com negligência. - Ou pode ficar com essa rasgada.
- Por mim tudo bem
- Talvez fique um pouco grande em você- Ele disse
- Oh não tem problema. - Revirei os olhos. - Agora se você não se importa, o quanto mais rápido você falasse, mais rápido poderíamos achar o Nick.
- Você está com pressa? - Ele perguntou.
- Estou, você não?
- Nem um pouco. - Ele respondeu sério, sem um pingo de graça.
- Você gosta de me atormentar.. - Falei meio irritada. - Ok, chega! - Eu disse ríspida. - Onde estamos?
- Agora sim. Eu só estava esperando as perguntas.. - Ele se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos na mesa. - Estamos na parte inferior do mundo.
- Como é que é? - Enruguei a testa.
- A parte debaixo. Sabe, como se fosse outro planeta, mas não é.
- Você está brincando comigo?
- Não. - Disse sério. - Porque eu brincaria com um assunto desses?
- Certo, você está querendo dizer que eu não estou na minha cidade?
Eu pensei que isso aqui fosse um hotel clandestino. Algo assim.
- Você não está na sua cidade, nem no seu país, nem... No seu "mundo".
- Abriu aspas no ar.
- Marte? Júpiter? Eu estou em outro planeta? Isso é loucura! - Eu dei risada, mas ele se manteve sério.
- Não seja ridícula, você não esta em outro planeta, digamos que você está em uma parte escondida do planeta Terra.
- Como o centro da Terra? - Perguntei ao lembrar do livro que li, "Uma viagem ao centro da Terra".
- Mais ou menos.. Somos como sobreviventes, imaginei que um avião caiu, e os passageiros estão perdidos em uma ilha, mas ninguém sabe onde essa ilha fica.. Mas no nosso caso, não estamos perdidos. - Ele tentou explicar.
- Nós?
- Bom, tem uma comunidade morando aqui. Essa casa é como se fosse um hotel.
- Tá querendo dizer, que eu estou em uma espécie de hotel, cheio de gente, que ninguém sabe onde fica? - Perguntei perplexa.
- Exatamente. - Ele respondeu. - E quando alguém lá de cima, com lá de cima eu quero dizer as pessoas do mundo lá de cima, da onde você veio, quando elas chegam aqui em baixo, bom.. Tentamos descobrir como vieram, porque temos medo de vocês terem encontrado algum modo de chegarem até aqui.. E se isso acontecer, estamos perdidos!
- Um mundo lá de cima? Mas estamos no mesmo mundo certo? Estamos no planeta Terra? Mas a diferença é que esse lugar não é conhecido, nem habitado.. É como uma caverna perdida em algum lugar? - Tentei entender.
- Isso, mais ou menos isso. - Ele disse.
- E porque vocês não querem que as pessoas achem esse lugar? Não quer que venham até aqui?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A História De Um Anjo
RomanceSamantha Everdeen era apenas uma garota normal, até descobrir que ao nascer um anjo deu á ela o poder angelical, e com isso ela pode destruir um mundo, que até então ela não conhecia. Assim, como pode matar Jonathan um garoto convencido e irresistív...