Capítulo 17 - Cupidos Caídos

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  Ficamos deitados na cama, pousei a cabeça no peito de Jonathan. Enquanto ele brincava com meus cabelos, passando os dedos por eles.

- Acho que eu tenho que te dizer uma coisa. - Ele disse.

Eu inclinei a cabeça para olhá-lo.

- O quê?

- Bom, sabe àquele seu caderno..?

- Que estava na minha bolsa? - Franzi o cenho.

- Sim. - Ele parecia querer rir.

- O quê tem ele? - Perguntei.

- Você escreve muito bem.

Eu encarei Jonathan, sem entender muito bem, até que as palavras se ajustaram na minha mente, e fizeram sentido. Eu me levantei, e fiquei sentada, enquanto ele também se sentava á minha frente. Eu arregalei os olhos, e olhei de forma incrédula.

- Você leu meu caderno?

- Li. - Confessou. - Eu não tive a intenção, mas não consegui parar quando comecei..

- Aquilo é pessoal! - Eu falei, meio frustrada.

- Eu sei, - tocou meu rosto. - mas não pude me conter, tive que saber o que se passava nessa sua cabecinha.

- Oh. - Eu já tinha ficado calma novamente, com o toque gelado dele.

- Você ficou brava? - Perguntou, os olhos verdes estavam grandes e lindos, como esmeraldas.

- Não. Bom, no começo sim, você não devia ter feito isso, eu não deixo ninguém olhar aquele caderno.

- Quer dizer, que ninguém conhece aqueles seus poemas?

- Não. Nick tentou ler uma vez, mas eu quase quebrei o dedo dele. - Jonathan riu. - Eu poderia quebrar o seu também.

- Eu acho que não. - Ele se inclinou para me beijar.

- O quê te faz ter tanta certeza? - Perguntei.

- Você já teria feito. - Não evitou o sorriso de satisfeito, e puxou me contra ele, me silenciando com um beijo.

  Ele me deitou na cama novamente, caindo em cima de mim, enxerguei o seu rosto perto do meu, e os braços grandes do meu lado, olhando além, vi o teto. O beijo que tinha começado suave, tomou um rumo mais selvagem e urgente.

- Jonathan.. - Sussurrei, enquanto ele me beijava. - Jonathan?

- Sim? - Resmungou contra meus lábios.

Eu o afastei gentilmente.

- Devagar.. Vamos devagar.. - Sussurrei, meio atordoada.

- Ah. - Soou decepcionado, e caiu ao meu lado na cama. - Tudo bem.

- Desculpe. - Me senti horrivelmente envergonhada.

Ele não respondeu, mas seu rosto se curvou em um meio sorriso frustrado.

  Ficamos em um silêncio, talvez ele tivesse ficado bravo, mas depois de um tempo, senti a mão gelada e macia segurando a minha.

- Bom, aqui não tem energia elétrica tem? Então como nos quartos tem luz, lâmpadas? - Perguntei. - Vocês pagam conta de luz?

Ele não segurou a gargalhada abafada.

- Eu imagino que seja magia, os anjos caídos pensaram em tudo quando construíram esse lugar.

- E porque os corredores não tem lâmpadas?

- De dia são iluminados, pela luz solar que entra pelas janelas, e a noite tem lampadas, talvez você não tenha notado, luz como as do quarto, porém bem fraca.

A História De Um AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora