A porta abriu com um longo ruído, Jonathan surgiu por ela, fechando-a atrás de si.
Ele passou os dedos pelos cabelos, ajeitando-os atrás da orelha, andou até mim, parando um pouco antes de chegar a cama.
- Tudo resolvido, não somos melhores amigos.. Porém, estamos mais amigáveis agora.
- Hum. - Respondi, mexendo nos pelinhos soltos da coberta.
- Você está bem?
- Estou. Porquê não estaria? - Minha voz saiu amarga, ergui os olhos para encará-lo, ele parecia confuso.
- Você parece..
- Brava? - Terminei a frase.
- Sim, você está brava. O quê foi? - Ele se aproximou sentando ao meu lado.
- Eu escutei tudo.
- O quê? - Ele franziu o cenho. - Como? Eu não disse que era pra você.. - Eu o interrompi.
- Eu não tenho oito anos, eu escutei tudo.. E você contou tudo á ele, sobre nós.
- Contei. - Admitiu. - Você está brava por isso? - Eu não respondi. - Sinceramente, estou começando a achar que você não está me levando a sério.
- Como? - Olhei incrédula para ele.
- Se estivesse, já teria dito logo, eu concordei em esperar, mas começamos a conversar, e eu acabei falando, e agora você está brava por isso? - Ele tocou meu queixo, me fazendo olhar para ele. - Você não estaria brava comigo por isso, se realmente quisesse dizer.
- Eu não estou brava por você ter dito á ele, e é claro que eu teria falado! - Me senti ofendida. - Fiquei brava por não estar presente. Por não poder argumentar.. Mas de todos as formas, eu não estou brava com você, estou brava com a situação. Eu sei, eu ouvi que você foi dizendo conforme as perguntas, eu só queria estar lá.
Ele me encarou confuso, sombras passava pelos olhos dele, enquanto ele deixava o rosto rígido.
- Você ouviu tudo? Tudo o quê eu disse?
- Ouvi. - Confirmei.
- Você ouviu o quê eu sinto por você? - Ele segurou minhas mãos. - Como eu me sinto?
- Sim. - Respondi. - O quê você quer dizer?
- Você sabe como eu me sinto, o quê eu sinto por você.. Então porquê não me diz como se sente? - Indagou.
- Como assim?
- Eu quero saber o quê você sente, você nunca me disse, nunca diz nada. - Eu me mantive em silêncio. - Às vezes penso que você não sente nada por mim.
- Jonathan, - encarei os olhos dele - se eu não sentisse nada por você, não estaria aqui agora.
- Então me diga o quê sente. - Ele tocou meu rosto com as costas da mão. - Se abra comigo.
- Eu não sou boas em dizer coisas.. - Toquei a mão dele com a minha.
- Você pode tentar. - Ele estava tão convincente, eu queria dizer tudo que estava sentindo, mas não sabia como.
- Eu me sinto ... Ah.. Segura e completa com você. Eu não sou boa em dizer coisas assim, nunca fui, mas você é o meu oxigênio, - ele estava sério, apenas me observando atentamente, assim como eu o observava - é tudo que eu preciso.
Ele sorriu de leve, talvez não fosse o quê ele esperava ouvir, mas eu nunca fui boa com palavras. Não em dizê-las.
- Desculpe se não consigo ser específica, como você. - Toquei os cabelos dele suavemente. - Não há palavras para descrever o que eu sinto, simplesmente isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A História De Um Anjo
RomanceSamantha Everdeen era apenas uma garota normal, até descobrir que ao nascer um anjo deu á ela o poder angelical, e com isso ela pode destruir um mundo, que até então ela não conhecia. Assim, como pode matar Jonathan um garoto convencido e irresistív...