Capítulo 20 - Nos vemos em breve

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A porta abriu com um longo ruído, Jonathan surgiu por ela, fechando-a atrás de si.

Ele passou os dedos pelos cabelos, ajeitando-os atrás da orelha, andou até mim, parando um pouco antes de chegar a cama.

- Tudo resolvido, não somos melhores amigos.. Porém, estamos mais amigáveis agora.

- Hum. - Respondi, mexendo nos pelinhos soltos da coberta.

- Você está bem?

- Estou. Porquê não estaria? - Minha voz saiu amarga, ergui os olhos para encará-lo, ele parecia confuso.

- Você parece..

- Brava? - Terminei a frase.

- Sim, você está brava. O quê foi? - Ele se aproximou sentando ao meu lado.

- Eu escutei tudo.

- O quê? - Ele franziu o cenho. - Como? Eu não disse que era pra você.. - Eu o interrompi.

- Eu não tenho oito anos, eu escutei tudo.. E você contou tudo á ele, sobre nós.

- Contei. - Admitiu. - Você está brava por isso? - Eu não respondi. - Sinceramente, estou começando a achar que você não está me levando a sério.

- Como? - Olhei incrédula para ele.

- Se estivesse, já teria dito logo, eu concordei em esperar, mas começamos a conversar, e eu acabei falando, e agora você está brava por isso? - Ele tocou meu queixo, me fazendo olhar para ele. - Você não estaria brava comigo por isso, se realmente quisesse dizer.

- Eu não estou brava por você ter dito á ele, e é claro que eu teria falado! - Me senti ofendida. - Fiquei brava por não estar presente. Por não poder argumentar.. Mas de todos as formas, eu não estou brava com você, estou brava com a situação. Eu sei, eu ouvi que você foi dizendo conforme as perguntas, eu só queria estar lá.

Ele me encarou confuso, sombras passava pelos olhos dele, enquanto ele deixava o rosto rígido.

- Você ouviu tudo? Tudo o quê eu disse?

- Ouvi. - Confirmei.

- Você ouviu o quê eu sinto por você? - Ele segurou minhas mãos. - Como eu me sinto?

- Sim. - Respondi. - O quê você quer dizer?

- Você sabe como eu me sinto, o quê eu sinto por você.. Então porquê não me diz como se sente? - Indagou.

- Como assim?

- Eu quero saber o quê você sente, você nunca me disse, nunca diz nada. - Eu me mantive em silêncio. - Às vezes penso que você não sente nada por mim.

- Jonathan, - encarei os olhos dele - se eu não sentisse nada por você, não estaria aqui agora.

- Então me diga o quê sente. - Ele tocou meu rosto com as costas da mão. - Se abra comigo.

- Eu não sou boas em dizer coisas.. - Toquei a mão dele com a minha.

- Você pode tentar. - Ele estava tão convincente, eu queria dizer tudo que estava sentindo, mas não sabia como.

- Eu me sinto ... Ah.. Segura e completa com você. Eu não sou boa em dizer coisas assim, nunca fui, mas você é o meu oxigênio, - ele estava sério, apenas me observando atentamente, assim como eu o observava - é tudo que eu preciso.

Ele sorriu de leve, talvez não fosse o quê ele esperava ouvir, mas eu nunca fui boa com palavras. Não em dizê-las.

- Desculpe se não consigo ser específica, como você. - Toquei os cabelos dele suavemente. - Não há palavras para descrever o que eu sinto, simplesmente isso.

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