Capítulo 39 - Provocante e Encantador

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- Mas.. Mas.. Mas? - Apontei para as coisas que eu via além do vidro, com os olhos arregalados.

Como isso tinha acontecido?

Como aquele lugar amaldiçoado tinha virado uma cidade?

Com suas casas independentes e ruas?

Como eu fiz isso, se nem me lembro?

- Eu sei. Também não sei como aconteceu. - Jonathan contornou o braço pela minha cintura, me segurando. - Mas você fez isso!

- Não! Isso não pode ser! - Sussurrei incrédula. - Eu não me lembro de ter feito isso!

- Talvez quando você estourou o portal, e àquela luz cegante nos atingiu, deixando-nos atortoados, e depois àquele vento violento nos rodeou, fazendo que perdêssemos o sentindo de tudo, talvez fosse tudo proposital. - Murmurou, convencido. - Talvez você só precisasse estourar o portal, para restaurar tudo.

- Mas.. ? - Eu não sabia o que dizer, fazia sentido o quê Jonathan estava dizendo, talvez todo aquele alvoroço depois que eu quebrei aquele portal que eu mesma criei, tenha feito tudo mudar. - E os outros?

- Estavam todos ansiosos para que você acordasse logo. Você dormiu por três dias. - Riu, depositando um beijo doce na minha bochecha. - E, tudo foi alterado, não só isso. - Apontou para a janela, indicando a nova cidade. - Mas as regras também.

- E onde estão os guerrilheiros? Onde está Adrien? - Perguntei.

- Todos que tinham as mesmas ideias que Adrien, desapareceram. Como ele. - Respondeu com a voz grossa e rouca.

- Está querendo dizer que todo mal foi banido? - Encarei aqueles olhos verdes intensos.

- Pelo que parece, sim. Agora, aqui só há famílias de bem. - Sorriu. - E cada família tem sua própria casa.

- Isso é... Incrível.. Incrível, Jonathan!!

- Você é incrível, meu amor. - Puxou meu queixo, levando minha boca até a dele, beijando-me loucamente. - Você é incrível. - Passou os dedos pela minha bochecha, fazendo-me rir.

- Aí, meu Deus. - Gritei, só agora percebendo o quê eu realmente havia feito. - Esse lugar agora é uma... cidade!

- Sim. - Exclamou, sorridente. - Uma cidade. Tudo o quê queremos!

Mas aquilo era impossível. Como eu pude fazer isso?

- Jonath.. Jonathan!! - Fiquei sem palavras.

Não conseguia parar de olhar aquela vista. Casas ao lado de casas, com cores variadas, vivas, e ruas em largura média, com árvores grandes e folhas tão verdes que pareciam de plásticos, ao longe aquela ponte de aço, curvando-se como um arco, e em baixo, um rio com água cristalina e cintilante. E em cima da ponte, pessoas passavam calmamente, com seus rostos respectivos sorridentes, indo para o outro lado do rio, onde se encontravam mais e mais casas.

Aquela visão era tão linda, de um lugar tão diferente do que era.

Que se eu não estivesse vendo e presenciando, jamais acreditaria.

Eu fiz isso.

- Mas como as coisas funcionam? Quero dizer, antes era tudo magia, e agora? - Perguntei, desviando os olhos para os olhos mais lindos e verdes que já virá em minha vida.

- Certas coisas ainda estão funcionando com magia, mas a noite a cidade se ilumina com tochas de fogo, e é uma visão tão linda. - Respondeu, não podendo conter aquele sorriso maravilhoso. - Mas, eu sinto que a magia que nos rodeia agora, é boa. Sabe, é sua magia.. Eu não sei te explicar como posso sentir isso, mas antes eu me sentia deslocado, e sentia um ar pesado e sombrio me rodeando, - apertou a mão na minha cintura - agora não. Eu me sinto bem. Me sinto muito bem.

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