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LUKE

Quando a professora anunciou o trabalho de hoje, no caso, trabalho de duplas, sorri involuntariamente. Virei-me para a rapariga de cabelos castanhos ao meu lado e percebi que ela estava a brincar com os dedos no colo.

- Mary... - chamei. Levantou a cabeça e olhou para mim com aqueles grandes olhos verdes. - Sabes tocar algum instrumento?

- Sim. Mas não está aqui para poder tocar. Logo vais ter de ser tu a ensinar hoje. Bonito serviço... - disse a última parte quase num susurro.

- Okay. Então anda. - agarrei-lhe no pulso e puxei-a para um canto da sala, onde estaríamos mais isolados e concentrados, e porque estava lá uma guitarra.

- Estamos em desvantagem. - olhei para ela confuso e curioso. - Ainda não sei o teu nome. - sorri de lado.

- Sou o Luke Hemmings. Ao seu dispôr. - fiz uma vénia e ela revirou os olhos.

- Okay. Então... Luke, o que vais fazer?

- Vou ensinar-te a tocar... - agarrei na guitarra. - Guitarra. - sorri-lhe.

- Okay. - deu um pequeno sorriso.

Ela sentou-se e eu coloquei a guitarra em cima do colo dela. E com esse gesto fiquei a "abraçá-la" por trás. Não tinha feito isto com outro propósito mas assim que ela percebeu, virou a cara dela dando-se com a minha a cerca de cinco centímetros da dela. Não sei como isto aconteceu mas quando dei por mim, estávamos a nos aproximar. Os nossos narizes chegaram a tocar e...

- Meninos!!! - disse a professora. - Isto é uma aula de música, não de beijo. - falou só para nós. Ela pode ser exigente, mas não gosta que nenhum dos seus alunos seja gozado. Isso é uma das razões por ela ser a minha stora preferida. 

- Desculpe. - dizemos os dois.

Depois daquele "momento", continuei com a minha pequena "aula".

- Então se colocares os dedos assim, nas cordas - fiz com que a Mary fizesse a posição de um acorde do Dó M - e agora dedilhares, dás um acorde.

- Obrigada. - ela faz uma cara estranha e pensativa, decidindo se devia falar ou não.

- O que foi?

- Acho que és um bom professor. - sorri com o elogio. - Achas que me podes ensinar a tocar aquela música?

- Qual música?

- Aquela que cantaste na sala do último piso. - explicou tímida.

- A Amnesia? - ela assentiu. - Claro.

- Boa! - e deu-me um beijo na bochecha sem aviso prévio.

MARY

Não sei porque fiz aquilo, mas senti-me bem. Senti algo na minha barriga, a dar voltas e voltas, mas no sentido bom.Mas ao mesmo tempo sabia que aquilo era mau, muito mau. Barreiras, Mary, barreiras! Olhei para a guitarra, com as bochechas a aquecerem.

- Desculpa. - pedi, envergonhada.

- Não faz mal. - sorriu de lado. - Eu gostei. - respondeu baixo, se calhar para eu não ouvir.

- Então... Vamos começar?

- Sure.

*

Depois das aulas acabarem, decidi que ia ao centro comercial comer alguma coisa. Estava a precisar de enfardar em Mc (sorte a minha que não engordo) e também porque queria comprar uma guitarra. O instrumento que sei tocar é bateria, mas digamos que é muito cara para poder comprar. Sempre é mais acessível uma guitarra, mesmo que seja só para desenrascar. Dirijo-me à loja de música antes de ir para a restauração.

- Boa tarde. Pode-me dizer onde se encontram as guitarras clássicas? - perguntei à empregada.

- São ali. - apontou para o local onde se encontravam.

Dirigi-me àquela secção e o meu olha caiu numa guitarra vermelha. Juro, que linda que ela era. Perfeita para mim!. Agarrei nela e levei-a ao balcão pronta para pagar.

- São 50€. - falou a rapariga.

- Shit. Não tenho que chegue.

- Eu pago por ela. - falou uma pessoa atrás de mim.

Virei-me e deparei com o Luke de óculos escuros. Ele deu o dinheiro e sorriu para mim.

- Obrigada. - disse-lhe.

- You're welcome. - entregou-me a guitarra e já ia a sair, até que lhe agarro no braço para o parar.

- Porque fizeste isto?

- Porque, como teu "professor" - piscou-me o olho - acho que devias arranjar uma guitarra, para treinares quando quiseres.

Depois desapareceu do centro comercial.

*

Em casa, agarrei na guitarra e comecei a tocar uns acordes, da Amnesia, daquilo que ainda me lembrava depois da aula de música com o Luke. De repente, oiço alguém a bater a minha janela. Deixo a guitarra de lado e vou buscar um taco de beisebol. Não faço a mínima onde o arranjei, mas pronto. Abri a janela, e quando ia dar com o taco na cabeça da pessoa, esta agarrou-me na cintura e no pulso, para eu não me mexer.

- Acho que não é assim que se cumprimenta as pessoas, minha fofa.

- O que fazes aqui, cabrão? - já estava pronta a bater-lhe.

- Oh tu sabes bem o que eu quero. Hum... O teu visual mudou, mas tu continuas incrivelmente sexy.

- Pára. - As lágrimas estavam quase a chegar aos olhos, por causa da força que ele estava a fazer no meu pulso e ao lembrar do que ele me fez.

- Não paro, até ter o que eu quero. - ele agarrou-me com força para eu não fugir. Até que alguém empurra-o.

Braços fortes abraçam-me. Eu sei muito bem quem é. Luke.

- Sai daqui. - resmunga o Luke.

- Eu saio, mas vou voltar.

Saltou pela janela.

Eu só consegui abraçar mais o Luke e chorar muito. Porque ele tinha de voltar? Ele.

- Shh, calma. Tem calma. - falava docemente ao meu ouvido.

*

Estávamos os dois em cima da cama, eu em cima do peito dele, ainda com algumas lágrimas a escorrer pela a minha cara, e ele a fazer-me carinho no cabelo. De alguma maneira, eu consegui acalmar graças a ele e a maneira como ele me abraçou. Juro que agradeço profundamente por ele ter aparecido na hora H. Nunca tivemos assim tão próximos. Mas eu gostava. Sentia-me protegida.

Ele protegia-me...

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Quem será o rapaz que magoou a Mary?

E qual será a sua história?

No próximo saberão ;)

xx

My Dark Angel » l.h.Onde histórias criam vida. Descubra agora