Capítulo 17

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Manhã de feriado, meu celular está tocando, abro os olhos e Heloísa dorme calma em meus braços, me levanto sem acordá-la, pego celular e meu irmão dizendo que meu pai sofreu um acidente e está no hospital, aquilo me causou preocupação e por respeito a minha mãe e meu irmão decido ir até lá, vou para o banho e quando volto Heloísa está acordada deitada, sento na cama e digo:

- Meu pai está internado, e irei ver ele.

Ela responde: - Nossa e você diz nessa calma, me espere vou me arrumar e ir com você.

Respondo rápido: - Melhor não, vai que ele piora depois que me ver não quero que ninguém falte com respeito com você.

Ela responde: - Tem certeza Re?

Respondo: - Sim. Eu vou até lá vejo como ele está e depois volto para casa.

Ela concorda e vai tomar seu banho, eu termino de me arrumar e corro para o hospital, não é muito longe vou de bicicleta, chegando lá todos estão com uma cara péssima, pelo que parece ele discutiu com a minha mãe e depois saiu de carro, pelo jeito bebeu e bateu, o estado dele e delicado, eu abracei meu irmão e cumprimentei minha mãe, na verdade eu temia que a briga deles o motivo fosse eu, porém eu não queria falar sobre aquilo agora, apenas queria que as coisas ficassem bem, minha irmã nem olhou na minha cara com certeza ela achava que a culpa de tudo aquilo era minha, dei de ombros e fui até a capela do hospital rezar, eu não acreditava em igreja nenhuma, mas acredita no meu Deus me ajoelhei e fiquei ali pedindo fazendo mil promessas impossíveis se caso meu pai ficasse bom, eu estava triste ele querendo ou não era meu pai, e não queria ver ele em um hospital ou morto, aquilo tudo passava pela minha cabeça, e o choro vinha eu tentava segurar, eu realmente não queria que meu pai morresse.

Voltei e os médicos diziam que o estado dele era grave, que teria que fazer uma cirurgia pois a batida do carro foi trágica, o carro na verdade deu perda total e meu pai tinha grandes chances de ficar sem os movimentos das pernas, os dedos estavam todos quebrados e ele estava bem machucado no rosto, vimos ele de longe e eu chorava com tudo aquilo, fomos para sala de espera e eu estava abraçada com meu irmão, ambos consolando um ao outro, quando escuto alguém me chamar, olho e era Lívia eu não sei como ela ficou sabendo daquilo, olhei para ela e a abracei sem pensar duas vezes, chorei bastante e ela apenas me abraçava e permanecia ali, dizendo que tudo ficaria bem, peguei em sua mão e fomos até a capela para conversar melhor, chegando lá disse a ela em voz baixa:

- Como ficou sabendo Lívia que eu estava aqui? Heloísa te contou alguma coisa?

Ela respondeu: - Eu vi na internet sobre o acidente, e seu pai e bem conhecido por aqui, Heloísa não me contou nada, porém não importa, eu estou aqui com você, e seu pai vai ficar bem.

Respondi: - Eu estou com medo disso tudo, minha irmã não olha na minha cara, minha mãe não fala nada está isolada, temo que tudo isso tenha acontecido por minha culpa.

Ela respondeu: - Não, a culpa não é sua. Foi um acidente, vem aqui pertinho de mim eu vou ficar com você sempre.

A minha maior ilusão foi acreditar naquelas palavras, mas no momento eu estava feliz por ela estar comigo, as horas foram se passando e até esqueci que meu celular estava na bolsa, pego ele e estava cheio de ligações perdidas e mensagens de Heloísa e Renato, então retorno a ligação para Heloísa, digo a ela o estado do meu pai, e ela desliga rápido dizendo que está na entrada do hospital, vou ao seu encontro e ela me abraça e me beija dizendo que vai ficar tudo bem, ela não estava se importando com as pessoas ao nosso redor, acho que ela não tinha visto que Lívia estava atrás de mim naquele momento. E então ela cai em si e diz:

- Rebeca, o que essa garota está fazendo aqui?

Respondi: - Ela veio aqui me dar uma força, desculpe não atender você antes meu celular estava na bolsa eu não vi, digo chorando.

Ela responde: - Calma, seu pai vai ficar bem vou ficar com você agora.

Lívia se aproxima de nos duas e me fala:

- Rebeca eu preciso ir. Melhoras para seu pai.

Quando fui responder ela deu as costas e sumiu, aquilo foi péssimo, mas não era a hora de voltar correndo atrás dela, minha irmã viu tudo aquilo e disse:

- Rebeca, aqui não é lugar para essa cambada de sapatões nojentas, faça o favor de sumir daqui nosso pai está naquela cama por sua causa, se você não fosse desse jeito nada disso teria acontecido.

Aquelas palavras foram piores que um tapa, então fiz o que ela falou dei as costas e sai, não sei se era realmente a melhor coisa a se fazer, mas talvez realmente minha irmã tivesse razão, a culpa daquilo tudo era minha, e não tinha nada que eu pudesse fazer a não ser rezar, peguei minha bicicleta no estacionamento, Heloísa pegou a bike dela e quando íamos indo embora escuta uma voz rouca gritar meu nome, era Augusto meu irmão, parei e ele me disse:

- Rebeca, não vá embora, não liguei para nossa irmã ela não sabe o que diz.

Respondo: - Augusto ela tem razão a culpa disso tudo e minha, e não tem o que eu fazer aqui.

Ele responde: - Então vá descansar, mas saiba que a culpa não é sua, nosso pai vai sair dessa você vai ver, e quando ele acordar ficará feliz de ver que você estava aqui preocupada com ele, tudo vai dar certo Re. Peça desculpa a sua amiga, e diga a ela que sempre será bem-vinda aqui, eu vou conversar com nossa irmã e tudo vai dar certo.

Apenas abracei meu irmão depois daquelas palavras, ele era o mais sensato de todos e eu o amava muito por tudo aquilo que ele estava fazendo por mim, me senti melhor e menos culpada depois de tudo aquilo.

Fomos para casa de Heloísa, e ela foi para cozinha fazer um sanduíche para nós duas, eu fui tomar um banho e arrumar minha mochila para trabalhar amanhã, coloquei um pijama e na cozinha nos sentamos e Heloísa me pergunta:

- Como Lívia ficou sabendo do acidente?

Respondi: - Na verdade eu pensei que você que tinha dito algo para ela, mas ela me disse que ficou sabendo pela internet, e depois disse que meu pai é muito conhecido.

Ela me olhou e disse: - hum, entendi. Eu não fui antes porque você me disse que era melhor eu não ir, mas quando chego aquela garota estava lá.

Respondi: - Por favor, não vamos discutir e outra você pirou né? chegar lá e me beijar na frente da minha irmã.

Ela respondeu: - Eu fiz por impulso, e outra eu apenas relei em seus lábios a intenção era te ajudar.

Peguei na mão dela e olhei em seus olhos dizendo: - Tudo bem, mas me promete que não irá, mas fazer isso? Não quero passar mais por aquilo, e também não quero que você seja humilhada assim. E me desculpa, minha irmã e sem noção nenhuma.

Ela respondeu: Re, está tudo bem. Vamos deitar, assistir um filme e amanhã antes do trabalho vá visitar seu pai.

Fomos para o quarto, e nos deitamos ela assistia concentrada um filme que passava na tv e nos meus pensamentos só existia Lívia, lembrei dela na capela me dizendo que sempre estaria comigo, aquelas palavras realmente mexeram comigo, fiquei feliz de saber que ela se importava comigo, me levantei fui até o banheiro e liguei para ela na esperança dela não me atender depois daquilo, mas ela me atendeu rápido dizendo:

- Oi Rebeca, seu pai está bem?

Respondi: - Creio que esteja do mesmo jeito, quero te pedir...

Ela me interrompe e diz: - Ah, espero que ele melhore agora eu preciso desligar nos vemos amanhã até logo. E assim desliga a ligação na minha cara.

Eu tinha certeza que ela estava chateada comigo, mas amanhã eu resolveria isso, voltei para o quarto e Heloísa estava deitada, me deitei e dormimos. 

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