Capítulo 27

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Alguns dias foram se passando e as coisas foram ficando ainda mais difíceis, Lívia nem em casa ia mais e quando ia tinha briga, Heloísa não me respondeu acredito que ela tenha trocado de e-mail ou não quis me responder, resolvi focar na faculdade e com o decorrer do curso foram aparecendo diversos trabalhos para fazer, porém quase todos eram em grupo uma coisa que já me deixava aflita, no trabalho eu evitava o máximo conversar com as pessoas ou me reunir para beber depois do expediente, Lívia era muito possessiva e eu tinha medo dela armar algum escândalo e me fazer acabar perdendo o emprego, de uns tempos para cá Lívia não me ajudava mais nas contas de casa,  eu tinha que me desdobrar para pagar tudo, não queria pedir ajuda para meu irmão pois ele falaria e seria com razão, então tive a ideia de vender brigadeiros na faculdade, minha mãe fazia e eu vendia, concordei em ficar meio a meio para cada, mas a minha mãe resolveu me dar todo o lucro, com as vendas fiz mais amizades na faculdade e comecei a me sentir mais feliz, conheci uma garota de outro curso o nome dela era Tainá, ela fazia psicologia, todos os dias ela  comprava brigadeiro e viramos amigas, ela era mais masculina e sempre estava rodeada de meninas, criamos uma boa amizade até que certo dia ela me pergunta:

- Ei Rebeca, o que acha de tomarmos uma cerveja no final de semana?

Pensei e respondi: - Eu adoraria, mas preciso ver se a minha noiva vai estar em casa e se ela vai deixar.

Ela respondeu: - Deixar? Como assim?

Respondi: - Ela é um pouco ciumenta, na verdade não estamos muito bem...

Ela me olhou e disse: - Então mais um motivo para gente conversar e tomar uma cerveja, eu já percebi que você é muito sozinha, e sempre chega atrasada na faculdade ou está correndo, sei lá eu só quero ajudar, se quiser conversar.

Respondi: - Vamos fazer assim, sábado a gente toma uma e eu te conto tudo que eu achar necessário.

Ela respondeu: - Beleza.

Eu já estava de saco cheio de Lívia que não servia mais para nada, então liguei para ela e disse que queria conversar, mas ela como sempre disse que não ia dar, resolvi então não esquentar mais a cabeça com ela e no final de semana tomar uma com Tainá lá em casa, afinal quem paga tudo mesmo sou eu acho que mereço isso, a semana foi se passando e todos os dias Tainá comprava os brigadeiros e ficávamos conversando até tarde na porta da faculdade, ela era uma pessoa muito legal, e gostava da amizade dela, ela sempre me apresentava para pessoas e me ajudava a vender os brigadeiros, e eu era grata por isso. Enfim chegou sexta-feira, e no sábado eu iria trabalhar até o meio dia, levei alguns brigadeiros a mais já que estava vendendo bem e Tainá disse que me ajudaria, deu o horário do intervalo e encontrei Tainá dei cerca de uns 20 brigadeiros para ela vender na sala dela e combinamos de no final da aula nos encontrarmos na saída, eu já tinha vendido os outros 15 na sala e sai por volta das 22:15 da sala, fui no banheiro e me olhei no espelho, fazia um tempo que não me cuidava mas naquela sexta resolvi ir mais arrumadinha pra aula, prendi meu cabelo no alto lavei meu rosto e fui para portão da saída esperar Tainá, uns 10 minutos se passaram e lá chega ela toda animada dizendo:

- Pode falar eu sou a melhor vendedora de todas, olha só vendi tudinho.

Olhei animada para ela e respondi: - Que legal em, obrigada mesmo, mas preciso te dar uma comissão pelas vendas.

Ela me olhou espantada e disse: - Rebeca não precisa de verdade, eu só faço isso para te ajudar.

Respondi: - Mas não é certo, você vendeu todos e ainda comprou alguns então faço questão de dividir o dinheiro.

Ela respondeu: - Ok, mas não quero minha comissão em dinheiro, posso pedir outra coisa?

Me deu um gelo na barriga, olhei em seus olhos e respondi: - Sim.

Ela se aproximou e disse: - Não fura comigo amanhã, quero muito te escutar e te ajudar.

Respondi: - Ah pode ficar tranquila amanhã as 18:00 horas você vai em casa.

Ela respondeu: - Tudo bem, mas eu preciso do endereço ou do telefone né.

Rimos e eu passei o endereço, conversamos mais um pouco e depois fomos embora, eu fui de bicicleta pois estava economizando o máximo e ela tinha uma moto, fui para casa de minha mãe e quando cheguei comemos uma pizza, conversamos um pouco e ela me disse:

- Filha e as vendas estão indo bem?

Respondi: - Sim, minha amiga está me ajudando a vender.

Ela me olhou e respondeu: - Nossa que milagre, não sabia que você tinha amigas na faculdade fico feliz por isso filha, te vejo sempre sozinha, aliás você e Lívia estão bem?

Abaixei a cabeça e respondi: - Então mãe eu nem sei sabe, Lívia nem fica mais em casa e quando está sempre brigamos, e para você não posso mentir ela não me ajuda mais em casa, eu estou pagando as contas, aluguel, faculdade tudo sozinha, sorte que as vendas estão indo bem e isso me ajuda muito nas despesas, e amanhã essa garota que me ajuda vai ir lá em casa tomar uma cervejinha e conversar comigo.

Ela respondeu: - Filha porque você não termina esse relacionamento e volta a morar aqui?

Respondi: - Estou tentando fazer isso, mas não consigo. Lívia não fica em casa e dificilmente nos falávamos, mas assim que tiver oportunidade irei resolver isso e voltar para cá.

Vi em seus olhos que ela ficou feliz em saber que vou me separar, e eu estava ansiosa para encontrar Tainá no outro dia, quando fui me deitar peguei o notebook emprestado e entrei no e-mail, vasculhei e no lixo eletrônico tinha uma mensagem da Heloísa, cliquei e abri, e estava escrito:

" – Oi, nossa quanto tempo pensei que não tinha mais o meu e-mail, eu estou bem e você? Curitiba é uma cidade linda você precisa conhecer. Abraços Heloísa. "

Meu coração parou depois que li o e-mail eu não sabia se aquilo era um convite ou se era um começo de amizade, não sei, mas em poucas palavras me deixou mexida, eu não sabia o que responder, deitei na cama e fiquei lendo e relendo, lembrando de Heloísa de tudo que passamos que saudade que eu estava dela, entrei na internet e pesquisei sites de viagens, valores hotéis, eu queria ir atrás dela mas teria que ser na hora certa, foi apenas um e-mail mas não sei se ela tinha alguém, se aquilo foi realmente um convite eu estava parecendo uma adolescente vivendo a primeira aventura.

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