Capítulo IV

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   O sol aponta seus primeiros raios de luz sobre a Terra, o frio da noite desaparece aos poucos dando lugar para o calor do dia. A alguns metros a frente, o alto e dourado muro de Baktavon se ergue, rodando toda a extensão da cidade. Diferente do Reino de Marxavon, este reino se glorificou com o tempo, se tornando um dos maiores e mais temidos reinos de toda a região.

   – O que foi? – pede Katty, ao ver a cara de espanto de Skaravela.

   – Como é...

   – Grande – completa Katty num tom patriota – Dizem que Baktavon é umas três vezes maior que seu reino. Você vai gostar daqui.

   Skaravela encara o grande muro se perguntando o que teria do lado de dentro.

   – Vamos os portões já vão se abrir – diz Katty.

   Os enormes e pesados portões rodam lentamente para o lado, produzindo um estrondo semelhante a trovões.

   – Bem-vinda a Baktavon – diz Katty.

   O interior dos muros é ainda mais belo, calçadas limpas de pedra se desenrolam para além dos bosques, indo de encontro a uma enorme torre do qual só se consegue ver a parte superior.

   – Vamos, temos muito o que andar ainda.

   Skaravela olha para Katty. É visível em seu rosto o quanto está encantada com tudo aquilo.

   Foram necessários, pelo menos, mais uns quatro quilômetros andados para então chegarem a cidade. Construções se erguem ao redor da praça central em círculo, tudo tão bem planejado e organizado dando vida a principal área urbana de Baktavon.

   – Venha, é aqui. – A voz de Katty quase nem é captada pelos ouvidos de Skaravela por conta da agitação das pessoas.

   Katherine entra em uma das grandes construções pela porta lateral. Essa tem uma fachada exposta ao público, coberta pelo telhado de um material ainda não conhecido por Skaravela. Pessoas entram e saem a todo momento com sacos e potes com diferentes tipos de coisas em seus interiores.

   Katty a puxa pelo braço. Acordando-a do transe.

   – Venha e sente-se aqui. – Ela puxa uma cadeira comum de madeira. – Vou avisar que chegamos. Não saia daqui.

   Skaravela, a observa sumir no meio da multidão. Ela olha ao redor, suspira, agora não tem como voltar atrás. Apoiando as trouxas de roupa no colo, ela faz a única coisa que pode fazer. Aguardar.

   Aos poucos, seus olhos vão se fechando. Está cansada, passou a noite inteira caminhando e agora só deseja dormir. A preguiça toma conta de seu corpo, se afundando no íntimo de seu subconsciente...

   – Ei, moça, você é a nova? – Alguém a cutuca insistentemente.

   Sua boca se prepara para xingar, mas ao abrir os olhos e ver que se trata de uma simples menininha, se contém.

   – Você é a nova? A vovó me falou que íamos receber uma nova ajudante para o senhorio. – A garotinha fala sem parar.

   – Sim. – Skaravela responde sorrindo, se lembrando de quando era pequena e agitada igualmente. – Sou Skaravela.

   – Que nome engraçado. – Crianças sendo crianças. – Me chamo Rosana.

   Katty se aproxima acompanhada de uma senhora de cabelos brancos.

   – Vamos, Rosana. – Katty força um sorriso para a menina, que a acompanha.

   – Sou Blanca Del Valle, sua superior – se apresenta a mulher.

A Skaravela.Onde histórias criam vida. Descubra agora