Capítulo V

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   – Que tédio – comenta, ela com sua colega.

   – Bem-vinda ao meu mundo. – Katty sorri. – Às vezes, alguns velhos nobres aparecem por aqui e sabe... – Ela sorri com o canto da boca.

   – Não – diz Skaravela – Não sei.

   Katty, a olha indignada.

   – Deixa de ser ingênua, sua retardada. – Ela aponta para a entrada. – Moedas de ouro a caminho.

   Skaravela olha para a direção que a outra mulher aponta. Um homem vem vindo, usando das mais belas roupas, obviamente é rico. E velho.

   – Oi, como posso ajudar? – Katty o complementa sorridente.

   – Olá, belas damas. – Sua voz é rouca, certeza que fuma. – Vim negociar minhas sacas de milho com Dona Blanca.

   Katty sorri e balança a cabeça.

   – Aham, pode deixar. – Katty entra por uma porta, talvez aquela a levasse ao local de trabalho de Dona Blanca.

   O homem desvia o olhar para Skaravela, a olhando de cima a baixo. Esse ato faz com que seu corpo se sinta ameaçado.

   – Quem é você? – Ele sorri. Seus dentes são todos amarelos. – É nova na redondeza?

   Skaravela olha para onde fica o forno e depois para o homem.

   – Sim. – Sua voz sai trêmula. – Sou Skaravela.

   O homem começa a rir. Uma risada rouca e escandalosa, nessa hora, a maior parte das pessoas ali presentes desviam o olhar para eles.

   – Escaravelho? – O homem coloca a mão na barriga, que por sinal, é grande. – Que porra de nome é esse?

   Algumas pessoas riem baixinho nos outros cantos do senhorio.

   – Não é Escaravelho, e sim, Skaravela – corrige, ela.

   – Dá na mesma. – O homem a fita. – Escaravelho, vira-bosta e besouro. É tudo a mesma porra de inseto.

   Ela suspira, não poderia xingar um cliente. Mas, queria.

   – O que sua mãe é? Colecionadora de praga ou bruxa de beira de estrada? – zomba.

   – Nem um, nem outro. – A voz dela sai um pouco alterada.

   O homem, se cala e a encara revoltado.

   – Quem você pensa que é, porcaria? – grita.

   Antes que Skaravela dissesse algo, Katherine aparece pela porta com um sorriso no rosto. Felizmente, acabando com essa palhaçada.

   – Senhor – chama – Dona Blanca o espera.

   Ele sorri para Katty e mostra o dedo do meio para Skaravela.

   – Perdi alguma coisa? – pergunta a mulher de cabelos negros, sorrindo.

   – Nada, esquece – responde, calma.

   – Logo no primeiro dia já está causando. – Katty ri. – Não esquenta, você acostuma.

   – Que os deuses te ouçam. – Elas riem.

   Uma jovem mulher, descabelada e suja, entra apressada.

   – Quanto é pra usar a caixa de fogo? – Ela fala tudo enrolado, mal dava para entender.

   Skaravela, a olha com um pouco de pena.

   – O forno? – corrige, Katty.

   – Isso – concorda.

A Skaravela.Onde histórias criam vida. Descubra agora