Ele.

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Notas iniciais: Olá, meu povo! Tudo na paz? hahaha Espero que sim! Vamos do primeiro capítulo? Simboraaaaaaaaaaaaaaa! Boa leitura!

p.s. haverá umas palavras em italiano. E não, eu não sei nada dessa língua. MAR, amém seja o Google tradutor.

Io - eu. \ Zombie - zumbi. \ Cazzo - porra. \ Voi - você. \ Buongiorno - bom dia. \ Dio - Deus.

Capítulo 1.

Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

- Clarisse Lispector.

Dois anos depois.

Passei a ponta da língua por entre os meus lábios, sentindo como estavam ressecados e rachados. Me sentia desidratada e muito cansada. Na realidade, era como se a qualquer momento io fosse apagar de tanto sono e, por mais que meu corpo protestasse e pedisse por algumas horas de descanso, estava fora de cogitação parar e dormir. Não meio da floresta, onde poderia surgir algum zombie a qualquer momento, ou outro humano.

Não que eu seja pessimista ou algo do tipo. No entanto, depois que a terra fora abatida por toda essa merda de apocalipse e os mortos ganharam vida, os humanos tornaram-se mais perigosos e cruéis. E confiar em um desconhecido poderia ser a sua condenação à morte em um piscar de olhos.

Entrei em uma área residencial. Logo algumas casas bonitas e abandonadas surgiram no meu campo de visão. Não havia muita coisa além de muitas árvores, arbustos e o mais puro dos silêncios me rodeando. Arqueei uma sobrancelha e a minha mão direita pairou sobre a arma, enquanto o meu coração batia absurdamente alto. Senti uma única gota de suor escorrer pela minha têmpora, pois nunca me sentia verdadeiramente tranquila em lugares assim. Um arrepio subiu por minha espinha, quando pisei em um galho sem ver e um pequeno estalo cortou brevemente a quietude excessiva.

Soltei um suspiro pesado e tenso, engolindo uma série de palavrões.

O lugar estava calmo demais, e sem nenhum zombie à primeira vista. O que deveria ser um alivio para mim, mas, pelo contrário, me deixava mais desconfiada e com os dois pés atrás.

Não foi confiando nas pessoas que você ainda está viva, uma vozinha disse dentro da minha cabeça com deboche e sarcasmo. Io tinha que concordar, porque a minha primeira e última tentativa de sobreviver com um grupo acabou mal.

Muito mal.

Balancei a cabeça para os lados para livrar-me das lembranças amargadas, das quais sempre fujo e evito recordar. Me senti meio tonta com o movimento e também pela falta de uma refeição decente à dias. Eu queria tanto comer um gorduroso e nada saudável hambúrguer da cantina da minha antiga universidade, ou a pizza caseira que a minha nonna fazia na minha infância na Itália.

Porém, tudo não passaria de uma vontade e a lembrança de uma vida que perdi há muito tempo.

Parei em frente a uma casa com dois andares e janelas de vidros, encarando-a perdida em pensamentos. Ela ficava em uma área mais afastada e isolada das demais, o mato muito alto tapava a maior parte da fachada e pouco podia ser visto da rua.

Talvez, fosse uma boa alternativa para aquela noite.

Puxei a arma do coldre, que estava preso na minha perna direita. Por alguma razão estranha, sentia que deveria entrar ali e, sem pensar muito, caminhei silenciosamente até pequena escada que dava acesso a varanda. Tudo continuava calmo e quieto. Mordi o lábio inferior em sinal de tensão, e passei a manga da minha blusa no vidro sujo, por uma grossa camada de poeira, limpando-o. Olhei pelo pequenino círculo, encontrando a sala e parte da cozinha vazias. Não havia nenhum som vindo de dentro da casa. 

Epitáfio de Alice - Rick Grimes.Onde histórias criam vida. Descubra agora