Saudades.

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Notas iniciais: Hellooooooo. Preparados para um capítulo super light? Tá lindo de maravilhoso. Só acho que posso ser xingada no final, mas só acho mesmo.😌

Capítulo 31.

Me leva pro céu, vira meu mundo de pernas pro ar, essa paixão ardente pronta pra incendiar...
- Daniel Machado.

Io sentia o suor escorrendo pelo meu rosto, enquanto sumia por dentro da camiseta rasgada na frente, e grudava algumas mechas soltas da trança na pele pegajosa do meu pescoço. Parei e apoiei-me no cabo da enxada, ajeitando o chapéu de palha sobre a minha cabeça, e soltei um suspiro pesado.

O sol estava escaldante, novamente.

Havia se passado dois dias, desde que cortaram a cerca e o pequeno ataque dos mortos vivos. Contudo, mais nada tinha acontecido de diferente ou inesperado, só que eu não sabia se era algo bom ou péssimo sinal. Porém, por precaução e segurança, havíamos estabelecidos uma rotina de vigia durante a noite, e todos voltaram a andar armados tanto dentro quanto fora da propriedade.

Nós esperávamos ansiosamente pela chegada do grupo, que ainda não tinha retornado. Meu coração apertava-se de medo e saudades, quando eu pensava neles, principalmente no ragazzo e no xerife.

- Acho que já deu por hoje, Ally – Betina murmurou com um sorriso fraco, e o rosto coberto pelo suor – Vamos nos sentar ali? – Apontou para a sombra de uma grande árvore.

Assenti sem tecer nenhuma palavra, enquanto saiamos da horta e íamos na direção da árvore.

- Estou com saudades de todos, mas... – A loira continuou, adquirindo um tom de voz mais baixo e apreensivo – Principalmente de Daryl – Confessou, sentando-se no chão, e encostou-se contra o tronco – Ally, você acha...

- Claro que eles estão bem e seguros, Betina – Cortei-a com o cenho franzido – Por favor, não pense nessas besteiras – Pedi um pouco irritada – Eles são fortes e corajosos. Já enfrentaram a morte e o inferno nessa merda de mundo apocalítico em que vivemos agora. Não será uma busca por suprimentos e recursos, que mudará isso tão facilmente – Afirmei mais suave, forçando um sorriso.

Contudo, tinha uma parte de mim, que estava temerosa e apreensiva, desde que eles tinham partido. Era inevitável, afinal.

- Como você consegue se manter tão calma e serena em alguns momentos tão tensos? – Ela inquiriu com curiosidade.

Bebi um gole generoso da minha garrafinha d'água, enquanto pensava sobre dizer ou não a verdade a ela. Olhei de relance para o céu azul, tendo poucas e finas nuvens para interromper a sua imensidão. Mesmo que já estivesse chegando perto do finalzinho da tarde.

- Mas, io no me mantenho – Confessei, deixando a garrafinha entre nós duas, e estiquei as minhas pernas.

Ela franziu as sobrancelhas, pensativa.

- Como assim?

- Por fora, posso parecer assim, mas surto por dentro as vezes – Dei de ombros – Apenas tento ser, Be – Suspirei ao fechar os olhos – Não é como se io tivesse, ou não, o direito de escolher – Dei um riso sem humor.

- Isso não me parecer ser nada justo com você – Comentou pensativa.

Abri os olhos e virei a cabeça na sua direção, fitando-a.

- E não é nenhum pouco, Betina – Sorri com ironia – Apenas me adaptei a isso e ao nosso atual mundo – Dei de ombros, novamente.

A loira assentiu, porém não disse mais nada. Caiamos em uma quietude calma e confortável, enquanto cada uma ficava perdida e concentrada nos próprios pensamentos.

Epitáfio de Alice - Rick Grimes.Onde histórias criam vida. Descubra agora