Um ponto final.

3.5K 277 46
                                    

Notas iniciais: Por favor, vejam as notas finais. Alerta, esse capítulo é "leve", mas pode conter gatilhos emocionais. Boa leitura!

Capítulo 25.

Point of view – Betina Greene.

Pelas ruas de Arklow

Em uma beleza encharcando

Revertendo até o dia

E eu vi seus olhos

Eles estavam brilhando, Eles estavam brilhando

E nossas almas foram limpos

E a grama fez crescer

Starting a new life - Van Morrison.

Subir aqueles poucos degraus, podres e soltos em algumas partes, era como abrir uma fenda no tempo e retornar para o passado. Um passado onde meus pais e irmão estariam vivos, minha irmã preste a chegar da universidade e eu estaria ansiosa a sua espera. Contudo, isso não passava de uma utopia, apenas um sonho distante e irreal da minha mente saudosa.

E pensar em Maggie era como um banho de saudade, porém mágoa e tristeza também por tudo que havia me dito, quando contei sobre meu recente relacionamento com Daryl. Eu estava feliz, como a muito tempo não me sentia, e queria compartilhar com ela esse sentimento. Entretanto, o tiro saiu pela a culatra, e acabamos tendo uma briga. Nunca esperei uma reação tão agressiva e negativa dela.

Estava marcado a ferro e fogo no meu coração o que Maggie pensava de mim, em como me achava uma fraca. Eu já fazia uma certa ideia, do que ela pensava de mim e como nunca me procurou após a queda da prisão, e ouvir tudo isso em voz alta foi apenas levar um rasteira da vida e em seguida um soco no estômago.

''- Eu pensava que você tinha morrido, Betina. Pensei que de todos que poderiam ter morrido, você teria sido a primeira por ser a mais fraca do grupo – Minha irmã confessou com um grito alto e exaltado, enquanto parecia que meu coração estava sendo esfaqueado lentamente – Nunca pensei que a Michonne morreria, mas você não – Completou, respirando pesado.''

Era uma lembrança dolorosa, porém foi mais um gatilho para o meu próprio crescimento. E ironicamente, não sentia raiva ou ódio dela, apenas um imenso vazio. Eu ainda não estava pronta para perdoa-la.

Parei na beirada da varanda e fitei a cadeira de balanço, que meu pai passava tarde e mais tardes apenas sentado em silêncio. Se eu fechasse meus olhos e me concentrasse um pouco, conseguiria visualiza-lo sentado com uma expressão serena e olhar perdido no mesmo lugar, antes do apocalipse.

Contudo, era apenas uma lembrança. Uma doce e saudosa lembrança.

- Você está bem, loira? – Ele perguntou carinhosamente, quando tocou o meu braço com as pontas dos dedos - Você ficou aérea de repente.

- Estou sim – Sussurrei ao voltar a realidade, e encarei o meu namorado – Só estava lembrando como meu pai adorava essa cadeira de balanço – Comentei com um pequeno sorriso – Mas, estou bem.

Daryl assentiu, mas continuava a me olhar com intensidade. Me aproximei e roubei um selinho dele, afastando-me, e sorri mais abertamente quando o vi engolir em seco.

Nunca imaginei que eu um dia sequer chegaria ao nível de intimidade e liberdade que tenho com ele agora, porém não foi algo que conquistei da noite para o dia. Afinal, existiam muita lágrima, tristeza e receio envolvidos em alguns momentos nossos.

Epitáfio de Alice - Rick Grimes.Onde histórias criam vida. Descubra agora