Notas iniciais: Ei, tudo bem? Prontos para mais um capítulo? Particularmente, esse é um dos quais eu mais gosto. Boa leitura!
Capítulo 13.
''Se você fosse uma música seria as melhores notas.''
- O amor não tira férias.
Fitei a simples igreja de madeira branca e com uma única torre, localizada no meio da floresta. Franzi as sobrancelhas, porque nunca compreendi a estranha mania dos americanos em construírem imóveis no meio do nada. Havia uma placa, escrita ''ST. SARAH'S CHURCH. EPISCOPAL'', pendurada próximo a uma cerquinha branca na entrada. A aparência do lado de fora, parecia um lugar que qualquer família viria em um domingo de manhã.
Contudo, io ainda não confiava nenhum pouco no suposto padre Gabriel, pois o próprio parecia querer nos esconder algo e o modo que estava nervoso não era normal. Me aproximei de Rick, que caminhava na frente do grupo e seguia um pouco atrás do padre, e o olhei de esguelha.
- Confia nele, xerife? – Indaguei, discretamente – Io também não – Afirmei, quando ele negou com a cabeça sem me olhar.
- Essa é a minha paróquia – O padre murmurou nervosamente, enfiando a mão no bolso do casaco preto.
O padre Gabriel havia oferecido abrigo para nós passarmos a noite, após salvarmos a sua pele e Carl lhe dar algumas nozes. Mesmo desconfiada, eu estava aliviada em poder dormir de forma mais tranquila, sabendo que tinha um teto sobre a minha cabeça e também do restante do grupo.
- Espere, aí! – O xerife ordenou, baixando o fuzil, e se aproximou com a mão estendida – É melhor não darmos sorte para o azar.
Dei um pequeno sorriso e ajeitei Judith no meu colo, que estava sonolenta e brincava com uma mecha do meu cabelo. Beijei a sua testinha, sem tirar os olhos do seu pai e do padre, que entregou a chave a contragosto após hesitar um pouco. Estreitei os olhos na sua direção, sentindo a minha mão coçando para pegar a minha pistola.
- Carl, fique com a sua irmã, Beth e Ally aqui fora – Rick murmurou, enquanto o seu filho ficava com uma carranca no rosto e bufava descontente – Abraham, Daryl, Carol e eu revistamos o interior da igreja – Chamou-os, parando a mão sobre a maçaneta, e encarou o padre – O restante revistem o perímetro, mas em duplas e não vão muito longe – Completou abrir a porta dupla, e entrou com o fuzil posicionado.
Me sentei no primeiro degrau da escada e aconcheguei Judith adormecida no meu colo, enquanto Beth sentava-se ao meu lado e Carl ficou em pé, ainda emburrado. Soltei um leve suspiro, encarando a bebê, e passei as pontas dos dedos sobre a sua bochechinha rosada.
Tão linda!
- O que foi, Carl? – A loira questionou ao vê-lo chutar uma pedrinha e resmungar algo.
- O meu pai continua me tratando como criança – Ele murmurou aborrecido, sentando-se ao meu lado e bufando – Eu já posso ajudar a vigiar o perímetro, ou revistar a igreja.
Ri baixinho, atraindo a sua atenção.
- Carl, se você não quer ser tratado como criança por seu pai, então não haja como uma – Comentei, olhando-o – Conheço você e seu pai a pouquíssimo tempo, mas sei e vi como ele ficou transtornado em busca de você e da sua irmã – Fitei-a com carinho – Você sabe como o conheci, porém não sabe como Rick chamava por vocês durante a noite, enquanto delirava e ardia em febre.
Ele ficou calado e abaixou a cabeça, parecendo ter ficado pensativo com as minhas palavras.
- Io já tive a sua idade e sei como é um saco ter um pai super protetor – Continuei ao franzir a testa, encarando a floresta, e meu coração apertou-se de saudade de meu papa – Ele também era policial como o seu.
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Epitáfio de Alice - Rick Grimes.
RomancePor quase dois anos, Alice manteve-se oculta nas sombras e na penumbra da floresta. Ela lutou, chorou e sobreviveu a própria solidão, enquanto tentava não quebrar a última promessa feita à irmã em seu leito de morte...De nunca perder a fé e a espera...