Ainda existe bondade?

8.3K 713 308
                                    

Notas inicias: Olá, meu povo totoso. Como vocês estão?Espero que bem. E quero deixar avisado que algumas coisas serão como na série, mas sempre darei o meu toque pessoal. Então, não vou ficar com muito blábláblá e postar logo o segundo capítulo. Boa leitura!

Capítulo2.

Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.

- William Shakespeare.

- Rick? – O chamei, subindo a escada, e levei a mão na minha faca na cintura – Está tudo bem? – Questionei, desconfiada, quando não obtive nenhuma resposta.

Caminhei pelo corredor com passos calmos e calculados para qualquer imprevisto, ou seja, caso ele me atacasse. Apesar de estar confiando um pouco nele e o ter soltado, eu tinha medo de ter tomado uma decisão errada e que isso me custasse muito caro. No entanto, ainda havia uma parte em mim que tinha esperanças e queria acreditar, fervorosamente, que ainda existiam pessoas boas em um mundo destruído.

- Aqui no banheiro – Ele respondeu com um grunhido, após alguns segundos de silêncio total.

Antes de entrar no seu campo de visão, guardei a faca na minha bota e soltei um suspiro pesado. Porém, arregalei os olhos levemente, e paralisei na soleira da porta do banheiro do corredor ao vê-lo. Sem camisa e concentrado em si mesmo, Rick examinava o grande hematoma nas suas costelas, enquanto virava-se de lado, e olhava seu reflexo no espelho rachado. Ele soltou mais um grunhido ao toca-lo com as pontas dos dedos.

- Você está bem? – Sussurrei em um fio de voz, por estar dividida entre a preocupação com ele e a admiração ao seu corpo – O efeito do remédio deve estar acabando – Comentei meio aérea, sem tirar os olhos da sua barriga.

Ergui os olhos, e corei ao ser pega no flagra. Rick me encarava sério, com uma sobrancelha arqueada e os seus olhos azuis eram indecifráveis, porém nada disse. Agradeci-o mentalmente, porque seria muito constrangedor, caso ele comentasse algo sobre o meu furo descarado.

- Estou com dor, mas nada que eu não possa suportar – Comentou, sério e rouco, voltando a se olhar no espelho – Obrigado por tudo. Você salvou a minha vida, Alice – Agradeceu, me oferecendo um pequeno e sincero sorriso.

Pisquei, algumas vezes, para me recompor e assenti, sorrindo também.

- De nada – Mordi meu lábio inferior, sem saber o que falar em seguida – Vou pegar mais um comprimido para você. Já volto – Avisei, lhe dando as costas e, praticamente, saí correndo do banheiro sem olhar para trás.

Cheguei na sala ofegante, e me sentei no sofá fedido com os pensamentos agitados e confusos demais. Tentei normalizar a minha respiração, e esperei que a estranha sensação de ansiedade no meu estômago desaparecesse por completo. Entortei a boca, e fitei pensativa a rachadura na parede, mas sem saber muito bem o pensar, ou em como agir diante dessa situação inesperada por mim. Em toda a minha curta existência, nunca passei por algo semelhante. Apenas tive dois ''relacionamentos amorosos''. Um foi na época da escola e o outro já na faculdade, entretanto nunca passaram de alguns beijinhos bobos. Antes do apocalipse, io estava mais focada em estudar para passar em medicina do que em garotos. E agora, a minha meta principal e única era sobreviver. Contudo, não posso negar que senti uma forte atração por Rick.

Por Dio, io não deveria ter comido aqueles enlatados vencidos, não, pensei em desgosto e escondi o meu rosto nas mãos.

- Io estou tão ferrada – Lamentei, frustrada e irritada, comigo mesma em um sussurro.

Epitáfio de Alice - Rick Grimes.Onde histórias criam vida. Descubra agora