Depois de ter ficado internada e ter passado por mil e uma perguntas constrangedoras e que me deprimiam só de lembrar , nada melhor que um banho. Assim que cheguei em casa tomei um banho e mesmo sem querer vinha uns flashbacks do acontecido. Eu fiquei ali debaixo do chuveiro e cada flash que passava por minha mente, me sentia pior. As lágrimas desciam pelo meu rosto junto com a água que descia do chuveiro.
Eu chorava e sentia uma vergonha terrível. Tinha vontade era sumir, ir para onde ninguém iria me olhar com pena, e eu poderia chorar e gritar desesperadamente. Eu não podia fazer isso perto dos meus pais. Até porque , eles já estavam sensíveis demais para me ver chorando e sofrendo. Queria passar pra eles que estava bem, por mais que eles sabiam que não. Chorei muito e depois de ver que estava melhor, eu saí do banho e fui escolher uma roupa para me vestir.
Escolhi uma roupa de dormir mais fresca pois tempo estava quente. Me vestir e fui até a penteadeira e peguei minha escova de cabelo e comecei a pentear meus cabelos. Sem querer, me vi ao espelho e pude ver o que eu menos queria, o que aquele infeliz me fez. As lágrimas foram descendo e cada roxo em meu rosto e meu corpo eu me lembrava de cada detalhe do mal que ele me fez. As lágrimas desciam e eu não conseguia controlar. Antes, me sentia feia, agora me sinto horrorosa, suja, impura. Por mais que eu tentasse tapar aquilo não iria mudar o que precisava. Agora minha vida seria diferente. Eu seria olhada como a pobrezinha da virgem que foi estuprada, isso me matava.
As pessoas me olhavam com pena e cada olhar de pena, me fazia me sentir uma inútil, onde não soube nem mesmo se defender. Ouço a alguém bater na porta e então limpo as lágrimas o mais rápido que pude e peço que entre, era minha mãe.
Maria- Meu amor, aqui estão seus remédios.
Ela me entregou o remédio e um copo de água. Tomei o remédio e minha mãe percebeu que estava chorando.
Maria- Pronto meu amor.
Ela saiu e depois de alguns minutos ouvi alguém bater na porta novamente .
Eu- Entre.
Quando olhei na porta vi Lucas. Me levantei e fui até ele e o mesmo me abraçou forte e aquilo me deixou fraca. Comecei a chorar novamente e ele me apertava em seu corpo como se tivesse medo de me perder. Ele me olhou nos olhos e limpou minhas lágrimas.
Lucas- Eu odeio te ver assim. Me mata te ver chorando por causa de um inútil, um vagabundo, um pilantra do caramba. Olha, eu sei que ele te fez mal, mas agora eu estou aqui e como antigamente, eu vou te proteger. Ok?
Ele me olhou nos olhos e eu somente balancei a cabeça. Ele me deu um beijo na cabeça e eu dei um sorriso de lado.
Lucas- Bom, eu não pude ir te ver no hospital, porque não haviam me avisado. Aí vir hoje para ver como você estava.
Eu- Entendo. E quem te falou sobre o acontecido?
Lucas- Camila.
Sua voz mudou ao falar o nome de Camila e vi que alguma coisa havia acontecido entre os dois. Lucas e Camila eram amigos, mas viviam mais brigando. Lucas é muito certinho, tudo tem que ser do jeito certo para ele . Ele é super protetor e muito carinhoso, fora, que ele é caseiro e não é muito fã de bagunça . Mas seu defeito é ser nervoso as vezes, fala as coisas sem pensar e depois se arrepende.
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Como um anjo
RomanceCamilla vive um dos melhores momentos de sua vida. Com a bagagem recheada de sonhos, sua vida tem uma reviravolta quando ela se descobre grávida do irmão de seu melhor amigo. Expulsa de casa e abandonada pelo pai de seu filho Camilla precisa enfrent...