Entrei nessa vibe, sabendo o que iria encontrar, sou assim mesmo e não importa o que vão falar. Estava dançando no meio das pessoas, sem se importar quem era, veios alguns rapazes da li e outras mulheres daqui, descemos até o chão, mas sem levar a sério começamos a rir e minhas amigas do Brasil aproveitamos o momento para depois contar aos outros o que fizemos com o nosso comportamento.
- Que saudades Gabi! – Disse a Carla abraçando por trás e as outras abraçando pela frente.
- Saudades também meninas! – Confessei com a voz mole
- Sabe quem perguntou de você? – Disse a Carolina
- Quem poderia ser não é? – Perguntei com deboche rindo no final
- Gente!!! – Chegou mais umas de minhas amigas, pelo visto todo agitada – Gabiiiiiii! – Gritou Amanda e pulou em cima de mim, nos derrubando no chão junto com as outras. – O Vinicius está aqui! – Arrepiei ao ouvir o nome.
- Não pode ser, parece que sabia que estaria aqui.
- Vai ficar tudo bem, ele não te viu. – Disse Carla. E saímos daquele espaço, indo direto ao banheiro para retocar a maquiagem. Chegando na porta, havia uma fila e tivemos que aguardar, ficamos conversando umas com as outras, Carolina contava do moço que conheceu na faculdade e estão juntos a dois anos e meio, e Michele minha outra amiga de cabelos enrolados castanho escuro e olhos cor de mel, contava sobre a moça que havia conhecido semana passada e a mesma a beijou na frente dos pais, e os dois surtaram.
- Gente, já não há mais problema com o movimento gay – comecei
- Ainda tem sim Gabi, muitos pais ainda não aceita. – Disse Carla. Carla era a mais íntima das minhas amigas, não que as outras não fossem, mas a Carla era do tipo irmã, e contava a elas todos os meus segredos. Ela sabia todos, e eu sabia os dela.
Quando foi nossa vez, entramos todas juntas rindo e algumas tropeçando para dentro de um bloco só, nisso quando a Carla estava usando primeiro, Amanda e Michele se beijaram e começaram a rir, depois a Carolina olhou espantada para mim e depois as duas, de repente Michele a beijou, e a Carolina fez uma expressão de "gostei", retribuiu e a Amanda entrou no meio.
- A gente, podem parando com isso! – Disse Carla achando nojento, se limpou e a próxima a usar fui eu, e as meninas continuavam nos beijos.
- Meninas parem!
- "O que está acontecendo aí dentro"? – Perguntou uma voz do outro lado da porta
- Estamos economizando fila – Amanda respondeu rindo
- "Andem logo"! – Disse outra voz. E assim que todas usaram saímos do banheiro, indo para a lanchonete do centro comprar algo para comer, mas creio que não foi uma boa ideia.
- Vinicius! – Paralisei e o fiquei olhando, o mesmo estava completamente diferente, mais alto e magro, estava mais bonito também. As meninas seguiram meu olhar, e ficamos paralisadas.
- Como ele mudou! – Disse Carolina – Qual foi a última vez que o viu? – E a perguntou ficou no ar.
- Melhor irmos, se não ele vai perceber que estamos paradas olhando para ele. – Disse Michele assustada. – Até eu que sou gay, o achei lindo.
- Lindo é pouco. – Disse Carla
- Mas isso não importa, o que ele fez no passado não compensa pela beleza dele.
Vinicius conversava com alguns meninos, e os mesmos riam do que ele dizia. Seu rosto estava sério, mas de vez em quando ele sorria. Com um cigarro na mão, tragava lentamente e depois o soltava, depois de um breve momento um dos meninos nos olhou e disse algo a ele com espanto. O mesmo demorou a virar, acho que teve algum receio, logo atrás as meninas imploravam para sair logo dali pois tinham mal pressentimento. Por fim Vinicius virou, sem expressão nenhuma, observou todas nós, tragou seu cigarro novamente e voltou a conversar. A princípio fiquei pensativa, então saímos e ele não voltou a olhar mais, as meninas sentiram alivio e voltaram a conversar normalmente, terminamos aquela noite comendo e dando risada, depois fomos para a casa da Carla e ficamos assistindo Netflix até todas pegarmos no sono.
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No dia seguinte acordamos, mas continuamos na cama, Michele ainda estava dormindo e Carla mexendo no celular. Levantei aos poucos, indo até o banheiro lavei o rosto e escovei os dentes, Amanda veio logo atrás e fez a mesma coisa, sorrimos enquanto nos olhávamos pelo espelho, quando terminamos perguntamos as meninas o que iriamos fazer para tomar café. Era sábado, então resolvemos ficar em casa mais um pouco antes de sair, Carla fez algumas torradas, Amanda fez ovos e queijo, e comemos pão com frios e assistimos TV. Ao finalizar o café da manhã, limpamos a cozinha, tomamos banho e nos arrumamos para sair um pouco, estava sol lá fora, então resolvemos sair para caminhar. Fomos ao shopping tomar milk shake, a livraria e depois ficamos na praça conversando. Por fim consegui ficar a sós com a Carla e contei a ela que encontrei o Erik, a mesma ficou pensativa e perguntou se estava tudo bem comigo e se ele mudou, quando soube o que aconteceu ficou aliviada assim como minha tia ficou quando viu ele bateu a porta na minha cara.
- Sinto que não acabou por aí. – Disse ela
- Foi o que pensei também, até porque parece que não foi uma boa ideia ter ido até a casa dele.
- Mas Gabi, por que voltou? – Perguntou ela – Desculpa a pergunta, mas aqui você não tem boas lembranças, nós duas sabemos disso.
- Sim eu sei, mas tenho família aqui, tenho vocês, minha tia. – Comecei e fiquei pensando – Quem sabe não consigo algo melhor, tentar consertar as coisas e depois voltar para Portugal e consertar outras.
- Você já foi ver a Rafa? – Perguntou e arrepiei só de ouvir esse nome
- Por que iria ver ela?
- Ela quem te salvou, você deve muito a ela. – Carla segurando minha mão agora
- É, eu sei. – Suspirei profundamente – Tenho saudades dela, porém ela é uma pessoa difícil de lidar, quase nunca deixa alguém se aproximar e quando se aproxima ela muda.
- É o jeito dela. – Carla olhando para as meninas – Vem, vamos assistir um filme no cinema.
Logo quando acabou o filme, meu celular vibrou então o atendi, era minha tia dizendo que minha mãe estava tentando contato comigo e então disse a ela que depois retornava as ligações dela, minha tia insistiu que ligasse a ela.
- Mãe? – Saindo do cinema
- Filha, oi, como você está??! – Perguntou surpresa e feliz
- Estou bem mãe, desculpa não ter avisado, vim de última hora
- Tudo bem, veio para ficar? – Perguntou
- Não, é apenas um tempo! Vim para ajudar o George, depois vou voltar. - Pausei olhando para as meninas que me chamavam ansiosas. - Mãe estou com as minhas amigas agora, falamos depois. Te amo!
- Te amo Gabi.
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De repente, Portugal
RomanceCom uma proposta de emprego, Gabriela foi transferida para trabalhar fora do Brasil. Seu chefe não hesitou em envia-la para trabalhar em Portugal, na qual reencontrou seus amigos do passado, cujo havia conhecido pela internet em uma época difícil na...