5 meses à frente

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Depois de conseguir tirar um cochilo, levanto da cama e ando calmamente até a cozinha, dou uma breve olhada na mesma em seguida vou para o banheiro, estava tudo calmo, não havia nenhum tipo de som, apenas na hora em que comecei a fazer xixi. Eram sete horas da manhã, de um sábado chuvoso, pensei em não sair hoje, mas precisava comprar algumas coisas para casa. 
Depois de pronta, pego a chave do carro e direciono até o mercado, a chuva aumentou assim que entrei na mesma, muitas pessoas aguardavam no portão de saída, como estava forte podia ser perigoso o bastante para causar uma enchente e seu carro ficar boiando na rua.
- Está piorando. - Disse uma voz e a olho de soslaio, era uma senhora de meia idade. Cujo suas sobrancelhas eram cor de rosa de acordo com os cabelos, ela sorria sem mostrar os dentes. Assenti para ela e virei para ir em direção as frutas, começando pelas maças. - Está tudo bem moça? - E percebo que a mesma me seguiu. 
- Está sim! - Respondi com delicadeza - Por que a pergunta? 
- A sua barriga está roxa desse lado, e fico parada assim que ela toca, sinto uma dor horrível a ponto de gritar, mas me contive. 
- Está tudo bem! - Assenti e sai de perto. 
- Moça, se alguém bateu em você, é melhor agir... - Aconselhou 
- Pare, você não me conhece, então pare de opinar se não sabe o que aconteceu. - E ela ficou pasma 
- Me desculpa! - Disse ela e se retirou 
Assim que a distanciei, continuei fazendo as compras e escolhendo com cautela, tudo ficou bem até que senti uma pontada na barriga, e acabei derrubando o cesto de compras no chão. As pessoas em nosso redor ficaram assustadas com o barulho e veio logo acudir, perguntaram se estava bem e ofereceu ajuda, fiz que sim e pedi para sentar um pouco no chão, e do nada apareceu a senhora de cabelo rosa e ficou olhando de longe. 
"Eu estava de cinco meses de gestação, não havia contado a ninguém, e nem visitado ninguém. Tudo estava mais difícil depois que descobri, mas fiquei feliz por ter engravidado, mudei para a casa de Dean, cujo o mesmo está ajudando dando todo apoio, mas ainda assim não lhe contei sobre o pai do bebê. Era um menina, mas ainda não escolhi o nome, achei melhor  decidir depois que nascer, e o Dean, que mudou muito desde o primeiro dia que nos conhecemos, ele estava engraçado e agora está sendo mais simpático pois compreende a minha situação."
- Estou bem pessoal, obrigada por ajudar! - Assim que peguei fôlego. Depois de me recompor peguei as sacolas e agradeci todos ali que prestaram ajuda e fui para casa, mas reparei que a senhora de cabelo rosa ainda me observava então a ignorei. Enquanto dirigia com cuidado, pois sabia que era perigoso e proibido, meu celular estava vibrando e olhei por cima, era uma número desconhecido. Parei o carro e estacionei para atender, de imediato não reconheci sua voz até se identificar.
- Gabriela? - Perguntou do outro lado da linha
- Sou eu! - Respondi - Quem é?
- Sou eu, Renato. 
- O que você quer? - E fiquei nervosa de repente, sentindo aquele frio na barriga de medo.
- Sei que não temos um passado bom, mas estou em busca de novas oportunidades. - Respirou fundo - Gostaria de saber, se tem como arruma um trabalho para mim? Tenho uma filha, e a Cátia está trabalhando, fiquei desempregado a pouco tempo, mas você sabe como é a situação financeiro na minha vida. Poderia me ajudar? 
- Vou ver o que posso fazer. - Ele agradeceu, e desligamos. 
Chegando em casa, dei de encontro com o Dean que estava se arrumando para sair novamente, ele ao me ver sorrio e beijou meu rosto. 
- Já vai sair de novo? - Perguntei 
- Sim, tenho trabalho. 
- Vocês estão precisando de funcionários?
- No momento não, por que? - Perguntou ele agora centrado em mim e disfarcei timidez.
- Tem um rapaz, um colega que está precisando. - Expliquei - Você teria algum lugar para indicar? 
- Acho que sim, preciso verificar antes. - Agora pegando a bolsa - Conversamos melhor quando chegar do trabalho. Até mais. 
Assim que ele saiu, organizei as compras no armário e peguei meu telefone. 
- Queria que soubesse... - Pensei em voz alta. 
Percebi que o tempo está passando rápido depressa, e o Natal já está aí. Minhas amigas do Brasil conseguiram tirar férias do trabalho para vir passar as festividades em casa e o Dean ficou com receio, mas concordou. Quando estava próximo da data do voo delas, Dean levou-me até o aeroporto para recebe-las e isso as impactou pois quando viram-me com esse barrigão, ficaram felizes, mas também surpresas.
- Como isso aconteceu? - Perguntaram, mas como estava muito barulho ao nosso redor não pude distinguir quem foi.
- Conto a vocês quando chegar em casa. 
- Sua mãe sabe? - Perguntou Michele 
- Não! - E abaixei a cabeça triste.



                                                                                                ✿


Em casa. 
- Meninas, é uma história complicada. 
- Nós temos o direito de saber, pensava que estava tudo bem com você Gabi! - Disse Carla
- Estava bem, voltei para cá e ficou tudo certo. 
- Como tudo certo, olhe só para você? - Disse Amanda 
- Sim, eu sei. 
- Quem é o pai? - Perguntou Michele
- É o Bruno.
- Como? - Perguntou Carla se levantando, o mesmo tempo erguendo o tom de voz.
- Quando o Erik foi embora, não nos vimos mais e nem conversamos. Encontrei com o Bruno no café, conversa vai conversa vem, nos acertamos e aconteceu, vocês sabem. 
- Vocês não se protegeram? - Perguntou Michele
- Não. - Respondi envergonhada
- Então o pai é o Bruno? - Perguntou Dean um pouco irritado entrando na sala, e levei um susto.
- Que isso Dean, não se bate mais na porta? - Perguntei ofendida
- Por que não me contou antes Gabriela? - Perguntou ele nervoso, e notei que as meninas olhava-me um pouco assustadas
- Meninas, se me dão licença. Eu já venho! - Pedi com delicadeza e o puxei pelo braço para fora do quarto. - Mas o que houve ali dentro? - Sussurrei com incredulidade 
- Por que você me escondeu isso?
- Já falamos sobre isso Dean! 
- Desculpa. - Disse ele, e abaixo a cabeça. 
- Vem cá, vai ficar tudo bem! - Puxei ele em minha direção, para abraça-lo. Ele respirou fundo quando nosso corpo se encaixou. Sim, eu sei o que ele sente por mim, pois na terceira semana de gestação ele assumiu, e isso pegou de surpresa, mas como não pude fazer nada a respeito resolvemos manter a amizade. 
- Ok! - Disse ele. 

De repente, PortugalOnde histórias criam vida. Descubra agora