Erik

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Um homem, cujo aos seis anos de idade fora adotado, mas nunca chegou a contar por ser algo delicado e particular, a verdade é que acabei descobrindo quando estava vasculhando seu guarda-roupa procurando uma blusa de frio, e dentro havia uma caixa no fundo, esperei quando ele estava no banho e abri, dentro havia fotos, pedaços de roupas e até amuletos, ao ouvir o som da porta se abrindo guardei dentro do bolso rapidamente. Depois disso, nós levamos nosso relacionamento estranho a cada dia com cuidado, mas ele passou dos limites, e insistiu em nós, contou a verdade para a família que na época foram totalmente contra e eu compreendi bem a situação. Erik estava concluindo a faculdade de Direito, e cuidando da empresa de sua família e seu comportamento profissional era excelente, mas não era só isso, todos nós temos um ponto fraco e o dele, era eu. Erik e eu nos conhecemos na empresa, mas eu o já conhecia antes, devia ter seus vinte e cinco anos e quando o vi pela primeira vez senti como se o mundo tivesse parado. Nós na época não conversávamos, e Erik male má dizia tchau quando ia embora. E assim que tudo começou, dei uma carona a ele até sua casa, e ele me beijou, e a partir daí nossas vidas ficaram complicadas. Costumávamos sair à noite, para que ninguém nos reconhecesse e ele era uma pessoa tão real e simples que não conseguia acreditar que nós estávamos juntos conversando, contou sobre a faculdade e quando saia com seus amigos, também contou sobre as meninas que ficava, o que achei desnecessário. Erik era especial até que conseguiu mostrar seu lado ciumento. Era o pior dos piores, e como eu tinha acabado de fazer dezoito anos e passei a ser de maior, comecei a estudar e conhecer novas pessoas, e por essa saíamos bastante em bares e shows, mas acabávamos vindo embora mais cedo devido ao seu excesso de ciúmes descontrolado, e acabava por causar brigas. E por esses comportamentos, aconteceu que um garoto da minha idade inesperadamente me beijou na frente da faculdade, logo na primeira semana que entrei, mas por descuido não percebi que o Erik tinha chego a pouco tempo para me buscar, o mesmo ao estacionar o carro viu quando ele beijou, em seguida desceu do carro sem expressão nenhuma. Vindo em nossa direção, fiquei de frente para ele, mas Erik desviou indo na direção do garoto, cujo estava completamente pálido, e notei suas olheiras.
- Corre! – Sussurrei para o menino, que estava sério ao mesmo tempo com medo
- Não. – Disse ele e isso me pegou de surpresa
- Ele vai te machucar Jason! 
- Deixa ele vir.
- Ai meu Deus. – Clamei naquele momento por um milagre, mas não deu muito certo. Sem hesitar ou pensar nas pessoas ao nosso redor, enfrentou o garoto que estava com a sobrancelha sangrando depois que recebeu um soco de direita, fazendo com que caísse no chão, e ficasse pasmo com a atitude dele. Ainda no chão tentei levanta-lo, mas Erik segurou meu braço.
- Vamos. – Disse Erik.
Jason ficou assustado, mas entendeu a situação e ficou apenas nos olhando enquanto afastava, olhei de relance pedindo desculpas, e ao se levantar só acenou. Depois desse dia Jason não falou mais comigo, desviava os olhares sempre que passava por mim na faculdade, mas o que não adiantou foi o Erik ter pedido desculpas a mim no mesmo dia depois que percebeu o que havia feito.

                                                                                            ❀


Dia atual
- Tudo bem Erik? – Perguntou uma mulher que sentava de frente para ele.
- Tudo Ana, e com você? – Perguntou com delicadeza
- Vou bem. Como anda seu temperamento? – Sendo direta
- Acho que estou melhor.
- Como chegou a essa conclusão?
- Gabriela apareceu em casa por esses dias atrás, fiquei surpreso quando a vi parada na minha porta. – Disse ele respirando fundo, entrelaçando os dedos com ansiedade.
- O que ela fazia lá? – Perguntou a mulher
- Não sei bem, perguntei a ela o que queria. – E a mulher esperou – Disse que tinha vindo ver como eu estava, parecia confusa, não compreendi bem.
- Como você reagiu quando a viu?
- Senti minha pressão subir, mas disfarcei e esperei...
- E depois?
- Depois ela foi sarcástica e olhou para a mulher que saiu junto comigo e disse que parecia bem até demais. – Respirou fundo – Então disse a ela, que não sabia o que estava dizendo e fechei a porta com rispidez.
- Quem era a mulher? – Perguntou a mulher
- Ela é uma desconhecida. – Respondeu sério
- O que ela fazia com você?
- Ela veio para conversar...
- Só isso? – Insistiu ela
- O que quer dizer? – Perguntou ofendido – Acha que transei com ela?
- Me diz você.
- Sim, dormi com ela.
- E você acha que isso pode influenciar em seu futuro?
- De que maneira?
- Acontecer a mesma coisa que aconteceu com a Gabriela?
- Impossível!
- Como pode ter certeza? 
- O sentimento pela Gabriela era único, os prazeres, os desejos...
- Você ainda espera que Gabriela volte para você?
- Sei que ela não aceitaria, mas no fundo sim
- O que aconteceu depois que a Gabriela foi embora? – Perguntou séria esperando pacientemente a resposta
- Assim que entrei, sentei no chão e chorei. Depois fui para o banheiro.
- Por que? – E o mesmo ficou mudo – Por que Erik?
- Quando olhei para baixo, estava excitado, então senti vontade.
- Você se masturbou? – Perguntou ela totalmente profissional
- Sim.
- Qual foi a sensação?
- Parecia que ela estava ali, eu pude sentir seu cheiro, o prazer foi diferente. – Respirou fundo e agora parecia tímido
- Ela ainda mexe com você. – Disse a mulher
- Acha que eu posso superar ela? – Perguntou Erik
- Sim, mas você precisa lutar por isso! 
- Como? – Perguntou com suplica
- Você saberá a hora certa.
- Eu a magoei, fiz coisas ruins, não só com ela. – Disse ele e a mulher que o olhava com cautela, cada vez mais interessada. As horas iam passando, perto de terminar, a mulher olhou em seus olhos.
- Quais são os seus defeitos Erik?
- Como assim? – Perguntou confuso
- Me diga dois defeitos.
- Sou ciumento e egoísta. – Disse ele simplesmente
- Como pode ter sobrevivido a prisão? – Perguntou
- Olha para mim, sou rico, bem-sucedido. Sou advogado e tenho reputação, ou tinha pelo menos. – Disse ele se transformando, e a mulher apenas anotando algumas coisas. Parecia que o mesmo havia trocado de personalidade. – As pessoas são tão sujas, que aceitam dinheiro a qualquer favor, ou desespero. Quando fui preso, você sabe, fama de agressor não é nada bom em cadeia, principalmente com mulheres, nós somos os alvos dos gigantes. Nesse caso, teve o primeiro dia que estava quase adormecendo, chegaram em mim em cinco homens, vendaram meus olhos, lembro como se fosse ontem. Eles colocaram um pano na minha boca e me arrastaram dali direto para o banheiro, lá eles tiraram minha roupa e quando senti algo pontudo encostar na minha bunda eu comecei a gritar de desespero e eles riram de mim. – Enquanto Erik contava, a mulher que estava contigo sozinho na sala ficou em total silencio, aparentemente apavorada. Mas ele não se importou – E como todo mundo, inclusive eu, sabia o que ia acontecer. Fui espancado por cinco homens, durante três horas seguidas, imagina só, eles não se cansavam. Depois desse dia, nunca mais mexeram comigo em troca de dinheiro. A minha vida acabou ali mesmo, e hoje lembrar de tudo que fiz Gabriela passar nas minhas mãos, ela sofreu tanto que agora ela tem pesadelos comigo.
- Às vezes acho que estou conversando com duas pessoas diferentes. – Disse a mulher
- Vamos Doutora, você sabe como eu sou. – Disse Erik – Eu sei ser bonzinho.
- Você apenas pagou pelos seus erros.
- Sim, e aprendi com eles.
- Eu perguntei qual era seus defeitos.
- E eu respondi, já digo que não sou estuprador. – Disse ele – Sei que fiz coisas absurdas, e paguei por elas, mas hoje apesar do que passamos eu consegui tirar bom sentimentos dessa "relação".
- Qual? – Perguntou ainda seria
- Pela primeira vez senti o que era paixão, só não soube demonstrar. – Confessou deixando uma lágrima cair, enxugando-a rapidamente. – Hoje eu me despeço Doutora Sky, obrigado pelo seu tempo e por tudo. – Ela ficou surpresa pela atitude.
- Ainda não está com auta Erik! – Perguntou
- Eu sei, mas está na hora de seguir em frente. – Disse ele cansado e isso acabou por preocupar a Doutora.
- Erik, acho que não é uma boa ideia.
- Doutora?!! – Disse ele com deboche e riu no final – É hora de ir, obrigada. – E a abraçou firmemente, a mesma ficou surpresa. Em seu pensamento ela o enxergava realmente, mas lembrou de quando era criança e que fora molestada pelo o pai, e o afastou em seguida.
- Adeus Erik
- Ou até mais.

                                                                                        ❀


Deixou a sala e a Doutora sentou-se novamente, não demorou muito e começou a chorar, seu passado foi traumático e nunca mais foi a mesma. Seu pai que sempre fora uma pessoa de confiança, nunca desconfiou que pudesse fazer coisas assim. Após seu pai ir preso, descobriram o porquê de ela cair no sono tão rápido, seu pai colocava grandes doses de remédios em seu suco no jantar, que levava meia hora para fazer efeito, que derrubava até um cavalo, e por isso quando acontecia o abuso e no dia seguinte amanhecia com dores em seu corpo, não entendia bem ao certo. Um dia antes do seu pai ir preso, Rachel planejou não tomar o suco no jantar feito por ele, ao invés disso fingiu que bebeu e notou naquela noite que o mesmo a fitava com os olhos enquanto bebia, então encenou que derrubou o copo, mas ele na mesma ficou aliviado pois ela havia fingido beber grandes goles e ele acreditou. Quando deu o horário para dormir, Rachel deitou em sua cama, completamente com medo e fingiu dormir a ponto de encenar como se estivesse ressonando. Então a porta de seu quarto abriu e ela ficou imóvel na cama, sentiu de repente algo em seu rosto e notou que era seu travesseiro pelo cheiro, depois sentiu seu lençol deslizar pela perna e uma mão a tocou no seu íntimo, e sem esperar por mais um minuto abriu os olhos e seu pai caiu no chão assustado, ela fez mais do que deveria, gritou até que sua mãe apareceu, um dos olhos roxo e assustada. O pai de Rachel agiu com preocupação, mas a esposa dele não acreditou em nada, pegou a Rachel dali e a levou para o quarto. No dia seguinte, foram a polícia e pediram todas medidas protetivas, fizeram os exames e coletaram esperma da Rachel, e coletaram o que estava no chão do quarto, pois como ele tinha ejaculação precoce acontecia com facilidade. Os resultados bateram com do pai da Rachel. Ao longo dos anos frequentou diversos psicólogos e nenhum chegou a ajudá-la a ponto de se sentir aliviada, até que começou a estudar e se tornou uma Doutora, na área de psiquiatria. Com o tempo conseguiu entender, e aos poucos consigo mesma atingiu ao limite da superação, demorou muito tempo para se relacionar com outra pessoa, até que se casou com seu primeiro namorado depois de muito tempo, o mesmo a respeitou e teve dificuldades para ter relações. Hoje na última sessão encerrada pelo Erik, Rachel pode conhecer alguém que seria capaz de machucar uma mulher, ela sabe que ele não é digno de confiança e tudo é possível.

                                                                                               ❀  


Ao chegar em casa Erik indo direto para o banheiro, estava tenso então se masturbou e assim que terminou, Erik encheu a banheira e deitou, acabando por adormecer.
"- Gabriela, lembra quando contei a você do meu passado? – Perguntou Erik
- Sim, aonde quer chegar com isso? – Respondeu Gabriela
- Nunca me apaixonei por ninguém. – Começou
- Certo?
- Acho que estou sentindo isso... – Disse depois olhou para os dedos
- Como é? – Perguntou Gabriela – Achei que sua espécie não sentia isso.
- Como pode ser tão estupida assim? – Perguntou incrédulo – Estou tentando me abrir para você, e só o que você diz "achei que sua espécie não sentia isso".
- Olha Erik me desculpa, mas as vezes não te compreendo, fala uma coisa e age de outra forma.
- Mas tens que me compreender, eu sei que não consigo me expressar.
- Erik, acho que está na hora de seguir a vida.
- Como assim?
- Terminar, isso que temos. Pois não sei definir o que temos, nem hoje, nem ontem e nem o que está por vir.
- Eu te apresentei para meus pais.
- Sim, como amiga.
- O que quer dizer? – Disse ele enervando – Quer ser meu relacionamento fixo e sério Gabriela?
- Não é isso que somos?
- Claro que não! 
- Então, acabou por aqui – Gabriela se levantou, mas Erik a puxou pelo braço. – Chega de ser seu objeto sexual.
- Você não vai embora, - Disse ele
- Sim eu vou, cansei disso tudo. Você fez coisas comigo que nenhum ser humano acharia normal, as vezes não sei quem você é e o que quer comigo, eu juro que tentei compreender cada desejo seu.
- Não vou deixar.
- Você não manda em mim.
- Acho que mando sim, - e revirou seu bolso, retirando o celular de dentro – se não me obedecer, posto isso em rede nacional e internacional. – Era uma foto nua de Gabriela em posição de cachorro na cama e a mesma estava com um cigarro na boca.
- Você não faria isso. – Disse ela
- Faria sim, se me obedecer direitinho, eu apago ela. – E ela ficou pensativa – Tic tac
- Está bem, o que você quer?
- Você sabe o que eu quero. – E na verdade Gabriela sabia, Erik era maníaco por espancar durante o sexo, até o ponto de sangrar e pedir socorro, o que não adiantava muito pois mesmo que Gabriela pedisse, ele ignorava e continuava".
Por fim acordou com apenas os olhos se abrindo, mas estava debaixo d'água, então pulou abruptamente ofegante, e começou a rir sozinho sem razão nenhuma. Olhou ao seu redor, e pegou seu telefone em cima da pia, abriu na galeria de fotos e viu as fotos da Gabriela, iguais às do sonho. De repente começou a se masturbar olhando para a mesma, imaginando como seria estar com ela naquele exato momento, depois que finalizou começou a chorar. 

De repente, PortugalOnde histórias criam vida. Descubra agora